Os olhos deles pararam nos meus, sem piscar, surpresos. Fiquei sem reação.
Graças a Deus, ele fez a menção de falar primeiro, antes que eu tivesse um ataque epilético.- Deculpe, eu não sabia que estava aqui.
Absorvi a voz dele. Era pura, nem grave de mais nem fina demais. Era linda.
Fiquei tanto tempo olhando, mergulhando em sua voz, que ele estalou os dedos em frente ao meu rosto para que eu voltasse para a realidade.- Desculpe a mim, deveria ter me precavido...
Ele riu.- A culpa não foi de nenhum dos dois, afinal, não é mesmo? Apesar, sou o Arthur.
Ele estendeu a mão direita. Quando eu o toquei, um choque se espalhou pelo meu corpo, fazendo meus pelos se arrepiarem, minha nuca suar, e meu coração acelerar audível. Antes que minha mão começasse a suar, soltei-o.- Acho melhor eu...- Dei um passo ao lado para entrar no banheiro, e senti alguma coisa se rachando em baixo do meu pé.
Olhei para o chão, e o meu mp3 estava estraçalhado.- Droga - suspirei.
Me abaixei para recolhê-lo, mas Arthur foi .ais rápido e o pegou.
- Mil perdões.- A culpa não foi sua. - Minha paciência estava indo embora. - Dê-me aqui, em casa eu conserto.
Estendi a mão com a palma virada para cima, porém ele não devolveu o aparelho.
- Isso não tem conserto - disse ele.
- Me devolva.
- Deixe que eu te recompense. - Ele olhou profundamente em meus olhos.
Senti a veia no meu pescoço pulsando. Sem paciência alguma, tomei da mão dele e fui em direção ao banheiro.- Já disse que a culpa não foi sua. Se me der licença, tenho um banbeiro para lavar, e não quero ser demitida.
Pelo espelho do banheiro, o vi olhando para minhas costas.
- Eu mesmo trataria para que isso não acontecesse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Só Mais Uma Vez
RomantizmO mundo é cheio de belezas, alegrias e surpresas. Ele sempre nos surpreende com suas impresibilidades, pregando peças e satisfazendo. E talvez isso até faça parte da sua realidade. Mas não da minha.