Capítulo 2

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Deslizei o vestido preto pelo meu corpo e observei-o através do espelho. Assentava perfeitamente, o tecido felpudo transmitia um calor aconchegante. O vestido era justo e havia um decote profundo na parte de cima e abria numa saia em evasê que ficava uns centímetros acima do joelho. Os meus braços também estavam cobertos por uma manga 3/4. Para terminar, teria de apertar o fecho que ficava nas minhas costas. Fiz alguma ginástica mas mesmo assim não consegui fazê-lo e acabei por desistir. Quando for buscar o Flyn, ele aperta.

Penteei os meus longos cabelos de forma a ficarem presos num rabo de cavalo bem alto. Adorava fazer isso pois realçava o meu perfil. Passei uma leve camada de base pelo rosto, junto com contorno e iluminador. Realcei os olhos com uma camada generosa de rimel, que foi o suficiente para as minhas pestanas ficarem fantásticas. Por fim, passei uma batom arroxeado abusador. Saí da penteadeira e olhei à volta para o meu closet. Procurava agora uns sapatos que assentassem na perfeição mas que não chamassem muito à atenção, queria-me manter ligeiramente discreta. Olhei diretamente para uns saltos nude que eram mesmo o que eu precisava. 

Peguei na minha bolsa igualmente nude, enchendo-a com tudo o que precisava para a ocasião e saí de casa com todo o cuidado para não encontrar ninguém no caminho. Seria uma vergonha se algum dos meus vizinhos me visse a sair com o vestido desapertado. Podia ter trazido um casaco, mas não me apeteceu.

Entrei no elevador e respirei fundo assim que as portas começaram a fechar. Mas a minha respiração parou assim que alguém impediu que isso acontecesse. Que vergonha! O rapaz alto e descabelado, que não me era totalmente desconhecido, entrou no cubículo murmurando um "boa noite" com um sorriso simpático. Encostei as minhas costas à parede, na tentativa de passar por despercebida. Para meu azar, o elevador era todo espelhado. Olhei para o chão, envergonhada enquanto as portas fechavam. 

- Não quero parecer indelicado. - falou desta vez mais alto, isto fez-me olhar para ele e dar de caras com os seus profundamente verdes olhos. - Mas é que tens o vestido desapertado.

- Eu sei, não o consegui fechar. - corei drasticamente. Porque é que eu estou a corar? Eu nunca coro! 

- E vais para a rua assim? - riu melodicamente.

- Não te preocupes. Eu vou ter com um amigo e ele aperta isto para mim. - E porque razão lhe estou a contar a minha vida? Ele não tem nada a ver com isso...

- Pois, estou a ver. - passa a mão pelos seus caracóis - Um amigo... - e sorri perversamente. 

- Não, não! Não é nada disso. Ele é gay. - E mais uma vez: porque é que eu lhe estou a contar a isto? 

- Para evitar que passes mais vergonhas... - Ele virou-me inesperadamente, ficando eu assim de costas para ele e com as mãos apoiadas na parede espelhada do elevador -... eu faço isso por ele. - E agarrou com uma mão o fecho e com outra a minha cintura. Ó meu Deus! A forma como ele me toca está-me a meter louca, mesmo que não seja nada de especial. Se não tivesse horas marcadas com o Flyn, atirava-me para cima dele e fodia-o aqui mesmo. - Não penses que sou um tarado! Só te quero ajudar.

Tarde demais, amigo! Já me fizeste molhar as cuecas. E não sabes o quanto...

- Obrigada. - falei assim que a porta se abriu e revelou a garagem subterrânea.

- Diverte-te! - ele diz por último ao entrar no seu carro que estava mesmo ao lado do meu.

Quem é este rapaz? E , ó meu Deus, porque é que eu nunca tinha falado com ele antes? Eu já o tinha visto na garagem, mas nem sequer sabia que ele vivia no mesmo andar que eu. Que coincidências deliciosas.

(...)

A noite estava animada apesar de que na mesa apenas se encontrava eu, o Flyn e algumas bebidas. O empregado, cada vez que passava por nós derretia-se aos risinhos com o meu melhor amigo e eu sabia que hoje eles iriam acabar na mesma cama. E eu, nada. Só por isso, já sei que vou ficar encalhada o resto da noite, ou quem sabe, da vida. Flyn levanta-se e vai até ao rapaz moreno que nos estava a servir. Ele diz qualquer coisa ao seu ouvido e depois regressa com um sorriso perverso estampado.

- Desculpa, abandonar-te assim, mas um caso de vida ou morte espera por mim na casa daquele gostoso. - ele ri e deposita um beijo na minha bochecha indo embora. Agora aqui estou eu, num bar sozinha a olhar para o ar. Que merda! Comecei a deprimir, havia uma luta mental sobre ficar ou não aqui sentada. No final, decidi ir embora, não estava a fazer nada aqui. 

Levantei-me nos meus saltos e estava pronta para abandonar o recinto quando um rapaz, bastante bonito por sinal, me impede ao agarrar no meu braço.

- Agora que eu estava a apreciar a bela vista que me estavas a proporcionar, vais-te embora? Nem pensar nisso. - ele sorriu-me mostrando os seus dentes perfeitamente alinhados. - Posso-te oferecer uma bebida?

- Gin tónico, por favor. - sorri também. Ele fez um sinal ao barman e levou-me até uma mesa mais recatada.

- Joshua Benson. - afirmou e passou a mão pelo seu cabelo castanho claro.

- Joanne Anderson. - apresentei-me também e agradeci pela bebida que chegara nesse exato momento. Conversámos bastante sobre coisas banais, ele era engraçado, mas era ainda mais bonito, e os seus olhos azulados cativavam qualquer uma. Depois de algum tempo anunciaram que iriam fechar o bar,  então nós trocámos os números de telefone e combinámos nos encontrar na semana seguinte. Sem dúvida que eu não iria recusar.

- Então até sexta, Joanne. - ele mordeu o lábio sedutoramente e de seguida beijou a minha bochecha quando já estávamos no estacionamento.

- Tens a certeza que queres esperar até a próxima semana? - não resisti em perguntar. Eu estava molhada desde o momento que aquele outro rapaz me tocou. Eu sentia uma grande necessidade de sentir algo dentro de mim. De preferência, bem grande! 

Ele olhou-me sério e, sem me responder, empurrou-me até ao seu carro levando-me para sua casa. Algo me dizia que iria ser uma longa noite.


...

Mais um capítulo! As partes hots irão começar no próximo. Mas ainda não é com o Harry Gostoso Styles, desculpem :-)

Mas vocês vão gostar, eu acho!

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