Capítulo 9

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- Joshua? - eu não podia acreditar. O rapaz com quem tinha ido para a cama há dois dias estava ali à minha frente. Ele era o nosso cliente. Isto é tão awkward...

- Joanne? - ele teve a mesma reação que eu ao ver-me. - Hm... olá? - encolheu os ombros sem saber o que fazer.

Arrastei a minha cadeira e levantei-me. Aproximei-me dele, tentando manter a calma e cumprimentei-o com dois pequenos beijos na cara. Ele sorriu e, por momentos, tornou a situação mais constrangedora quando decidiu fitar os meus olhos incessantemente. 

- Senta-te, por favor. - pedi educadamente enquanto fazia o mesmo. Mas ele não se moveu. Qual era o problema dele, mesmo? Esperei mais uns segundos e nada. Mas ele vai ficar ali especado a olhar para mim? - Se preferires ficar em pé, não há problema. - cruzei a perna ao mesmo tempo que tentava me manter profissional, acima de tudo.

Finalmente observei-o a aproximar-se da mesa, porém optou por não se sentar. Voltou a olhar para mim, analisando cada centímetro do meu corpo e, por fim, falou:

- Não me ligaste.

- Não te liguei? Eu ia ligar hoje, quando chegasse a casa. - poderia parecer uma desculpa inventada na hora, mas não era. Eu estava realmente a pensar em convidá-lo para ir comigo ao jantar em casa da Scar e do Harry. E sim, ia fazê-lo passar por meu namorado.

- Ontem podíamos ter tido uma tarde tão divertida, Jo... - aproximou-se de mim, passeando as pontas dos seus dedos pelos meus cabelos - Eu, tu e a minha cama. Uma ótima combinação, não achas? - sussurrou sedutoramente, beijando a minha face de seguida.

- Sim, irresistível. - os meus olhos fecharam-se ao sentir a sua mão a acariciar a minha face enquanto os seus beijos já haviam descido até ao meu pescoço e eu já me sentia totalmente vulnerável ao seu toque.

- Vê só o que perdeste. - falou ao meu ouvido e puxou-me para si, fazendo-me levantar. - Eu podia-te foder agora mesmo. - encostou-me com alguma brutalidade à mesa de madeira enquanto a sua boca beijava a minha. - O que é que me dizes?

Hmm... Soa-me tão bem. Dois corpos suados, balançando freneticamente, em cima desta mesa...

- Si... - O quê? Nós estamos no meu local de trabalho! - Não! - separei-me dele, ajeitando o meu cabelo e as minhas roupas ligeiramente amarrotadas. - Tu vieste aqui para uma reunião e eu concedi um pouco do meu precioso tempo para te atender. Podemos apenas começar a reunião? Eu prometo que te ligo mais logo...

- Claro, a reunião... - ele respondeu depois de alguns segundos sem reação. - Bem, eu vim aqui porque... Posso-me sentar?

- Já te tinha dito para o fazeres... - ele sorriu levemente e sentou-se, pelo que, eu fiz o mesmo. - Continua o que estavas a dizer, por favor.

- Eu vou abrir um restaurante na baixa da cidade. O meu próprio restaurante. - sorriu com orgulho e eu tentei manter uma postura profissional. - Então, eu estive a fazer algumas pesquisas e acabei por descobrir que a "Your Decor" é uma das melhores empresas da cidade no que toca a decoração de interiores. Decidi marcar uma reunião para conhecer o vosso trabalho e aqui estou eu. Quero saber o que poderão fazer pelo meu restaurante.

- Tudo depende do teu gosto pessoal. - acrescentei enquanto apontava alguns detalhes no meu caderno - Que estilo é que tu preferes? Clássico, moderno, alternativo, retro...?

- Eu estava a pensar em uma mistura entre clássico e moderno. Entendes? - ele perguntou mexendo as suas mãos de uma maneiras desconcertante. 

- Sim, eu estou a perceber a tua visão. - anotei - Diz-me se tens alguma preferência pelas cores do espaço.

- Eu confio no teu bom gosto. - ele piscou o olho e eu não pude deixar de libertar uma pequena gargalhada.

- Ok, vou escrever aqui que não tens nenhuma cor em mente. - sorri - Olha, eu preciso que me tragas a planta do espaço o mais rápido possível, para começar com alguns esboços. Ah! outra coisa, também preciso de prazos, isso é muito importante.

(...)

No fim do dia, sentia-me mais cansada do que em todos os outros. Talvez por ter trabalhado o dobro ou por simplesmente não me conseguir concentrar no que fazia. Ao chegar ao prédio, estacionei o carro na garagem subterrânea, encostei a cabeça no banco e fechei os olhos. Respirei fundo enquanto ouvia a música que tocava na rádio e me acalmava. Duas batidas na janela ao meu lado fizeram-me estremecer e abrir os olhos assustada. 

- Harry? - estranhei.

Este rapaz quer me matar de susto ou quê?

Desliguei o carro e peguei nas minhas coisas o mais rápido possível, para poder sair do veículo. Ele continuava a olhar para mim, observando com atenção todos os meus movimentos e não dizia nada. Mas quando eu ia abrir a boca para falar, ele interrompeu-me.

- Desculpa ter-te assustado. - ele falou calmamente. Mas se era para me acalmar, não conseguiu. A sua voz é demasiado profunda para se conseguir ignorar... 

- Não faz mal... - tranquilizei ajeitando a minha mala no ombro - Mas o que é que querias?

- Não sei se reparaste, mas puseste o teu carro mesmo à frente do meu... E eu tenho de ir trabalhar. Importavas-te de o tirar daqui, se faz favor?

Ai, meu deus, que vergonha... Onde é que eu estava com a cabeça? Agora ele deve pensar que eu sou uma burra que não sabe onde não se deve estacionar ou, pior, uma estúpida que não se preocupa com os outros.

- Desculpa, Harry. Estava completamente distraída. - tentei-me desculpar ao qual ele apenas sorriu. - Eu tiro já, não te preocupes. 

Quando eu lhe virei as costas, pronta para voltar a destrancar o carro, ele agarrou o meu braço chamando-me a atenção. Harry, porque é que me tocaste? Isso nunca é uma boa ideia... O teu toque deixa-me tão fora de mim. Isto não é normal...

- A Scarlett falou contigo? - perguntou e a minha excitação evaporou-se de um momento para o outro - Sobre o jantar?

- Sim, ela falou. - abri a porta do carro evitando olhar para ele. - Só estou à espera que confirmem o dia.

- Pode ser sábado? - ele questionou com incerteza.

- Lá estarei. - e entrei no carro, cortando a conversa por ali.


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Dulpa att! 

É tudo por hoje, amores


Muito amor,

Fel


Sex Floor | HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora