O relógio de prata no meu pulso marcava as nove horas da noite e Harry ainda continuava deitado no chão fitando monotonamente o teto branco. O desespero na sua face era mais que notório assim como a desilusão. Eu ainda não tinha entendido o que o estava a magoar mais naquele momento. Seria o facto de ter perdido o filho? Seria o facto de ter perdido a mulher que ama? Ou o facto de esta lhe ter mentido? Provavelmente seriam todos estes motivos em conjunto. E eu não sabia o que dizer ou como agir, mas de um coisa tinha a certeza: não poderia ficar parada enquanto ele caía numa depressão. Com esta determinação, levantei-me indo ao seu encontro. Ajoelhando-me ao seu lado, acariciei inocentemente o seu rosto molhado pelas suas lágrimas.
- Harry, não podes ficar aqui deitado a noite inteira. - constatei e ele fechou os olhos com toda a força - Anda comigo, eu vou-te fazer algo para comer. - e mais uma vez o rapaz não me respondeu - Harry, estás-me a ouvir!? Levanta-te, já! - ordenei tal como uma mãe faria. Porém, ele continuou a ignorar-me, algo que eu não gostava muito. - Pelo amor de Deus, que idade tens? 5 anos!? Levanta-te! - exigi com muita mais força na minha voz, o que o pareceu assustar. Em menos de nada, e já com os olhos abertos, Harry recompôs-se levantando-se do piso de madeira.
- Eu não tenho fome. - resmungou como faria exatamente uma criança de 5 anos, tal como eu predissera.
- Anda lá, chega de birras... - puxei o seu braço arrastando-o até à cozinha - Tu vens comigo, vais comer e não te vais queixar. Vá, senta-te aí.
- Tu és mesmo chata. - murmurou sentando-se no banco que lhe indicara.
- Preferias que eu fosse embora e te deixasse ali no chão a chorar para o resto da tua vida? - perguntei ironicamente enquanto procurava alguma coisa que pudesse ser cozinhada no momento.
- Sim. - respondeu indiferente.
- O quê!? - exclamei indignadíssima virando-me para ele de olhos arregalados - Ok! Eu vou embora.
Sem esperar muito, saí da cozinha, agora também eu chateada, em direção à sala para pegar no telemóvel que lá tinha deixado. Harry, não conformado, seguiu-me até lá, impedindo-me mais tarde de sair da divisão.
- Tu não vais embora. - os seus olhos fitaram os meus de uma maneira meio que assustadora - Vai ficar aqui comigo.
- Então, por favor, deixa-me ajudar-te. - coloquei as mãos na cintura devido à minha irritação e ele acenou levemente. - E ai de ti que te queixes, ouviste?
- Sim, chefe. - concordou deixando-me regressar à cozinha.
(...)
Quando entrei na cozinha, Harry já estava a terminar o jantar que tinha feito especialmente. Ao notar a minha presença, o seu triste olhar focou-se em mim esperando que eu dissesse alguma coisa.
- A água já está quente. - informei referindo-me ao banho que lhe havia preparado.
- Obrigado, Jo. - o seu corpo levantou-se aproveitando naquele exato momento para tirar a tshirt que trazia. Porque é que ele se estava a despedir enquanto fazia a trajetória para a casa de banho? não podia fazer isso quando estivesse lá dentro, sozinho? Eu não sou de ferro... Já me é quase impossível negar que não tenho uma atração por ele e ele faz estas coisas à minha frente.
Depois de acalmar um pouco as minhas hormonas, decidi arrumar a loiça que tinha sujado durante a noite, colocando-a na máquina de lavar. E, enquanto esperava que o moço saísse do seu banho, fiquei parada em frente da janela da cozinha sendo que imensas imagens do seu torso insistiam em dar replay na minha cabeça. Estava difícil esquecer os seus músculos cobertos de tatuagens...
- Acho que vou dormir, só quero que este dia acabe. - a sua voz surgiu atrás de mim assustando-me.
- Fazes muito bem. - sorri passando a mão pelas suas costas já cobertas por uma camisola - Eu também vou para casa. Tem uma boa noite. - abracei o rapaz dando-lhe dois bejos na face.
Não demorou muito para que estivesse deitada na minha confortável cama, encarando o teto, sem vontade de dormir. Tudo ainda era muito surreal para mim. Eu não sabia se havia de confrontar Scar para saber o lado dela da história. Ela provavelmente não iria querer falar sobre isto, mas nós éramos amigas. Foi por isso que, na minha cabeça, decidi que no dia seguinte me iria encontrar com a loira e iríamos ter uma longa conversa.
Foi quando eu estava quase a adormecer com os meus pensamentos que o telemóvel, na mesinha de cabeceira, vibrou. Era uma mensagem muito peculiar.
"Não consigo dormir e estou excitado" dizia. Antes mesmo de poder responder, outra mensagem chegou à minha caixa de correio "Desculpa estar-te a dizer isto, mas não sei com quem falar."
"Não faz mal, Harry. Eu disse que estava disposta a te ajudar" respondi.
"E ajudas-me com isto?" perguntou claramente referindo-se à sua situação.
"Queres que vá aí ter?" escrevi ao mesmo tempo que um ligeiro nervosismo começava a aparecer no meu estômago.
"Por favor" foi a'última mensagem que recebi antes de sair de casa.
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eu paro sempre na melhor parte :)
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Sex Floor | Harry
FanfictionOs gemidos do apartamento do lado deixavam-me ainda mais excitada. ATENÇÃO: Linguagem sexual explícita. Se não gostas deste tipo de literatura, não leias 2015