𝙎𝙏𝙍𝘼𝙔 𝙆𝙄𝘿𝙎 𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎

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    ...Observo seu olhar antes caloroso se esfriar, e aquela névoa se faz presente no cômodo pequeno e frio, você era tudo que eu queria, tudo que eu mais desejava.
Sua voz carinhosa se torna cada vez mais ríspida , sempre falando pouco e evitando meus olhos.

— Min — minha voz saiu como uma última súplica de afeto, mas seu silêncio me fez vacilar novamente

— estou cansado, o trabalho 'tá me matando — se jogou na cama, ele estava com os olhos fechados, sua respiração pesada fazia meu coração apertar cada vez mais, eu fiz isso com ele, eu estou acabando com a vida dele — amanhã vou chegar mais tarde, não precisa se preocupar, pode dormir

— por quê você está fazendo isso? — disparo o interrompendo, seus olhos enfim se abriram, mas ainda não consigo ter seu olhar pra mim

— você quer discutir novamente?

— eu não queria discutir... em nenhuma das vezes

— então por quê você vem até mim? Qual a sua intenção em guardar tudo e jogar na minha cara?

— e o que você quer que eu faça? — me encolhi no canto da cama, estava sentada com a cabeça apoiada nas mãos, sinto meu coração cada vez mais pesado

— eu quero que você me deixe em paz! Se você me ama como você tanto diz, então para de me causar problemas!

— Minho, eu só queria que você estivesse comigo! — aumentei meu tom de voz a cada palavra, com aquele sentimento afundando meu peito e deixando minha visão turva, minha cabeça lateja em pensar em cada discussão — estou tentando falar com você a dias e você me evita, tudo pra você é superficial, entre eu e seus colegas, eu sou menos importante

— você sempre coloca a culpa nos outros, mas e o que você faz pelo nosso relacionamento? Eu trabalho dia e noite, estou dando meu máximo e você nunca está satisfeita, talvez eu devêsse ter escutado os conselhos dos meus pais , uma doente como você só vai acabar com meus planos — ele soltou tudo com muita veracidade, dificultando minha velocidade em digerir tudo que me foi dito.

Levantei sem mais palavras, sem mais argumentos ou reclamações, meus pés pareciam pesar, queria virar para ele e encará-lo, mas isso seria ainda mais sufocante. Puxei minha mochila do fundo do armário, estava usando apenas uma camisa, uma camisa dele, pus minhas roupas na mochila sem nem olhar para trás, mas ainda escutava sua respiração dizendo " não aguento mais essa mulher" isso era nítido.

— você me odeia a quanto tempo? — não consegui conter minha vontade e olhei, pela primeira vez nossos olhos se encontraram

— odiar você nunca passou pela minha cabeça. — suspirou tentando se acalmar

— Mas você odeia tudo em mim mesmo assim — e então ele suspirou com os olhos cheios de lágrimas, eu o acompanho nisso

— eu não queria falar isso — soluçou, mas me mantive forte. Terminei minhas malas, vesti uma calça e tirei aquela camisa, revelando um corpo que ele não via à muitos meses, seus olhos foram direto onde eu menos desejava, e sua boca abriu mas ele não conseguia formular nenhuma frase, apenas me olhar incrédulo, ele desmoronou por não ter percebido em momento algum

— você entende que eu queria você aqui? — ele chorava como um bebê, e antes que eu pudesse me virar ele se joga aos meus pés, abraçando minha barriga

— me perdoa por tudo que eu falei, por favor! — suplicou aos prantos — me desculpa...

— eu não quero ter que implorar por você, não quero que meu filho faça isso também — me desprendi de seu abraço, me vesti e enfim consegui sair daquele lugar, lugar esse que nunca mais me atrevo a voltar.

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tbm vou perder ele galerinha