Estou indo ao cemitério levar flores para minha mãe. Uma neblina gelada paira sobre Seattle, deixando o local com um ar misterioso e apavorante. Mas não tenho mais medo. A pior coisa que poderia acontecer comigo já aconteceu.
Minha mãe morreu faz alguns dias, em um terrível acidente de carro, e eu nunca me senti tão mal. Ela era minha inspiração, meu ponto de paz, companheira de todas as horas. Ela era minha alegria. Sei que tenho amigos, mas não da pra comparar. A dor que estou sentindo é tamanha que não consigo explicar. Eu queria ter ido no lugar dela.
São quase 18:00 da tarde, o céu já está começando a escurecer, e o vento cortante está cada vez mais gelado. Me apresso para achar o túmulo de minha mãe, e rapidamente encontro.Diana Martinez
⭐ 28/02/1976
† 11/08/2014Sinto uma dor tão grande ao ver. Instantaneamente lágrimas se formam em meus olhos e descem pelo meu rosto. Por que Deus tirou ela de mim tão cedo? Ainda tínhamos tanto para aproveitar. Juntas.
Mas agora sou só eu, sozinha. Sei que meus amigos estão comigo, aliás, eles estão muito preocupados comigo. Eu não paro de chorar um segundo, não saio do quarto nem pra comer. Se é que eu posso chamar aquilo de quarto.
Meus pais se separaram faz 6 meses, eu morava com minha mãe aqui em Seattle e meu pai mora em Monroe, uma cidade demasiada longe daqui, com sua esposa e o filho dela. Meu tio me ofereceu temporariamente a casa dele, e eu não tive escolha. Estou dormindo em um cômodo nos fundos da casa, pequeno e sujo. Mas eu não culpo meu tio, sei que ele só quer ajudar, se não fosse por ele, nem sei onde eu iria ficar. Foi ele que me trouxe aqui.
Me sento no gramado úmido e gelado ao lado da lápide.
"Oi, mãe. Vim te fazer uma visita... Sabia que nesse pequeno intervalo de tempo você já está fazendo muita falta? Meu tio não faz o achocolatado no ponto certo como você. E ele não sabe a marca certa de sorvete. Ele comprou um que eu quase cuspi na hora que eu comi. Mas não fiz isso, porque ele está sendo legal comigo." Lentamente coloco um pequeno vaso de orquídeas brancas em frente à lápide. "Eu trouxe pra você. São as suas preferidas." Minha mãe adorava tudo em relação a natureza, tínhamos flores em muitas partes da nossa casa, de todos os tipos, mas suas preferidas eram essas. E as minhas também. Amo tudo o que ela ama, e amo ela também.
As coisas vão ficar difíceis... Não vou ficar na casa do meu tio pra sempre. E também não quero ir para Monroe, morar com meu pai. Se eu, aqui, perto de familiares, dos meus melhores amigos, e da minha escola, já me sinto mal, imagine em um lugar em que não conheço ninguém! Só tenho 15 anos, não quero ficar sozinha, mas sei que vou ter que ir, alguma hora. Não tem outro jeito.
Eu só queria minha mãe de volta. Sinto falta da voz doce dela. De seu sorriso. De seus olhos verdes, iguais aos meus. De sua alegria contagiosa. De tudo em relação a ela.
Mas agora não tem mais volta, só me restam as lembranças. Vou ter que tentar manter a cabeça erguida.***
Não sei quanto tempo passou enquanto eu estava ali sentada, mas o céu já estava inteiramente escuro, e uma chuva leve começava a cair.
"Tenho que ir mãe, eu vou tentar te visitar assim que puder. As flores são lindas, espero que você goste." Dou um pequeno sorriso, e me levanto. Meu tio disse que ia estar em um pequeno bar na esquina, conversando com amigos. Rapidamente vou ao seu encontro. Ele se despede dos amigos e sai do estabelecimento.
"Desculpe a demora, tio."
"Você sabe que não precisa se desculpar, poderia ficar o tempo que quiser." Dou um sorriso, e um obrigado e entramos no carro.
Quando chegamos, vou direto pra cozinha, e encontro Belinda, esposa do tio Martin, preparando o jantar.
"Oi, que bom que voltaram!" Ela diz, animada como sempre. "Bem na hora, estou fazendo a janta. Por que não se senta com a gente hoje, Isabella? Por favor, sei que está sofrendo, mas tem que se alimentar direito, e você só come sorvete!" Ela me da um olhar repreensível, mas logo sorri. "Por favor, meu filho está aí hoje, vocês podem se conhecer melhor, afinal, vocês são primos."
Não consigo dizer não para o pedido, mas antes, vou até o quarto trocar de roupa. É verdade, ainda não havia jantado na mesa, trazia minha comida para o quarto ou simplesmente pegava um pote de sorvete e comia. Mas eles tem feito muito por mim, então hoje eu vou jantar junto com eles. E conhecer meu primo, afinal, ele nunca estava em casa, ainda não o tinha visto...************
Os primeiros capítulos estão pequenos, me desculpem. Prometo melhorar!
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Being Strong
Genç KurguDepois da morte de sua mãe, Isabella tem que seguir em frente com sua vida e enfrentar seus problemas. Ela vai conhecer novas pessoas, viver novas emoções, e quem sabe encontrar um novo amor? Mas nem tudo é tão fácil, e ela vai ter que aprender a li...