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POV MICHAEL

Ashton e Evelyn tinham mudado.

Não se falavam, não diziam nem O  nem Adeus, não dirigiam o olhar, nem quando iam ao cacifo ao mesmo tempo, que era quando mais perto estavam. Era como se não se conhecessem.

Eu sei porque todos os dias os via e reparava neles, reparava na mudança de olhar quando eles passavam um pelo outro e pareciam bem, quase que apenas para mostrar que estavam bem, e quando supostamente ninguém os via e eles não pareciam os mesmos, com um olhar triste.

Evelyn já quase que não andava connosco, rapazes, a não ser comigo e/ou Calum, muito de vez em quando, e eu reparava no olhar dela, que ela não estava bem, mas mesmo assim tentava fazer o seu melhor sorriso, por muito que eu soubesse que não era genuíno, que cada vez que o fazia ela pensava nele.

Ashton sempre que estava connosco não parecia estar ali, sempre com os fones, com a cabeça noutro sítio, e mesmo que cada vez que ele dissesse que estava a ouvir, eu sabia que na verdade ele estava a pensar nela.

Estavam assim há pelo menos duas semanas.

Houve um dia em que Ashton se tinha esquecido dos fones dele em casa, por isso eu emprestei-lhe os meus, e quando ele os conectou ao telemovel, reparei que ele ouvia sempre a mesma música, sempre o Remembering Sunday dos All Time Low.

Mais tarde, no mesmo dia, ia para casa pelo caminho normal, que passava pela rua da casa da Eve, quando, vi o Ashton, no jardim da frente dela, a mandar pedras para a sua janela, enquanto a chamava.

Ashton - Eve!? Eve! Evelyn! Evelyn, por favor, eu sei que estás aí, e que me consegues ouvir! Valá! Evelyn! Eu posso explicar! Eu juro! Eu juro que não fui eu! Se me deixasses falar contigo! Evelyn! Eve...

Mas depois de várias tentativas vãs, ele desistiu, e acabou por se afastar, ainda olhando uma última vez, antes de voltar a caminhar, cabisbaixo, em direção a sua casa.

No dia seguinte, eu caminhava pelo corredor dos cacifos, para trocar de livros, quando vi o Ashton a dirigir-se a nós, mais específicamente a mim, com uma cara de quem pedia ajuda.

Ashton - Ajuda-me, por favor!

Michael - O que se passa?

Ashton - Eu já não sei o que fazer, preciso mesmo que me ajudes a convencer a Evelyn a ouvir-me. Ajudas?

Ele explicou-me o que realmente tinha acontecido.

Quando Evelyn lhe deu uma estalada, Abigail sabia que se tinha de vingar e todos notavam na maneira de como Evelyn e Ashton eram próximos, por isso, apenas bastava desfazer isso e poderia vê-la a sofrer.

E foi isso que fez. Foi até ao cacifo de Evelyn e usou o código de emergência, que servia para quando se perdia o código do cacifo - e era o mesmo para todos - estragou o trabalho da Evelyn e deixou "as provas do crime" no cacifo do Ashton. O resto já se sabe.

Eu olhei para ele, já farto de os ver e pensar no quão errado aquilo estava, de pensar de como tinha sido eu a provocar aquilo, de como se a Abigail não implicasse connosco, por eu ter acabado com ela, nada disto teria acontecido, e respondi.

Michael - Pode ser que, depois da aula de Ciências, eu tenha uma música nova, para a banda.

Ashton - Oh meu Deus, obrigado!

Eu sorri. Passei uma aula de Ciências a escrever uma música numa folha à parte, a olhar para a Evelyn, que parecia estar num lugar muito distante da aula, provavelmente a pensar no Ashton.

Depois das aulas desse mesmo dia, reunímo-nos na garagem da casa de Ashton, onde trabalhámos a música, e notou-se na maneira de como ele estava focado naquilo, na maneira de como dizia que tínhamos de continuar até ficar perfeito.

Quando tínhamos a música feita, gravámos e, quando cheguei a casa passei a música para um cd e escrevi nele a caneta permanente o nome que lhe tinha dado.

No dia a seguir, dei o cd para as mãos de Ashton, que me agradeceu não-sei-quantas vezes, e todas elas eu respondi que não aquilo que tinha feito não era nada.

Na aula a seguir, vi-o a escrever quase que compulsivamente, alguma coisa que não era os apontamentos de Geografia, tenho a certeza disso.

Evelyn saíu às mesmas horas desde que ela e Ashton se tinham deixado de falar, e se tinham afastado, mas ele saíu ainda mais cedo do que o normal, ainda mais cedo do que ela. Desejei-lhe sorte.

Durante o caminho que eu faço habitualmente da escola infernal para a minha alegre casa não conseguia deixar de que os tinha acabado de ajudar, de que se calhar tinha-os juntado de novo e sorri para mim mesmo, orgulhoso disso.

Pensei no dia em que vi o Ashton a mandar pedrinhas para a janela da Evelyn, na maneira de como se notava em como ela estava na verdade, na maneira de como ela tinha deixado de desenhar nas aulas ou de escrever letras de músicas, e limitava-se a olhar para o caderno, sempre noutro mundo a pensar nele, maneira de como ele me olhou quando me pediu ajuda, na maneira de como ele tocava no dia em que eu escrevi a música, no Remembering Sunday.

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Hey!

Oh meu Deus... Eu sinto-me como se acabasse de escrever uma música emo ou assim.

Espero que não vos tenha aborrecido/chateado/enjoado com este capítulo minorca, que provavelmente está imansamente aborrecido/enjoativo/lamechas/bleh.

Vendo o lado bom da coisa, um capítulo só com o POV do Michael! Yey!... não? Ok.

Mas, mesmo assim, peço-vos que votem, comentem.

Eu e o robot mensageiro/mordomo/micro-ondas adoramos-vos!!

Sayonara

sofiaxx

School ✏️ 5SOSOnde histórias criam vida. Descubra agora