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Aquele era um dia, um pouco mais atarefado, e que ficou marcado na minha memória.

Nos últimos minutos da aula de Geografia, olhava para o relógio, quase de minuto a minuto, e a sensação de nervosismo, na barriga era cada vez mais intensa.

Tentei não pensar na final do torneio interescolar de basketball, que iria ser logo a seguir àquela aula, e dei comigo a olhar para Ashton.

Lembrei-me da noite de sábado, em que tínhamos estado a ver o Ace Ventura no computador, e das 6 e meia da manhã de domingo, quando ficámos a olhar para o céu, a ver as cores claras que pareciam misturar-se com as nuvens, e senti novamente borboletas na barriga.

Olhei novamente para o relógio. De repente parecia que os ponteiros demoravam mais tempo a mudar de posição do que uma temporada do Sherlock demorava a ser feita - o que é bastante difícil.

Mas, de repente, foi como se deixassem escapar um episódio especial, e ouvimos o som estridente do toque da campainha.

Nããããooo!!! pensei. Deixei-me vencer pela sensação que tinha na barriga de nervosismo, e foi como se de repente a minha cabeça caísse em cima dos livros.

Eu não queria jogar. Nos dois últimos jogos eu não tinha jogado praticamente nada comparando com os rapazes, e se era para isso acontecer outra vez, eu preferia não jogar.

- Eve? - ouvi uma voz, misturada com um pequeno riso - O que é que estás a fazer?

Levantei a cabeça para ver Ashton.

Evelyn - Eu estou... - olhei rapidamente para o livro e depois para ele - a calcular... a população absoluta...?

Ele riu-se como um miúdo de 6 anos, fazendo-me sorrir.

Ashton - Anda lá, temos de nos ir trocar... - estendeu a mão para me ajudar a levantar.

Eu aceitei, e, já levantada, arrumei tudo na minha mochila. Pus a mesma às costas e ambos fomos pelos corredores até chegarmos até aos balneários.

Como nas outras vezes, eu fui mais para trás vestir-me, e assim que estava pronta, fui basicamente arrastada por Ashton até à entrada do campo.

Não tivémos muito tempo antes do jogo, visto que os da outra equipa tinham chegado mais cedo, só o tempo de avistar os nossos pais e amigos.

No segundo a seguir, tivemos de nos pôr em posição para começarmos a jogar.

Vou tentar resumir tudo, quanto ao jogo.

A bola começou na equipa adversária.

Durante a primeira parte, o jogo esteve - nunca pensei que fosse usar esta palavra mas, - renhido. Marcava um deles, marcava o Drew, marcava outro, marcava Tristan, marcava ainda outro, marcava Wesley, até chegar ao intervalo e as equipas ficarem empatadas.

O intervalo serviu um pouco para pensarmos melhor na estratégia, até voltarmos ao jogo.

Ashton marcou, um da outra equipa marcou, Keaton marcou, e outro marcou, Tristan voltou a marcar, e ainda outro da outra escola marcou também, até faltarem poucos segundos para acabar o jogo, e eu ter a bola na mão.

Estava a meio campo, e toda a gente estava marcada, por isso, respirei fundo e lembrei-me daquilo que Ashton me ensinara.

Lancei a bola o mais alto, e com mais força, possível em direção ao cesto, e foi como se as vozes de todos fossem abafadas, e a bola fosse pelo ar muito, muito devagar.

Vi-a a bater na tabela, e depois a girar no arco de ferro do cesto, durante um bocado, até afundar, e entrar no cesto, caindo no chão no preciso momento em que se ouviu o som agudo do apito.

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