Perseguida

Perdida

Pedro
Eu acho que já fazem 2 meses que Taylor entrou em coma, eu ainda tento achar um jeito de aceitar que talvez ela não volte..

Josué foi preso, por tentativa de homicídio, eu sinto que cada célula do meu corpo é culpada pelo que aconteceu com Taylor, afinal, foi meu padrasto que a assombrou. 

Estou em minha casa, tocando a guitarra e tentando fazer alguma letra produtiva para uma música que seria para Taylor, mas qualquer coisa que eu crie é insuficiente...

Deixo a guitarra de lado e me visto para ir no hospital, nesse tempo eu tenho esquecido de cuidar de mim, minha barba cresceu, eu a faço e visto minha jaqueta.

No caminho do hospital eu paro na casa de Jonas, eu prometi manter a família dele até que os irmãos cresçam e possam se sustentar, toco a companhia e a mãe dele abre a porta com um sorriso de orelha a orelha.

- Pedro, você está tão lindo!

- Obrigado tia Cida - Beijo a testa dela e a entrego um envelope - Tem 600 reais ai, assim que conseguir mais eu te dou.

Ela pega o envelope envergonhada.

- Pedro filho! Você não precisa de dinheiro? Como consegue isso?

- Tia relaxa, eu quero cuidar de vocês ok? - Coço a cabeça - É o marido novo da minha mãe... A última coisa que ele precisa e de dinheiro, a senhora sabe..

- Ah sim, ele é um banqueiro reconhecido aqui ne?

Aceno com a cabeça.

Os irmãos de Jonas saem correndo do quarto e pulam em mim.

Joao Pedro, 5 anos, Juliana, 8 anos e Laura, 12 anos.

Fico na casa dele cerca de 15 minutos, é mais do que consigo suportar.

- Ele está em todos os lugares por aqui né meu filho? - Fala Cida a mãe dele - Mas alguma coisa me diz que ele está bem viu?

Aceno com a cabeça e engulo o choro.

- Bom tia, quando eu receber mais dinheiro dos shows eu venho te deixar a sua parte ok?

- Obrigada meu filho...

A banda continua, mesma formação, menos o vocalista que era Jonas e agora é Túlio, um garoto lá da faculdade.

Levanto e saio da casa dela.

Estou andando na rua pronto para ir para o hospital quando uma menina passa por mim, agarra a minha gola e me beija, afasto ela, não é alguém que eu conheça.

- Tirou? - ela grita.

- Tireei! - Grita uma menina atrás dela.

Ela esta com uma maquina nas mãos.

- Foi mal mas eu precisava te beijar! Sou sua fã.

- Não faz isso ok? - Falo azedo - Eu não to atrás de groopie.

- Pode me dar um autografo?

- Onde?

Ela tira a blusa sem o menos índice de vergonha e sorri.

- No meu peito.

Assino rapidamente e me afasto delas, ambas gritam loucamente atrás de mim.

Chego no hospital e vou para o quarto de Taylor, ela continua imóvel, continua linda.

As maquinas que ela usava reduziram, tiraram o colar cervical dela e agora ela parece mais ela.
A não ser pelo braço tomando soro e um pequeno fio respirador no nariz dela.

- Quando você volta meu amor? - Digo colocando a cabeça encostada em sua barriga - Eu sinto tanto a sua falta...

Meu celular vibra.

- Fala mongol - Diz Daniele antes que eu possa dizer qualquer coisa - Olha to passando na casa da Taylor pra deixar umas coisas e já vou pro hospital.

- Eu to aqui...

- Chiclete, desgruda cara, ela está em coma mas aposto que não tá mais te aguentando.

- Obrigado...

- Aguenta ai, to chegando.

Taylor

Eu estou no meu quarto, passei o dia procurando meu corpo mas não sei como fazer para encontrar.

A porta abre e é Dani! Meu deus já faz um bom tempo que eu não vejo ela.

- Dani! - falo - Que saudade.

Dani limpa lágrimas do rosto.

- Porque você fez isso Tay? Caralho burrice tem limite cara... Quando você volta? - Ela sussurra olhando para minha cama, exatamente onde estou.

- Você tá me vendo? - Me levanto mas ela não acompanha - Claro que não...

Abraço ela e ela se arrepia, mas não fala uma só palavra, apenas deixa uma caixa de fotos na minha cama e sai do quarto.

Vou atrás dela.