Perseguida

Um dia como Pedro

Helena

Esta tudo certo para amanhã, eu paguei ao enfermeiro do laboratório para falsificar o resultado dos exames, o Pedro vai ser meu custe o que custar, eu amo ele, para ele me amar é apenas uma questão de tempo.

Pedro

Hoje é o dia da verdade.

Levanto cedo e me visto, pego minha jaqueta e dois capacetes, subo em minha moto e vou para a casa de Helena, ela me espera na entrada de sua casa, sobe em minha garupa e agarra a minha cintura acariciando.

- Pode segurar na moto por favor? 

- Desculpa - Ela tira suas mãos de minha cintura.

Estamos no laboratório aguardando o resultado no exame.

- Pê você pode por favor parar de bater sua perna loucamente? Ta me deixando mais nervosa ainda.

Me levanto e me encosto na parede, penso somente em Taylor.

- Chegou! - Acena Helena - Como eu disse, você é pai!

Arranco o papel da mãe dela e vou atrás do enfermeiro que deu o resultado, empurro ele na sala do zelador e pergunto.

- Ela pagou a você?

Ele fica nervoso.

- Quanto ela pagou?

- Veja bem, eu tenho 4 filhos para criar e o dinheiro daqui não esta dando... Me desculpe eu nunca fiz isso.

- Quanto?

- 1500 reais...

Tiro minha carteira e escrevo um cheque com o mesmo valor para ele.

- Pode tirar, e por favor não se venda de novo, não vale a pena perder sua dignidade por armações de pessoas, o senhor poderia sair daqui preso.

Ele acena com a cabeça.

- Eu não vou esquecer de você jovem..

Eu saio da sala e mando Helena subir na moto.

Estamos parados na frente da casa dela.

- Podemos conversar - Eu falo.

- Claro! Entra!

- Não fique tão feliz Helena.

Eu me sento no sofá ao lado dela.

- Eu sei o que fez.

- Que?

- Não se faz de imbecil.

- O que eu fiz?

Respiro fundo.

- Você pagou um homem para mentir um resultado de dna.

Ela fica mais branca que papel.

- Olha Helena, quem é o pai?

- Você.

- HELENA PORRA EU TO TENTANDO NÃO TE ESGANAR NESTE EXATO MOMENTO!

- Pedro por favor assume! Eu preciso de você, a gente dizia que ia se casar lembra?

Eu me levanto passando a mão em meu cabelo em um ato de desespero.

- Você sabe que eu amo você! Por favor não faz isso, você sabe o quanto fica sexy com esse cabelo bagunçado.

- Cala a boca.

Ela se cala.

- Quem é o pai?

- Marcus.

- O cara que matou o meu irmão? E QUE TA PRESO?

- Sim...

- Quando?

- Na noite que acabou comigo antes do coma.

- Você sabia que ele estava por la? - Eu pergunto -  Você sabia que ele estava na praia?

- Somente eu sabia.

- Se tivesse falado o Jonas estaria aqui agora... porque?

- Ele queria a Taylor, e eu queria ela fora da jogada.

- Entende uma coisa, eu tenho nojo de você, NOJO!

Ela se encolhe.

- Preferia que me batesse agora ao invés de falar essas coisas...

- Eu não sou deste nivel - Eu falo - Boa sorte com seu bebê.

Saio da casa dela e vou direto para a casa de Taylor, escuto um som doce saindo da casa dela e olho pela janela, ela está com roupas largas para seu corpo, sentada em um piano tocando uma musica que reconheço "Clair de lune - Debussy" , e um gato preto se acomoda em cima do piano em que ela toca, seus cabelos estão presos e ela está com o rosto vermelho.

Odeio o fato de ela estar triste.

Bato lentamente na janela para não assustar a ela que se vira para mim e com o semblante totalmente triste aponta para a porta se levantando.