Uma visão?

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Preciso descobrir o porquê dele me querer assim, o porquê dele está fazendo isso... Não consigo entender, tem tantas vampiras e até mesmo Dhampirs que matariam para ficar com o futuro rei o clã Belikov...

Eu sei que ele precisa de uma rainha para ser coroado, é a lei, o rei só pode ser coroado se tiver uma rainha e vice-versa. Mas, por que eu?

Que merda, Jason! Vou acabar louca com essa história.

  Alguns poucos minutos depois Jason aparece no meu quarto junto com mais dois vampiros que vão logo pegando as minhas malas e levando para fora.

  - Vamos, meu bem? - Manda mais do que pergunta.

  Bufo de raiva e passo por ele.

  Continuo andando a caminho do lado de fora do castelo quando encontro Meg. Nos trocamos olhares, respiramos fundo e damos as mãos. Passaríamos por aquilo juntas, como as irmãs que somos.

  Encontramos cinco carros na frente do castelo. Dois Porsches, um preto e um amarelo, um volvo vermelho e duas vans pretas, um na frente e outra atrás. Lá estavam Jason, Ian, Melody e mais um mundaréu de vampiros que deveriam ser os seguranças.

  Jason entra no Porsche preto e eu sou obrigada a ir com ele. Na verdade fico até felizinha pelo carro preto ser o dele, era o mais bonito e menos espalhafatoso. Eu sempre tive uma paixãozinha por carros lá no fundo. Meg vai com Ian no Porsche amarelo, Melody no volvo vermelho e os seguranças nas vans atrás de Melody.

  Jason está calado e eu fico agradecida por isso. Encosto minha cabeça na janela e começo a pensar sobre tudo que estava acontecendo.

  Por que as coisas tinham que acontecer assim? Eu e minha melhor amiga com as vidas arruinadas... Minha mãe querendo começar uma guerra... Oh meu Deus...

  Meus pais sempre se amaram, mas não conseguiram ficar juntos por causa do pai da minha mãe, meu avô, ele prometeu matar o meu pai e a mim se Alessia não se separasse e assumisse seu "real compromisso". Ele a fez prometer me esquecer e nunca manter contato comigo, mas antes de ir embora minha mãe tirou uma foto comigo bebê em seu colo e meu deixou uma carta. Apesar de sentir raiva dela por nunca ter me procurado depois do meu nascimento, a foto e a carta são os bens mais preciosos que tenho, guardo-os dentro de uma caixinha de veludo, a qual também foi deixada pela minha mãe. Estou levando-os dentro da minha bolsa comigo, resolvo lê-la, preciso sentir que minha mãe está minimamente perto de mim.

  Pego a bolsa, tiro a caixinha, abro a carta e começo a ler mentalmente.

  "Minha bebê... Você é maravilhosa, uma doce mistura minha e do seu pai, fruto de um grande amor, o maior que o mundo já viu. O seu pai, meu ex-marido, é a minha alma gêmea, o único homem que amei e vou amar, mas nunca como amo você. Quero que saiba que já te amava desde o dia que sabia que você estava crescendo dentro de mim e que sempre vou te amar. Quando te segurei nos meus braços pela primeira vez foi uma sensação completamente diferente de tudo que já presenciei, foi literalmente mágica, queria que durasse para sempre, mas infelizmente não durou. Você é a minha maior jóia, minha maior conquista e meu maior orgulho. Fazia, faço e farei tudo o que puder para te deixar segura, minha princesa. Saiba que nunca estará sozinha e que por mais distante que eu estiver, estarei pensando em você e no seu pai, sonhando em que um dia nós possamos nos tornar uma família novamente. Saiba que eu nunca quis abandonar vocês, que não tive escolha, fiz isso para a sua segurança, pois meu pai, seu avô, me obrigou e os amaçou. Minha Katherine... Minha doce, perfeita e tranquila menininha Katherine... Eu só te peço uma coisa: por favor nunca duvide do meu amor por você.

  Com amor, carinho e saudade;

  Alessia, sua mãe."

  Estou segurando a carta contra meu peito quando acordo do transe, parecia uma visão do passado, eu estava vendo a minha mãe escrever essa carta, a vi chorar enquanto escrevia, nunca passei por algo assim, é estranho, assustador e ao mesmo tempo comovente, ver a minha mãe chorando ao escrever como se eu estivesse com ela. Respiro fundo e sinto uma lágrima descendo.

  Oh mãe... Por que você não está aqui comigo? Eu preciso tanto de você agora... Não sei o que fazer...

  - Hey... - escutei a voz rouca e grave de Jason que me tira dos meus devaneios. Ele falou em um tom de voz completamente diferente do qualquer um que já tinha o ouvido falar antes, além de parecer completamente envergonhado. - Me desculpa por tudo, mas não tinha outro jeito... - Fala enquanto limpa a minha lágrima solitária com as costas da sua mão.

  Por mais que tivesse se desculpado não havia indícios de arrependimento em sua voz, mas... Havia algo... Compaixão.

  Fico chocada por ele se desculpar e falar naquele tão de voz tom calmo comigo e mais chocada ainda por me sentir tranquilizada por isso.

  Apenas assinto com a cabeça e ele esboça um sorriso, mas um sorriso de verdade e não um dos seus sorrisos maliciosos e frios. Logo depois ele liga o som do carro em uma rádio qualquer. 

  Uma música que eu amo toca na estação: "Good Girl Gone Bad" da Rihanna, quando atingi o final da música não consegui me segurar e começo a cantar.

  "Easy for a good girl to gone bad
(É fácil para uma boa garota se tornar má)

   And once we've gone (gone)
(E quando nos tornamos)

   There's belief we've gone forever
(Pode acreditar que é para sempre)

   Don't be the reason
(Não seja a razão)

   Don't be the reason
(Não seja a razão)

   You better learn how to treat us right
(É melhor você aprender a nos tratar direito)

   Cause onces a good girl goes bad
(Porque quando uma boa garota se torna má)

   We die forever  
(Nós morremos para sempre)

   We've gone forever
(Nós nos tornamos para sempre)

   We've gone forever
(Nós nos tornamos para sempre)"

  Olho para Jason enquanto canto, ele parece absorver cada palavra que sai da minha boca, como se sua vida dependesse disso. Na verdade a música era perfeita para passar uma mensagem para ele.

  É melhor ele me tratar direito. Ele entende, porque quando a música acaba ele me olha e fala:

  - Se você cantar para mim desse jeito, eu faço o que você quiser. - E abre um sorriso encantador, mostrando os seus dentes brancos. No mesmo momento eu fico sem graça com aquele sorriso e sinto meus músculos se contraírem de uma maneira diferente. Não sei se gosto dessa sensação.

Bad Blood - A Caçadora de VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora