Capítulo 11.

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Os dias foram se passando e a comida na casa de Nathan acabando, Rafael ainda não havia se acostumado com os frutos de primavera e outono e com os guardas a nossa procura, estava difícil conseguirmos sair.

Esse mês ainda não tivemos nenhuma resposta, eu estava preocupada. Sem poder sair eu não saberia se Amanda estava livre de Enrico e se ele fora preso.Rafael estava inquieto sem notícias, toda manhã ele ia para o vilarejo e via as notícias . Nada!

Alguns cartazes estavam nos procurando, mas eram poucos, mesmo assim era preocupante.Uma brecha e já éramos.

-Não aguento mais essa pressão!-exclamei.

-A pressão está muito forte mas devemos nos manter calmos.-Rafael disse parecendo calmo.

-Venha!-eu disse colocando meu capuz e me dirigindo a porta - Vamos colher frutos.

A falta de ânimo em Rafael era notável e aceitável.Crescer num lugar escondido e comer os frutos que só existem lá sua vida inteira também me deixaria chata com comida.

Enquanto nos dirigíamos a floresta caiu em mim a brilhante ideia de irmos pra Floresta Branca e colher frutos por lá.

-Rafa, qual é a entrada pelo sul na Floresta Branca?

- É um pouco longe daqui, mas não muito.-ele disse apontando pra trás - Por que resolveu ir lá?

-Vamos colher frutos, - disse me virando- e quem sabe não visitamos Nathan e lhe contamos as novidades.

Ele sorriu e foi nos guiando até o sul, não era muito diferente da entrada no norte, mesmo assim eu saberia que não era o caminho que me acostumei.
Quando eu entrei na Floresta pela primeira vez tive uma sensação boa, só que dessa vez meu coração deu um nó apertado e minha expressão endureceu.

-Mia?Você está bem?-Rafael perguntou.

-Sente?-eu perguntei.

-O que?

-Esse clima.

-Sinto!-ele disse e eu fiquei surpresa, não deveria , ele é um Guardião ele tem que sentir para nos proteger e isso é normal.Mas por que eu senti?

Olhei para os lados como se procurasse por algo e quando olhei pra cima, vi a coruja negra de Nathan.Quando ela me olhou fez um barulho como se quisesse que eu a seguisse e saiu voando,então soltei meu capuz e comecei a correr atrás dela.

-Mia!-Rafael gritou - Onde está indo?

-Me siga!-eu gritei.

Segui a coruja por um bom tempo, e quando eu já estava cansada, ela parou e me escondi atrás de um enorme tronco de árvore que havia caído e já estava seco.Senti um arrepio.
Rafael logo chegou e me cobriu com meu capuz achando que eu estava com frio, mas não era.

Ele se abaixou e se escondeu atrás do tronco comigo, observei quietinha duas sombras no meio da névoa que se formou.Uma era grande e forte, parecia um homem; já a outra era magra, tinha asas e é estava sendo arrastada pela primeira sombra.

As sombras foram se aproximando e tudo ficando mais nítido,eu consegui ouvir o grito fraco da fada das estações que estava sendo carregada por, Enrico?

-Me sol...olta!-ela dizia enquanto Enrico apertava seu pescoço com o braço e a arrastava pra longe.

-Cale a boca sua Fada, está me dando muito trabalho!Será a primeira a ser descartada depois de executar meu plano. -Enrico dizia apertando ainda mais seu pescoço.

-Você vai perder..... e.. e...eu vou ver is...isso.-ela disse tentando se soltar, tudo em vão.

-Nos seus sonhos.Ja chega!-ele cobriu o nariz dela com umas ervas e ela adormeceu.
Ele continuou a carrega lá até uma caverna e depois sumiu!

Rafael observou a cena com sangue nos olhos, eu estava quase indo lá matar aquele miserável, sorte dele que Rafael me segurou umas cinco vezes.Eu ainda não sabia seus planos e poderia acabar não conseguindo o matar.

-Obrigada Coruja.-eu disse e ela voou -Venha!Vamos até Nathan.-puxei Rafael pelo braço.

Fui calada o caminho inteiro, meu punho estava cerrado e eu não queria me acalmar.Esse.....

Chegamos na casa de Nathan e Rafael e batemos na porta, ninguém atendeu.Esperamos uns minutos e nada, isso era estranho.

-Que raios que está acontecendo nesse lugar!!!-eu dei um soco na porta gritando.

-Calma, ficar assim não muda nada.-Rafael disse me segurando para que eu não destruísse a porta.

-Nathan!!-gritei-Pare com isso e abra essa porta!

Não adiantou, ninguém abriu, nada aconteceu.Rafael me virou e enlaçou o braço por meu pescoço e minhas costas até meu braço direito e nos levou de volta pra casa.No meio do caminho pegamos alguns frutos e água.

Onde está Nathan?Será que Enrico.....NÃO!!!

Uma fuga pra Floresta BrancaOnde histórias criam vida. Descubra agora