Invadindo o Castelo II

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A rainha o inspecionou de cima a baixo com o olhar e depois se dirigiu ao filho chorando e correndo. Com um abraço mais que carinhoso, Rafael a envolveu e juntos ficaram chorando por alguns instantes.

Depois do momento emocionante ela finalmente percebeu a presença da filha.

-Crystal, mi-minha filha!-novamente com um sorriso abraçou a filha e a acariciou nos cabelos.

Demorou pouco tempo para com um semblante curioso e inseguro olhar para Nathan e eu, ela puxou os filhos consigo e se colocou na frente.

-Quem são vocês?

Nos ordenou a responder com a voz pouco falha, me encarou e seus olhos foram se abrindo.

-Você é aquela menina que foi condenada e está desaparecida!-acusou.

-Não se preocupe não viemos lhe fazer mal.-tentei acalma-la.

-Eles a acharam mamãe, depois ela me salvou das mãos de Enrico, temos muito o que explicar mas por enquanto é o podemos e devemos dizer.

-Seu filho me salvou, me salvou do destino que o seu servo me decretou, mas sei que como a escolha não foi sua, não posso e nem devo me exaltar. Viemos aqui lhe pedir ajuda.

-Mãe,eu...-Rafael estava emocionado demais para poder seguir a diante com o combibado.

Mas não iria os atrapalhar, os demos alguns minutos para que pudessem se "(re)conhecer". Toda hora emocionada ela passava a mão pelo filho como se procurasse alguma ferida que pudesse ser curada.

Ele a todo instante olhava pra ela e depois pra mim como se agradecesse por proporcionar esse encontro. Mesmo que por muitas circunstâncias ruins me tenham levado a aquela situação, agora vejo com meus olhos que tudo o que fiz teve um propósito, que posso ser feliz assim.

Queria rever meus pais também, e isso me trouxe certo desconforto, sinto que Nathan também estava emocionado e que se lembrava de algo do passado enquanto encarava o chão.

Ele passou seu braço esquerdo pelo meu pescoço e me trouxe para si, fiquei envergonhada com o gesto mas aceitei o carinho.

Não iria esquecer a cena no lago e nem o que eu já sentia por ele, mesmo que a todos os minutos lutasse para não aceitar, eu estava muito insegura com a questão de que ele podia se machucar mais ainda por mim, sinto que ele faria de tudo por mim, não sei se como amigo ou como algo a mais.

E isso me tira o sono, me deixa ansiosa, medo de que o herdeiro de Vienor volte, e cause mais mal a quem está perto de mim.

Meus pensamentos foram interrompidos com as batidas do coração de Nathan, eu ouvia quieta e serena, me deixou tranquila quanto a tudo, mas preocupada quanto a ele, não queria que algum dia ele parasse por minha causa.

A rainha se levantou secando as lágrima e abraçou Nathan que me soltou quando a viu.

-Obrigada! Obrigada por cuidar de meu filho por todos esses anos, eu agora entendo, ele corria perigo...

-Não precisa agradecer, Rafael era um menino e se tornou um homem por mérito próprio, o considero meu irmão.

-E você menina, me desculpa, mil desculpas, o que aconteceu com você foi horrível!-ela me abraçou carinhosamente chorando.

-Não se preocupe, o destino me colocou num caminho muito difícil, mas não sou infeliz, tenho minha família! A culpa não foi de Vossa Majestade.- falei olhando pra ela e depois pra minha família, Nathan, Rafael e até Crystal.

- Não me chame de Vossa Majestade queriada, me chame apenas de Melissa.- disse radiante.

Sorri diante de sua informalidade, olhei Rafael que estava feliz pela mãe e por mim.

Uma fuga pra Floresta BrancaOnde histórias criam vida. Descubra agora