Capítulo 11

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Permaneci mais calada que o normal durante o almoço, falando apenas quando me perguntavam alguma coisa ou me chamavam para contar algo. Meus pais ainda estavam entretidos em seus negócios artísticos enquanto Thomaz conversava com Mariana o tempo todo. Não prestei muita atenção, os quatro deviam estar discutindo sobre a produção e eu já não me importava com mais nada.

Quando levantamos, eu mal tinha tocado na comida. Seguimos para conversar na varanda, Thomaz à frente com meus mais e Marianinha ao meu lado. Ela deu um sorriso de canto de boca, estreitando os olhos.

_ Então você dormiu no Thomaz?

_ Hã? Ah... Dormi.

_ E só dormiram? _ paramos na porta.

_ É, eu fiquei muito bêbada e apaguei.

_ Hum... Eu não acredito em você. _ ela soltou tão rápido que eu me assustei.

_ Quê? Por quê?

_ Porque eu tô vendo um monte de chupões no seu pescoço e... _ levantou meu cabelo e gargalhou. _ mordidas escondidas.

_ Eu... eu, eu...

_ Você... você, você... ? Por que você tá corando? Ah, não é como se fosse sua primeira recaída com o Thomaz. Vocês já namoraram, isso é normal. _ ela estava me justificando e eu não desmentia. Aquilo estava virando uma bola de neve. Thomaz olhou na nossa direção e sorriu. _ Mas eu acho que ele ainda pode gostar de você de verdade. Cuidado pra ninguém se machucar, Valentina.

Quando ela foi para perto de Thomaz e meus pais, fiquei pensando nas suas palavras "cuidado pra ninguém se machucar, Valentina". Com certeza alguém sairia machucado dessa história. Não! Ninguém se machucaria porque eu tinha dado um basta, nunca mais aconteceria nada entre Gustavo e eu. Logo, eu não precisaria contar nada a Marianinha.

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Dessa vez não fecharam a rua mas fizeram uma comemoração, dentro de casa, do aniversário de Stela. Toda sua família, que não era pouca, e os amigos estavam lá conversando e rindo, animados. Como sempre, Anna e Luca haviam passado para me buscar e dessa vez não precisamos estacionar no final da rua.

_ Vocês chegaram! _ Stela nos abraçava tão linda no seu vestido roxo de chiffon, de gola alta que ia até os joelhos. Seus fios vermelhos estavam presos numa trança embutida e nos pés usava scarpins verdes. Mavi veio logo atrás, tão linda quanto, na sua pantalona de seda azul caneta e cropped branco de crochê. Como era baixinha, abusava dos saltos mais altos como os tamancos de couro cru que usava esta noite.

_ Parabéns! Você tá linda! _ nos abraçamos e entregamos os presentes que ela abriu como uma criança. Anna havia lhe comprado um filtro dos sonhos, Luca lhe presenteara com um kit de seis cervejas importadas e eu lhe dei dois ingressos Vips para assistir o Cirque Du Soleil, que eu sabia que ela era fascinada. _ Amei cada um! Vem que agora quero brindar com vocês!

Stela nos arrastou até o bar montado na varanda da sua casa e Mavi nos entregou copinhos de shots enquanto abria uma garrafa da tequila importada. Erguemos os copinhos e nos olhamos.

_ Se alguém um dia sentir um terço da felicidade que sinto por ter vocês, já pode se considerar plenamente feliz. Ao meu amor, _ olhou para Mavi que lhe sorriu. _ aos meus amigos, _ olhou para cada um de nós e encarou o céu _ à Sula! _ e virou a bebida num só gole.

Doce Vingança, livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora