Luiza, literalmente, lutava contra uma lata de leite em pó enquanto a frigideira queimava no fogão e a torneira da pia quase transbordava. Gustavo xingou enquanto fechava a água e apagava o fogo, colocando uma tampa para bloquear a fumaça saindo da frigideira.
_ Você quer destruir minha casa? _ tomou a lata da mão da irmã que resmungou alguma coisa e sorriu ao perceber que eu estava parada, logo atrás.
_ Entendi... Então era o Gustavo que precisava pedir pra você ficar... _ Luiza piscou um olho enquanto eu escondia meu rosto no peito de Gustavo que me abraçava, sorrindo. _ Tentei abrir essa lata de leite em pó mas acho que seu abridor tá cego.
_ Em primeiro lugar, abridor não fica cego e em segundo lugar... _ Gustavo arrancou o lacre, abrindo a lata de leite.
_ Por isso que eu prefiro leite em caixa...
_ Você pode ir tomar café na sua casa, se quiser. Minha cozinha agradece. _ Luiza mostrou a língua e Gustavo foi até a geladeira pegar ovos, suco, presunto e queijo branco, tirou torradas e pães do armário. _ Café ou suco?
_ Café. _ respondi, correspondendo o sorriso.
_ Logo de manhã na minha frente, não... por favor! _ Luiza separava uma torrada e fatias de presunto e queijo. _ Eu quero suco.
_ Então pega o copo e se serve, não sou seu mordomo... _ Gustavo quebrava os ovos na frigideira e salpicava um pouco de sal e pimenta.
_ Que humorzinho, hein! Nem parece que se deu bem essa noite, quem dormiu sozinha fui eu...
_ Luiza! _ advertiu a irmã que abocanhou um pedaço de queijo e lhe soltou um beijo.
Gustavo despejou ovos mexidos num prato que colocou no centro da bancada e despejou o café na garrafa térmica. Fui até a pia e servi um pouco numa xícara. Quando voltei para sentar num dos bancos altos, Gustavo me puxou e me colocou entre suas pernas. Sorri e ele me deu um beijo no rosto. Aquele café da manhã era de longe um dos mais agradável que já tive. Luiza com sua tagarelice e pouco filtro, não dava espaço para um diálogo. Ela falava e ela mesma respondia. Seu irmão e eu apenas riamos de tudo. Os dois tinham uma implicância cúmplice entre irmãos que eu adorava. Gustavo cortou um pedaço de pão e levou até meus lábios, que se abriram para receber o leve toque dos seus dedos. Nos encarávamos sem perceber que Luiza já estava há um bom tempo calada, até que fomos interrompidos pelo toque do interfone.
_ Pode deixar! Deve ser o motorista que chegou pra me buscar Minha mãe mandou uma mensagem avisando. _ Luiza se levantava, indo abraçar o irmão. Eu me levantei do colo de Gustavo, ficando encostada na bancada.
_ Não precisava. Eu podia levar você. _ Gustavo beijava o topo da cabeça da irmã.
_ Eu disse isso, também. Mas minha mãe disse que você "já tinha feito demais"...
_ Que porra é essa de ter feito demais? Você é minha irmã!
_ Eu sei, eu sei... mas deixa assim, o motorista já tá aqui embaixo, mesmo. E eu preciso ir. _ Luiza se jogou nos meus braços e estalou um beijo na minha bochecha. _ Tchau, Valentina!
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Doce Vingança, livro 01
Storie d'amore*OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL, OBRA REGISTRADA EM CARTÓRIO* Gustavo é acostumado a ter as coisas do seu jeito até cruzar o caminho da melhor amiga de Valentina. Ele nunca imaginaria que pagaria na mesma moeda por magoar uma mulher. Não imp...