Capítulo 12

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*Além de querer estrelinhas, peço que escutem a música, leiam a letra e nunca se esqueçam de como são lindos e lindas. De como somos perfeitos do jeitinho que nos tornamos. A beleza do quebra cabeça está na diferença de cada peça. Não nascemos de formas de bolo para seguirmos padrões. SUAS LINDAS E LINDOS!


Mavi saiu gritando Gustavo enquanto escutei a voz de Stela, afastando algumas pessoas do corredor.

            _ Cadê ela? _Gustavo entrava como uma bala no banheiro e tirava Luiza dos meus braços. Corri atrás deles, passando por Anna e Luca, até a rua onde Gustavo tinha estacionado o carro.

            _ Dá a chave que eu dirijo. _ Gustavo me olhou assustado e entregou a chave do carro enquanto sentava no banco de trás com a irmã. Todos da festa estavam no portão enquanto Stela se aproximava antes que eu sentasse atrás do volante. _ Eu ligo pra vocês.

            Saí cantando pneus enquanto colocava no GPS o endereço do hospital e procurava a rota mais curta. Precisava me concentrar na direção, embora estivesse muito nervosa. Gustavo segurava o rosto de Luiza e estava visivelmente abalado mas não parecia surpreso, apenas revoltado. Desviei de todos os carros e ultrapassei todos os sinais vermelhos enquanto obsrvava Gustavo pelo retrovisor. Sua expressão era de pura raiva enquanto olhava pela janela. Parei na porta do hospital para Gustavo sair com a irmã nos braços e segui para o estacionamento. Coloquei o carro todo torto mas não me importei de consertar, desci correndo e entrei procurando por eles. Percorri o corredor entrando em cada saleta de espera.

            Avistei Gustavo na recepção com uma prancheta e cartões espalhados, preenchendo uma guia. Parei ao seu lado esperando que terminasse, então entregou o formulário e andou até uma saleta se afundando no sofá. Apoiou os cotovelos nos joelhos e afundou a cabeça entre os braços. Sem saber o que fazer, sentei ao seu lado com minhas mãos juntas em cima do meu colo. A televisão estava desligada e aquela saleta estava vazia. Escutávamos apenas os sons vindo dos corredores. Ficamos em silêncio e eu não sabia o que fazer ou falar. Então esperei.

            _ Você acha que ela entrou em um coma alcoólico? _ rompi o silêncio.

            _ Não. _alguma coisa me dizia que não era a primeira vez que aquilo acontecia e Gustavo sabia exatamente qual era o problema. Antes que eu perguntasse mais, ele disse ainda de cabeça baixa._ Você não precisa ficar.

            _ Eu quero ficar.

            _ Por quê? Vai fazer um exame de sangue pra se certificar de que tá tudo bem? _ ele levantou a cabeça e jogou as palavras de forma áspera se referindo ao fato de não usarmos preservativo da última vez. Aquelas palavras me magoaram e eu não escondi a dor que senti perfurando meu peito, abri a boca surpresa mas não falaria nada diante do momento que nos encontrávamos, então só baixei a cabeça. _ Valentina, eu não queria di...

            Gustavo amenizou o tom mas o que ia me falar foi interrompido com a entrada de um homem loiro, olhos claros e pele pálida. Usava um jaleco branco e segurava um prontuário, provavelmente era o médico que estava atendendo Luiza. Levantamos ao mesmo tempo e ele se sentou na poltrona ao lado, indicando para que voltássemos a nos sentar. Suspirou e eu fiquei olhando dele para Gustavo, quase gritando de curiosidade. O que estava acontecendo?

            _ Fizemos uma endoscopia e encontramos ferimentos no estômago. _Gustavo e o médico se olhavam, seriamente. _Ela agora está no soro mas está fraca, coletamos o sangue mas acredito que nutrientes importantes faltem no organismo da Luiza. Foi difícil até fazer a endoscopia pela situação da sua garganta.

Doce Vingança, livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora