Capítulo 19 (parte 01)

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Acordei exausta e dolorida. Não tinha a menor intenção de abrir os olhos mas o peso em cima de mim quase me sufocava. Gustavo tinha girado todo o corpo para cima do meu e me montou como um travesseiro. Aquele cheiro era gostoso demais e abria minhas narinas, o calor daquele corpo me fazia sentir primitiva e voraz mas eu não aguentaria muito tempo. Gustavo tinha o dobro do meu peso e do meu tamanho.

            _ Gustavo... _ estava de bruços e ainda tentei rastejar debaixo dele mas não havia saída. _ Gustavo, acorda... Gustavo!

            _ Hum... _ Gustavo gemia levantando o corpo para a lateral e eu aproveitei para empurrá-lo até deitá-lo de costas e poder respirar. Então me puxou colocando sua perna por cima das minhas, abraçando minha cintura e descansando a cabeça na minha barriga. Parecia um menino. Como da primeira vez que dormimos juntos. _ Você acabou comigo. _ disse de olhos fechados e eu gargalhei. _Gostosa... _dizia, dando leves chupões molhados na minha barriga.

            _ Já são 10h10...

            _ Merda! _Gustavo deu um salto ficando de pé e indo direto para o banheiro. Sentei no meio da cama segurando os lençóis no peito enquanto via sua agitação de um lado para o outro, senti minha carne sensível entre as pernas. _Tenho uma reunião às 11h! _saiu do closet segurando uma camisa branca quando estancou, olhando para mim. Franzi o cenho sem entender o que ele estava olhando e comecei a olhar para mim mesma, procurando o que havia de errado.

            _ Que foi? _ Gustavo se ajoelhou no colchão me fazendo olhar para cima, enfiou a mão nos meus cachos e senti uma massagem gostosa no meu couro cabeludo. Fechei os olhos e tombei na sua mão, gemendo.

            _ Queria passar o dia vendo você assim, na minha cama. Nua e pra mim. _ainda estava de olhos fechados sentindo o carinho das pontas dos seus dedos quando senti seus lábios tocarem os meus. Não me mexi, apenas senti aquela carícia gostosa e suave. E breve. Porque assim como começou, parou. Gustavo voou para o chuveiro e quando entrei, ele se desculpou já saindo. Fez a barba enquanto eu desembaraçava meus cachos e troquei de roupa no quarto, enquanto ele se trocava no closet para não cairmos em tentação e nos despirmos, mesmo antes de nos vestirmos. Achei que precisaria voltar nua mas ele me entregou o vestido azul lavado e passado, que eu havia deixado na sua casa. Senti falta da calcinha mas...

            Já tinha feito o café e comemos rápido umas torradas, peguei um cachinho de uvas que fui beliscando no caminho para o hotel onde meu carro ainda estava.

            _ Desculpa não ter feito um café decente. _ Gustavo segurava minhas mãos e beijava os nós dos meus dedos. Coloquei uma uva em sua boca e pisquei o olho, sorrindo, para que ele não se preocupasse. Não havia trânsito e o hotel era bem perto de sua casa, então chegamos com uma margem de dez minutos. Gustavo estacionou ao lado do meu carro e saiu, abrindo a porta para mim; estendeu a mão e me puxou junto ao seu corpo me engolindo num beijo. Sua língua fazia círculos em minha boca, seus lábios me chupavam e seus dentes mordiam sem pudor ou piedade. Gustavo me pegou no colo e me sentou no capo do meu carro, ficando entre minhas pernas.

            _ Para de safadeza! _ dei um tapa na sua mão que entrava por baixo do meu vestido e apertava meu quadril. _ Eu tô sem calcinha...

            _ Por isso! _ espalmei minhas mãos em seu peito e o afastei, olhando para Gustavo tão imponente no seu terno cinza e a camisa, imaculadamente, branca. Sua gravata era chumbo com listras cinza e eu enrolei um dedo nela, puxando Gustavo até seu nariz se encostar ao meu. _Gosta da vista?

            _ Sempre. _ passei meus braços ao redor do seu pescoço e quando ia beijá-lo, escutei a porta de um carro batendo. Foi tão forte que pulei de susto. Olhei para o lado e Thomaz passava por nós, olhou para mim com desprezo e seguindo para o elevador. Apertei os olhos xingando e empurrei Gustavo, indo atrás de Thomaz. _ Thomaz... espera, eu... _ ele continuava andando e eu tentava alcançar seu passo. _ Thomaz! Por favor, me escuta... _ Thomaz entrou no elevador e vi as portas se fechando enquanto eu tentava chegar até ele, inutilmente. Puxei meus cabelos e olhei para cima buscando piedade dos céus! O que mais faltava acontecer? _ Merda!

Doce Vingança, livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora