Capítulo 14 - Quando um homem chora... - J.B

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Autoras: Ele era como dois lados da mesma moeda, de um lado o que todos viam e conheciam e do outro apenas o que Emile via. Ele costumava ficar acordado até que seu pequeno anjo emergisse em sono profundo para que sem constrangimento pudesse admirá-la e ainda se questionar por qual razão a vida havia lhe dado tal presente, logo ele que nunca teve nada. Ele que desacreditava de sua própria capacidade. Por muitos anos ouviu o quanto era insignificante e pequeno que passou a realmente acreditar que não possuía qualquer valor, que era um ''verme''.

O amor é um sentimento poderoso, ele te oferece coisas boas, porém também é capaz de te mostrar suas piores fraquezas e trazer a tona seus piores medos, ele se torna uma arma que em mãos erradas pode te destruir. Você morre e mata em nome do amor. Não precisa perguntar, olhe bem nos olhos do rapaz selvagem, olhe lá no fundo deles e você conseguirá ver que ele seria capaz de matar por ela e ela morreria por ele. Quando o amor chega a esse nível ele já ultrapassou todos os níveis possíveis, é aquele tipo raro, do tipo que já se pertencem a muito tempo, de outras vidas, estão marcados, destinados um para o outro. Pertencem não só de corpo, mas também de alma. ​

POV – JUSTIN BIEBER

Alicia me arrasta para trás do balcão, parece satisfeita e não demora para abrir todos os botões da minha camisa, sua língua percorre por todo meu peito e pescoço. Quando fecho meus olhos à imagem de Emile atravessa minha mente, mas tento me convencer que ela não saberá, estou lutando para afastar esse pensamento, mas quanto mais tento mais ela parece criar raízes, os beijos molhados de Alicia se aproximam da minha boca e quando finalmente ela me beija o sabor que sinto não é mais saboroso como achei que seria.

Ela tenta devorar minha boca e estou parecendo um menino virgem que mal se move, mas estava decidido que eu era mais forte e com toda certeza tinha total controle de mim mesmo, seria só mais uma foda, continuaria amando apenas Emile.

Segurei firme no seu cabelo a arrastando para dentro de sua casa, eu conhecia todos os cômodos, já trepamos por todos os lugares antes. Joguei seu corpo com força no sofá e sem qualquer demora levantei seu vestido, seria rápido, ela sorria enquanto eu desabotoava meu cinto e ainda de pé olhando aquela mulher me esperando. —"Isso quer dizer que será meu? Só meu e de mais ninguém?" — A voz delicada do anjo soprou em meus ouvidos como uma advertência, a lembrança de sua pergunta me deu um tapa. Que diabos eu estava fazendo ali? Estava quebrando minha promessa, minha mente entendeu o que meu corpo já sabia, eu não a desejava, não queria Alicia. Aquilo nunca havia acontecido antes, só bastava um olhar para que eu estivesse pronto, e por mais que me recusasse aceitar, ainda a parte do meu corpo que deixava qualquer mulher louca se recusava a trair a única mulher que amo.

Parte de mim estava envergonhado por aquilo, mas a outra estava enojada por ser tão estúpido. Alicia não entendeu quando ao invés de tirar eu fechei novamente a calça e comecei a vestir minha camisa. Lá no fundo eu realmente acreditava que recusava Lola por simplesmente ter enjoado, mas a verdade é que nem Dolores, Alicia ou qualquer outra será Emile, nenhuma delas tem o cheiro doce dos cabelos do meu anjo, a pele macia ou o gosto dos lábios dela, nem meu corpo me obedece mais, não restou nada meu, tudo pertence a ela.

— O que está fazendo?

— Isso não mata mais minha sede.

Foi tudo que disse antes de sair, provavelmente ela dirá a todas as suas amigas que sou maricas agora e que broxei, foi pelo ralo toda reputação que construi, pela simples chegada de uma garota que consegue acabar com tudo e pior eu não consigo odiá-la por isso, só amar ainda mais. Onde estava com a cabeça? Sou um Imbecil, estúpido!

Enquanto caminho de volta ao posto ainda atordoado e confuso com que acabou de acontecer vejo a pequena aglomeração de pessoas e isso ganha minha atenção, não dá pra ver muita coisa, mas todos parecem eufóricos.

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