Capítulo 8 - Delírios e ilusões. E.M - J.B

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A tempestade continuava mostrando sua fúria e poder, arrancando galhos das arvores e assobiando como uma Deusa soberana, os animais por mais protegidos que estivessem ainda continuavam agitados. Na fazenda Muller uma velha senhora estava de joelhos perto do aquecido fogão a lenha, rezando fervorosamente com um terço gasto de madeira em suas mãos, ela pedia que sua menina estive a salvo em qualquer lugar e até mesmo Dolores com seu jeito travesso agora estava em total silencio, imaginando como uma garota que viveu por tantos anos na capital francesa poderia se proteger em uma tempestade como esta.

Dois rapazes tinham feições sérias e preocupadas, o rapaz mais alto e mais encorpado estava com olhos presos na chuva grossa que caia, o outro nervosamente devorava o que restava de unhas em seus dedos, ambos com o pensamento no amigo que não voltou e a bela garota desaparecida, mesmo sem dizer quaisquer palavras eles se faziam a mesma pergunta, - Seria possível que ambos estivessem juntos? - O tal amigo era feito de uma total falta de educação e a menina - Há a menina - um suspiro pode se ouvir. A menina era imaculada de mais para tal protetor. Um deles balançou a cabeça afastando o pensamento, não era possível. Mas o que eles ainda pediam silenciosamente em suas mentes  era que ambos estivessem a salvo em qualquer lugar que estivessem.

Dentro do velho celeiro de um dia da família Bieber dois jovens dormiam ignorando qualquer coisa, o rapaz inconscientemente tinha um de seus braços repousados ao redor da cintura da moça, ele tinha tirado todas suas armaduras que esteve vestido desde sempre, dormindo e sonhando com seu belo anjo de asas de prata,  como ele poderia lutar? Ele estava totalmente desarmado. A jovem de cabelos amarelos dormia aquecida e por vezes podia escuta-la dar um longo suspiro. Ela sentia que estava protegida, ela se sentia satisfeita mesmo que inconsciente. Ambos parece gostar da presença do outro, mesmo que jurem nunca dizer em voz alta.

E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom. Se causarem um no outro a vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. Eles poderiam ser apenas um casal entre tantos, eles poderiam se apaixonar então? Quem sabem, são apenas dois jovens protegidos do mundo. Ninguém mais saberia deles se o sol não tivesse que nascer todos os dias.

Emile M. - ON

Dizem que levamos 7 minutos para dormir, e que nos primeiros seis minutos e cinquenta e nove segundos, nossa cabeça automaticamente reproduz cada um dos momentos vivido ao longo do dia. E que no último segundo aparece a pessoa que tenha nos feito a mais feliz naquele dia. Finalmente, o cérebro processa a imagem dessa pessoa e transmite em forma de filme, um filme chamado “sonho”  e por mais que eu realmente tenha feito inúmeras coisas ao longo do dia a ultima coisa que consigo pensar é nele eu o ouço dizer - “Não, eu não te odeio”.

Os relâmpagos e trovões não me assustam, eu me sinto tão aquecida e protegida nesse escuro e estranho lugar, deveria ser assustador, mas não sinto medo. O frio deixou meu corpo, e eu consigo finalmente emergir em meus sonhos agora mais tranquilos… Mas o calor não permaneceu, o frio volta e com ele sonhos estranhos, pesadelos me assombram e estou presa neles sem conseguir gritar.

Meus olhos pesam mais do que rochas, meus músculos tremem e eu não consigo manter meus dentes sem baterem uns nos outros, sinto-me horrivel. As poucas vezes que meus olhos se abrem eu apenas vejo borrões verdes passarem de pressa e que acredito serem folhas eu acho, depois a luz incomoda meus olhos e eu volto a fecha-los, o pouco movimento que tento me faz recuar e parar, não consigo se quer mexer meu pé, e eles não estão no chão, meu corpo é firmemente carregado por braços fortes que parecem que estão voando comigo a sua velocidade total. Me sinto dentro daqueles sonhos que por mais que sabemos ser apenas um sonho é estranho de mais porque a gente não consegue ter controle de nada. Eu não consigo saber se estou acordada realmente ou se a febre esta me fazendo delirar tanto.

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