Capítulo 13

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Os presos se amontoavam em torno de Scarlet e um deles deu um passo adiante, o maior do

grupo. Ele elevou-se sobre os outros e, quando olhou para Scarlet, parecia tinha uns dois metros de

altura. Ele era careca, com uma enorme cicatriz em seu nariz e cheio de músculos. Claramente, era o

líder aqui.

Ele se virou e olhou para os outros.

"Ela é minha", anunciou. "Meu brinquedo. Minha para torturar como eu quiser. Alguém tem algum

problema com isso?"

As dezenas de rostos paralisaram, Scarlet podia ver o medo neles. Ninguém estava disposto a

desafiá-lo. Com certeza, aquele maluco era o rei do pedaço ali. Os outros lentamente foram se

afastando, desapontados.

O líder se virou, se abaixou e pegou Scarlet com uma mão pela parte de trás de sua camiseta. Ele

a pegou no ar com uma única mão e a inspecionou como se ela fosse um inseto. Ele era tão poderoso,

ele a segurava como se ela fosse uma mosca morta.

Scarlet se mexia e se contorcia, lutando para se libertar quando foi erguida no ar e foi sendo

levada por ele para um canto escuro. Ela ouviu Ruth rosnar baixo e, em seguida, viu o deformado se

inclinar e chutá-la com força. Ruth saiu voando pela sala, gritando e bateu em uma parede.

Scarlet ficou enfurecida e tentou mais ainda se libertar. Mas o aperto do homem era muito forte.

Ela estava sem forças.

"Vai ser muito divertido torturá-la", ele disse. Sua voz era tão grossa, que soava como se ele

tivesse vindo das entranhas da terra. Enquanto ele a levava mais e mais fundo no canto mais escuro

da cela, Scarlet pensava: é assim que o inferno deve ser.

Eles finalmente chegaram a um canto sombrio, e o homem a colocou no chão. Ele estendeu sua

mão e começou a tatear as costas dela, os braços e, em seguida, parou nas algemas em seus pulsos.

"Esta coisa vai atrapalhar, não vai?", ele falou . "Tira metade da diversão."

E este foi seu último erro.

Scarlet foi, subitamente, tomada por uma nova energia, que pairava sobre ela. Ela se sentiu

oprimida por uma força e uma raiva tão primordial, maior de qualquer coisa que ela já tinha

experimentado, ela mal sabia o que fazer. Quando o deformado foi alcançá-la, desta vez, ela levantou

sua perna e chutou com força seu plexo solar. Foi um golpe perfeito.

O homem saiu voando para trás, com tanta força, que ele cortou o ar como um míssil, passando

por toda a extensão da cela de 9 metros, chocando-se contra as grades de metal. Foi um barulho tão

alto que ele estremeceu o cárcere todo.

Todos os prisioneiros pararam e olharam, sem acreditarem.

Scarlet não hesitou: ela correu pela sala, se preparando atacar. Quando o líder estava começando

a se levantar, ela o chutou com força no rosto. Ele desabou no chão, de costas para o solo.

Mas este, era um homem era forte. O pontapé teria deixado qualquer um inconsciente, mas ele

começou a se levantar de novo.

Agora, Scarlet estava furiosa. Ela o pegou, o segurou pela roupa e, para a incredulidade de todos

os outros presos, o levantou acima de sua cabeça. Ela girou o homem três vezes e, em seguida, o

jogou no meio da multidão.

Quando ele caiu na multidão, derrubou dezenas de presos junto, caindo como dominós. O restante

dos prisioneiros se levantaram e a encararam, olhando para Scarlet com medo, como se um demônio

do inferno tivesse acabado de pousar dentro daquela cela.

Fora das grades, os guardas perceberam o erro. Eles correram para abrir o cárcere.

"Eu lhe disse para colocá-la atrás das barras de prata!", Um guarda gritou para o outro.

Scarlet estava possessa e, desta vez, nada poderia saciá-la.

Ela começou a atacar o resto dos prisioneiros. Um por um, ela dava socos, e cotoveladas e chutes

em cada um, espalhando uma onda de destruição por toda a cela. Em poucos segundos, dezenas de

corpos jaziam no chão. Eles engatinhavam, sobre suas mãos e joelhos, para fugir dela, correndo uns

sobre os outros. Mas ela não tinha terminado: agarrou-os por trás de suas camisetas e os jogou contra

as paredes, contra as grades. Ela era uma máquina de demolição em pessoa.

Ela tirou a focinheira de Ruth e Ruth se lançou contra a multidão, sem perder um segundo. Ela

afundou seus dentes nas gargantas de vários deles e, Scarlet, oprimida com a necessidade de se

alimentar, seguiu o exemplo: ela passou de corpo a corpo, afundando suas presas em suas gargantas e

bebendo tudo o que podia. Ela sentiu aquele sangue vertendo em seu corpo, ela se sentia viva

novamente.

Mas, de repente, antes que ela pudesse reagir, Scarlet sentiu-se coberta por uma rede de prata,

mais uma vez. Seu poder foi esvaziado completamente.

Ela olhou para cima e viu mais alguns guardas. Ela se repreendeu: foi estúpido de sua parte. Ela

olhou por cima, e viu Ruth amordaçada novamente, também.

Desta vez, os guardas mantiveram distância e, em vez de apenas alguns guardas, havia dezenas

deles. Todos eles empunhavam lanças de prata diante dela e permaneciam longe. Um guarda se

aproximou com cautela e prendeu algemas de prata novamente em volta de seus pulsos, duas vezes

mais grossas. Em seguida, todos eles a ergueram e a carregaram para fora da cela.

Scarlet foi levada descuidadamente pelo grande grupo de guardas e, desta vez, eles desceram

lances de degraus intermináveis. Foram anda mais fundo do que ela tinha imaginado, para as

entranhas da masmorra.

Finalmente, chegaram ao destino. Havia uma pequena sala, mal iluminada, com apenas uma única

cela. Ela podia sentir as barras de prata, a energia que irradia dali, mesmo de onde ela estava.

Momentos depois, houve um tilintar de chaves, e o cárcere foi aberto. Ela sentiu-se levantada e

depois jogada ali.

Ela voou pelo ar, bateu com a cabeça contra a parede e caiu no chão. Desta vez, ela estava

sozinha, apenas com Ruth, que foi jogada logo em seguida, e a porta da cela de prata fechou-se atrás

delas.

Desta vez, por trás das grades de prata, presa com correntes de prata, ela estava completamente

desamparada. Sabia que não havia mais nada a fazer, a não ser aguardar seu destino.

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