Capítulo 16

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Scarlet estava em sua cela, Ruth ao seu lado, ela olhou para o grupo de pessoas à sua frente.

Devia haver uma dúzia deles e ela podia sentir de imediato que eles eram diferentes, assim como ela.

Vampiros. Exceto que, eles não eram exatamente como ela. Eles tinham uma energia diferente – uma

energia sombria. Ela percebeu que eles tinham intenções muito cruéis.

O guarda abriu as grades de prata para sua cela e, agora, eles estavam a apenas alguns metros de

distância, olhando para ela. O guarda deu um passo adiante e soltou suas algemas de prata, e ela

esfregou os pulsos, feliz por estar livre. Ela estava pensando em tentar sair correndo, passar por eles,

se arremessar entre suas pernas e chegar até a escada de pedra. Mas ela sabia que não iria conseguir.

Ruth também não. Então, ela olhou para eles com cautela, esperando para ver quem era, e por que

estavam ali.

Quando ela olhou para eles, de repente, pensou ter reconhecido um deles. Ela olhou para ele de

novo: poderia ser ele?

Scarlet não podia acreditar. Parecia com ele, apesar de seu semblante, sua expressão, ele parecia

diferente. Como se estivesse sob algum tipo de feitiço. Seus olhos – pareciam mais velhos, fracos,

sem vida. Mas, por outro lado, tinha certeza de que era ele.

Sam. Seu tio. O marido de Polly. O homem que ela conheceu na Escócia e tinha aprendido a amálo.

O homem que já tinha cuidado dela e a protegido. O que ele estava fazendo com essas pessoas

medonhas?

Ao vê-lo, Scarlet pôde até ver um pouco de sua mãe nele. Ele fez seu coração disparar, queria

sua mãe mais do que nunca. Ao vê-lo, ela sabia que ela deveria sentir alívio que alguém de sua

família estava ali, que ela tinha disso encontrada. Racionalmente, ela sabia que deveria.

Mas, emocionalmente, quando ela olhou para Sam, ela não sentiu alívio nenhum. Muito pelo

contrário, teve medo. Ela não conseguia entender o motivo, mas a maneira com que ele olhou para

ela, era como se ele não a reconhecesse, como se ele nem sequer se importasse com ela. Como se ele

não tivesse vindo aqui para ajudá-la, mas sim para ajudar este grupo de pessoas do mal. Ela não

conseguia entender.

"Sam?", ela perguntou, olhando em seus olhos.

O resto do grupo se virou e olhou para ele. Por um momento, apenas uma fração de segundo, ela

pensou ter visto seu rosto corar com algo como surpresa. Ou, talvez, reconhecimento.

"Sam, você não me reconhece?" Scarlet persistiu. "Sou eu. Scarlet. A filha de sua irmã."

Sam a encarou de volta por alguns segundos, sem piscar. Ele olhou como se ele estivesse

tentando descobrir quem ela era, se lembrar.

Mas, finalmente, seus olhos não demonstraram reconhecimento. Pelo contrário, eles continuaram

a olhar friamente para baixo.

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