Sam correu pelas ruas de Jerusalém, resmungando, vermelho de raiva. Ele queria destruir, acabar
com tudo a sua frente. Quando passou correndo por uma fileira de vendedores, ele estendeu seu
braço e passou por suas barracas empurrando-as como se fossem peças de dominó. Ele atingia as
pessoas deliberadamente, o mais forte que podia, enviando-os pelos ares em todas as direções. Ele
parecia uma bola de demolição, fora de controle, correndo para todos os lados, derrubando tudo em
seu caminho.
O caos se instalou; gritos surgiram. As pessoas começaram a notá-lo e a fugir, saindo do seu
caminho. Ele parecia um trem de destruição.
O sol estava deixando-o louco. Ele atingia sua cabeça como se se fosse um ser vivo, deixando-o
com mais e mais raiva. Ele nunca tinha conhecido como era a verdadeira fúria era até aquela hora.
Nada parecia satisfazê-lo.
Ele viu um homem alto e magro e o atacou, afundando suas presas em seu pescoço. Ele o fez em
uma fração de segundo, sugou o sangue e então se apressou para afundar seus dentes no pescoço de
outra pessoa. E foi passando de pessoa para pessoa, penetrando suas presas e sugando o sangue de
todos. Ele se movia tão velozmente que ninguém teve tempo de reagir. Todos caíram no chão, um
após o outro, e ele foi deixando um rastro por onde passava. Estava em um frenesi, ele sentia seu
corpo inchando com todo aquele sangue. E, ainda assim, não era o suficiente.
O sol estava deixando-o à beira da insanidade. Ele precisava de sombra, e precisava rápido.
Então, viu um grande edifício ao longe, um imponente palácio sóbrio, feito de calcário, com pilares e
enormes portas em forma de arco. Sem pensar, ele disparou pela praça e o acertou, chutando as
portas abertas.
Era mais fresco ali, e finalmente, Sam podia respirar de novo. Só de se livrar do sol em sua
cabeça já fazia diferença. Ele podia abrir os olhos e, aos poucos, foi ajustando a vista.
Dezenas de pessoas com expressões assustadas estavam olhando para Sam. A maioria sentada
dentro de pequenas piscinas, banheiras individuais, enquanto outros caminhavam ao redor, com os
pés descalços naquele chão de pedra. Todos estavam todos nus. Foi quando Sam percebeu: ele
estava dentro de uma casa de banhos. Um balneário romano.
O teto era alto e arqueado, deixando entrar luz e havia grandes colunas redondas por todos os
lados. Os pisos eram de um mármore brilhante e pequenas piscinas enchiam a grande sala. Pessoas
descansavam por lá, aparentemente, relaxando.
Isto é, até eles o verem. Todos se sentaram rapidamente, suas expressões transformaram em
terror.
Sam odiava a visão daquelas pessoas - pessoas ricas, preguiçosas, descansando como se não se
importassem com mais nada. Ele faria com que pagassem por isso. Jogou a cabeça para trás e rugiu.
A maioria do público teve o bom senso de fugir do local, se apressar para pegar as suas toalhas e
roupões e tentar sair dali o mais rápido possível.
Mas eles não tinham a menor chance. Sam se arremessou para frente, alcançou o mais próximo
dele e afundou seus dentes naquele pescoço. Ele chupou o sangue e a vítima caiu no chão e rolou até
uma das banheiras, manchando tudo de vermelho.
Ele fez isso de novo e de novo, pulando de uma vítima para outra, homens e mulheres tanto fazia.
Logo, o balneário estava cheio de cadáveres, corpos flutuando em todos os lugares, todas as águas
manchadas de vermelho.
Houve um estrondo repentino na porta e Sam se virou para ver o que era.
Ali, enchendo a porta, havia dezenas de soldados romanos. Eles usavam uniformes oficiais -
túnicas curtas, sandálias romanas, capacetes com penas - e seguravam escudos e espadas curtas.
Outros usavam arcos e flechas. Estes puxaram os outros para trás e miraram em Sam.
"Fique onde você está!" o líder gritou.
Sam rosnou ao se virar, elevou-se a sua máxima altura e começou a caminhar em direção a eles.
Os ataques vieram. Dezenas de flechas dispararam pelo ar, na direção dele. Sam podia vê-las em
câmara lenta, reluzindo, suas setas prateadas apontadas para ele.
Mas ele foi ainda mais rápido que aquelas flechas. Antes que pudessem alcançá-lo, ele já estava
no alto, em um salto, dando cambalhotas sobre todos. Ele facilmente atravessou a extensão do local
inteiro – cerca de 12 metros – antes mesmo que os arqueiros tivessem tempo de relaxar seus braços.
Sam aterrissou em pé e chutou aquele que estava no centro, bem no meio do seu peito, com tanta
força, que o soldado rebateu no resto da multidão, como uma fileira de dominós. Uma dúzia de
soldados caiu.
Antes que os outros pudessem reagir, Sam estendeu a mão e pegou duas espadas de dois
soldados. Ele as girou e saiu golpeando em todas as direções.
Sua mira era perfeita. Ele cortava cabeça após a cabeça e, em seguida, virou-se e atingiu os
sobreviventes bem no coração. Ele cortava aquela multidão como se fosse manteiga. Em poucos
segundos, dezenas de soldados desabaram no chão, sem vida.
Sam caiu de joelhos e começou a afundar suas presas no coração de cada um deles para beber
mais e mais. Ele ficou abaixado ali, de quatro, curvado como um animal, empanturrando-se de
sangue, ainda tentando suprir sua raiva, que parecia ilimitada.
Sam terminou, mas ainda não estava satisfeito. Ele sentiu como se precisasse lutar contra
exércitos inteiros, matar massas da humanidade de uma vez. Precisava devorar por semanas. E,
mesmo assim, não seria o suficiente.
"SANSÃO!", gritou uma estranha voz feminina.
Sam parou, congelado em seus pensamentos. Era uma voz que não ouvia há séculos. Uma voz que
ele tinha quase esquecido, que ele nunca esperava ouvir de novo.
Apenas uma pessoa neste mundo que nunca o tinha chamado Sansão.
Era a voz de sua criadora.
Ali, de pé sobre ele, olhando para baixo, com um sorriso em seu lindo rosto, estava o primeiro
amor verdadeiro de Sam.
Ali, estava Samantha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Encontrada
VampireCaitlin e Caleb despertam na Israel antiga, no ano 33 D.C., e ficam surpresos ao ver que estão na época de Cristo. A Israel antiga é um local de lugares sagrados, sinagogas antigas e relíquias perdidas. É o lugar mais espiritualmente carregado do un...