Capítulo 33

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Caitlin olhou para Jesus, sem saber o que falar, sem poder respirar. Estava além do que ela podia

processar. Mas, ainda assim, naquele momento, ela sabia que era verdade.

Jesus era seu pai.

Todo este tempo, era ele quem ela estava procurando.

Seu guia irá aparecer no portão Oriental.

Era Jesus. Ele era seu guia.

E também era seu pai.

Um sentimento correu por Caitlin, um sentimento diferente de qualquer outro que ela jamais

tivera. Era um sentimento de ser especial. Um sentimento de pertencer. Um sentimento de orgulho. de

seu pai, de si mesma. Ela era especial. Sua linhagem era especial. Mais que especial.

Caitlin mal podia entender o que tudo aquilo significava.

Ela entrou em ação. Afinal, aquele era seu pai, ali, pregado numa cruz e ela não suportava vê-lo

sofrer. Ela se levantou e tirou as quatro chaves, já sabendo que iriam se encaixar perfeitamente.

Quando ela inseriu cada chave, a terra tremeu e os céus trovejaram. Ele sentiu um terremoto,

relâmpagos caíram em toda Jerusalém. Foi surreal. Parecia que o apocalipse tinha chegado.

Cada chave foi um ajuste perfeito e, à medida que ela inseria cada chave, cada cadeado derretia.

Ela inseriu a última e Jesus caiu da cruz. Ele caiu, mancando, em seus braços.

Ela o pegou na queda caiu e segurou seu corpo. Ajoelhou-se, segurando-o em seus braços.

Seu pai dela, em seus braços.

Seu corpo inteiro se iluminou com uma sensação elétrica. Era como se segurasse o sol.

E, no entanto, ela também foi preenchida com uma profunda tristeza. Ele estava morrendo.

Lágrimas derramaram por suas bochechas e ela não tentou contê-las.

Ele olhou para ela, mal abrindo os olhos com a pouca força que lhe restava. Ela podia sentir que

estes eram seus últimos momentos na Terra.

Jesus olhou para cima, para seus olhos e, quando ela olhou para seus brilhantes olhos verde, que

pareciam duas bolas de gude brilhando, ela podia sentir o amor que irradiava dele. Ela podia sentir

que ele era seu pai. Que ele sempre tinha sido seu pai. Ela podia sentir o quanto ele a amava. E como

orgulhoso dela estava.

Quando ela olhou para ele, ela se deu conta: este era o homem em seus sonhos. Este era o rosto

elusivo, a silhueta contra o sol. Este era o homem que ela nunca tinha conseguido ver. O homem que

estava sempre fora do seu alcance, no horizonte.

E agora ali estava ele. Não apenas em seus sonhos. Mas real. Ele estava realmente ali. Ela o

segurava em seus braços, era tão bom saber que ele era real.

Aquele momento, aquele único momento, fez tudo – todos os séculos, todas as batalhas, todo o

conflito – valerem a pena. Por fim, ela o encontrou. Seu pai.

"Eu estou com você", disse ele, com a voz fraca. "Eu sempre estive com você. E eu estou mais

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