Capítulo 23

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Caitlin ficou no meio da espessa multidão, olhando para o portão Oriental, o sol brilhava por trás

dele. Ela teve que apertar os olhos e, por um momento, ela se perguntou se seus olhos estavam lhe

pregando uma peça. Havia também uma luz que irradiava do homem que se aproximava que era

difícil para Caitlin distinguir onde a luz do sol terminava e começava a do homem.

Caitlin ficou observando aquele homem, montado em um jumento, passar pelo portão Oriental. O

animal caminhava entre as pessoas aglomeradas, havia dezenas de seguidores ao seu redor, todos

vestiam longas túnicas brancas. O próprio homem usava uma longa túnica branca e um capuz, que

estava pendurado, expondo seu rosto para a multidão. Ele tinha cabelo castanho claro que descia

pelas maçãs de seu rosto e uma barba curta marrom. Seus olhos eram grandes e cor de avelã, e

irradiavam luz, como duas bolinhas de gude brilhantes. Na verdade, não era essa luz que irradiava

dele que Caitlin teve que apertar os olhos para enxergar. Ele tinha uma aura de paz, ela podia sentir

imediatamente que ele era diferente. Não era uma pessoa comum.

Caitlin mal podia acreditar que aquilo era real. Ela sentia como se estivesse em um sonho, como

se estivesse observando-se pela parte de fora. E, no entanto, pelo empurra-empurra da multidão, a

rua barulhenta, o cheiro, o zurrar de burros e o balido das ovelhas, o calor e o caos, ela sabia que era

real. Muito, muito real.

Para seu espanto, Caitlin percebeu que o homem diante dela, o homem que estava em um burro e

atravessava o portão Oriental de Jerusalém, não era ninguém mais, ninguém menos que Jesus.

Seu guia irá aparecer no portão Oriental.

Ela não podia acreditar. Ela estava ali, prestes a entrar para a história. Na história, na verdade.

Vendo-a acontecer.

Seu coração começou a disparar, quando ela percebeu que todas as pistas, de todos os lugares, a

levaram a este ponto. Para este momento no tempo. Era isso. Jesus era seu guia. Ele iria levá-la a seu

pai.

Quando Caitlin o viu entrar, ela percebeu que tudo era verdadeiro. Parecia a coisa certa. Cada

osso, cada vibração de seu corpo lhe disse que era ele, que ele era seu guia. Que ele seria o único a

levá-la para a etapa final de sua jornada, para encontrar seu pai, para encontrar o Escudo.

Ela viu quando ele se aproximou, andando lentamente por entre a multidão. Ele levantou uma

única mão, com a palma estendida, os olhos semicerrados. Enquanto ele andava, ela assistia,

incrédula, vários membros da multidão, antes curvados e mancando, de repente, se endireitaram.

Curados. Foi incrível.

Para Jerusalém, aquela era uma cena caótica e movimentada. Passando pelo portão, atrás dele,

havia dezenas de seguidores e, atrás destes, apareceram dezenas de soldados romanos, marchando,

tentando abrir caminho para recuperar a ordem e controle. Eles tinham expressões mal humoradas em

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