Capítulo 14

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Sam marchou ao lado Rexius, Samantha e Judas, descendo até o caminho da via de

paralelepípedos que levava ao palácio de Pôncio Pilatos. Seguidos por uma dúzia de membros do

clã de Rexius, eles marchavam como um pequeno exército, todos vestiam preto, e foram atravessando

o centro da praça. Estava escuro lá fora, era tarde da noite, a passarela estava iluminada por tochas

de fogo de ambos os lados. Chegaram a um grande portão arqueado, em frente do qual estava uma

dúzia de soldados romanos.

Para a surpresa de Sam, vários destes soldados tiveram a ousadia de avançar e formar uma

parede para bloquear sua abordagem.

Mas os vampiros continuaram marchando, sem para e, ao fazerem, Rexius apenas sorriu e

levantou uma mão antes de sua face. Sam observou como os soldados, de repente, desmaiaram,

caindo no chão.

Sam marchou com os outros diretamente sobre seus corpos, ele podia sentir seus cadáveres

macios sob seus pés. Continuaram a marchar até o outro lado da grande praça circular de pedra,

passaram pelas fontes romanas e pelos ciprestes perfeitamente aparados. Passaram por enormes

colunas, fileiras de arcos abertos e viram os rostos preocupados dos aristocratas romanos olhando

para baixo. Seus passos ecoavam enquanto cruzavam diretamente a entrada principal, entrando no

palácio.

Assim que eles entraram, mais uma dúzia de soldados romanos se aproximou. Outro confronto

estava prestes a acontecer até que, de repente, Pôncio Pilatos, o governador romano, apareceu. Ele

deu um passo para frente e ficou no centro, para conversar com Rexius.

"Relaxem a guarda!" Pôncio ordenou a seus homens.

Foi uma medida sábia. Seus soldados deram passagem, apressando-se para o lado, deixando

Pôncio sozinho para enfrentar Rexius.

Pôncio ficou ali parado, ele vestia uma toga romana real, com guarnição do ouro e uma faixa

vermelha, havia um olhar de grande preocupação em seu semblante. Rexius parou a alguns metros de

distância dele, assim como Sam, Samantha, Judas e os outros. A tensão era tão intensa, que podia ser

sentida no ar.

"Qual é o significado disso?" Pôncio exigiu Rexius. "Eu não fui informado que você estava a

caminho."

Rexius sorriu de volta, mas parecia mais um rosnado. Ele tomou seu tempo.

"Eu só iria informá-lo se me fosse útil", ele respondeu devagar, com sua voz grave. "Você é meu

servo. Clamo a você a qualquer momento que eu desejar".

O rosto de Pôncio corou e ele franziu a testa.

"Você não pode falar comigo desse jeito! Eu sou governador deste distrito. Só tolerar você com

respeito mútuo. Se você não me mostrar respeito, eu vou ter que dar ordens aos meus para que sejam

expulsos. Temos armas de prata, você sabe."

Rexius riu.

"E eu tenho armas muito maios poderosas que as suas."

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