Capítulo 28

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Caitlin abriu seus olhos lentamente, com uma dor excruciante. A sensação da luz atingindo seus

olhos parecia com facas entrando em sua na testa. Ela precisou apertar os olhos – mesmo meio

escuro ali, com iluminação por tochas.

Ela sentiu inflamações e dores por todo o corpo e, quando ela tentou se mover, percebeu que

estava acorrentada. Ela olhou a sua volta e viu correntes prendendo suas mãos e pés a uma parede.

Ela estava de pé, com os braços e as pernas estendidas, acorrentada, com as costas contra a parede

de pedra fria, o metal frio feria seus pulsos e tornozelos. Ela lutou contra os grilhões, até perceber

que eram de prata.

Ela sentiu um enorme galo formado em seu rosto, percebeu que era o local onde Sam deve ter

batido nela. Pensar sobre isso era mais doloroso do que o ferimento em si. Sam. Seu próprio irmão.

Ela mal podia acreditar. Ele havia mudado tão completamente que atacaria até ela?

Aparentemente, sim. E isso a machucava mais do que ela mal conseguia expressar. Sam, ela

percebeu, já não era mais seu irmão. O relacionamento deles havia terminado. Ele era um estranho

para ela agora. Pior: ele era um adversário. Esse pensamento a fez se sentir mais sozinha no universo

do que nunca.

Ela pensou no passado, tentou lembrar a cadeia de eventos. Lembrou-se da última ceia. Judas, de

sair para o jardim... Jesus... O céu escurecendo... Sam. Imediatamente, ela pensou em Scarlet.

Obrigou-se a abrir completamente seus olhos e procurar pela sala.

Era uma enorme sala cavernosa, todas de pedra, escura, iluminada apenas por tochas. Não havia

ventilação ali e o único ruído eram os gemidos baixinhos de outros prisioneiros. Ela examinou as

paredes e viu vários outros, vampiros e humanos, acorrentados, também. Eles estavam gritando de

dor, puxando seus grilhões. Caitlin sabia como se sentiam: o puxão de suas correntes era

insuportável e ela se perguntou há quanto tempo ela estava acorrentada ali, daquele jeito.

Ela continuou examinando o local, com o coração acelerado, desesperado por qualquer

vislumbre de Scarlet. E então, para seu grande alívio, ela a encontrou. Ela estava acorrentada à

parede, do outro lado da sala. Seu coração inundou de alívio e de pânico. Ver Scarlet assim, presa, a

machucava mais do que seu próprio cativeiro. Caitlin puxou novamente seus grilhões, tentando

libertar-se para ajudá-la, mas sem sucesso. Ao seu lado, amordaçada e acorrentada ao chão, estava

Ruth. Pelo menos, Scarlet estava ali. Com ela. Viva.

"Scarlet", Caitlin sussurrou, ansiosa.

Scarlet não abriu os olhos e o coração de Caitlin apertou. Ela estava morta? Caitlin se perguntou

com um pânico súbito.

"Scarlet!", Caitlin chamou, com mais força.

Lentamente, os olhos de Scarlet se agitaram e, em seguida, começaram a abrir. Ela parecia

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