Alguns dias depois.
- Eu já disse que não vou nessa festa - resmunguei.
Arthur entrou no quarto sem ao menos bater na porta, e se jogou na cama.
- Você vai - falou baixo
- Não enche - resmunguei - Não, Aurora. Estou falando com o Arthur.
Arthur tirou o celular da minha mão.
- Oi, tudo bem? Então, ela vai sim.
- Eu já disse que não vou - resmunguei - e me devolve meu celular.
- Até mais tarde.
Eu fiquei observando. Ele desligou o celular e me entregou.
- Isso é pela empresa - explicou - E pela fuga.
- Qual é. Não seja dramático.
Ele riu - Só estou dando o troco.
Eu revirei os olhos, e puxei o ar com força.
- Me esquece - pedi - e saia - apontei para a porta.
Ele olhou para seu celular - Quando for as cinco eu volto - pisco.
- Eu já disse que não vou - bati o pé no chão.
Ele me encarou, e me lançou um olhar desafiador.
- Pode ter certeza, você vai.
Fiquei em silêncio, e fui pegar um dos meus livros para ler. Deitei-me na cama, e olhei para a porta onde Arthur estava parado igual a uma estatua.
- O que foi? - perguntei.
Ele se aproximou e se sentou ao meu lado na cama - Você gosta daqui?
Eu o encarei, e analisei sua pergunta - Gosto, eu to aprendendo a gostar.
- E de ir para a empresa?
- Não muito - fiz uma careta - mas por quê?
Ele deu um sorriso travesso - Tenho uma proposta para você.
- Que proposta? - o medo reinou sobre mim.
- Você já deve ter percebido que eu não gosto nenhum um pouco de ir para a empresa.
- Diferente do Breno - eu o interrompi - vocês são diferentes.
Ele sorriu - E então como você também não gosta, eu vim te propor que a gente escape, os dias que a gente tem que ir lá.
- Como? E é difícil despistar o Breno - avisei.
- Meu pai avisa quando a gente tem que ir a empresa - eu assenti - então nos vamos para outro lugar, menos para casa.
- E o Breno.
- Ele é fácil, é só deixar comigo.
Fiquei em silêncio, pensando. Meu pai me obrigava a ir à empresa, eu não gostava. Era cansativo de mais, e me deixa meio maluca observar aqueles gráficos, ou entender aqueles números cabeludos.
- Eu aceito.
Ele me olhou surpreso - Serio?
- Seriíssimo - afirmei.
- Vamos ser ótimos parceiros - ele disse com um sorriso malicioso nos lábios.
Eu podia estar me metendo em uma enrascada, e das grandes mais foi tentador de mais. Sabe quando a coisa é errada e você insiste em fazer mesmo que você se ferre. Pois é, eu atraio essas coisas.
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Culpe a noite.
Romance"É que a gente parece duas crianças. Um mais birrento do que o outro. Somos mimados, cheios de vontade. A gente briga, muito. A gente discuti, se bate, se xinga e até dizemos que nos odiamos. Ah, se todo ódio fosse assim. Mas você acaba voltando pra...