09.

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Atualmente.

Já faz três anos que me mudei para São Paulo, e isso é surpreende já que pensei que desistirá no primeiro ano. Mas confesso que a Aurora e os meninos me ajudaram bastante na minha adaptação. Sinto falta da Zara, mas agora conseguimos se comunicar diariamente pelo Skype.

Arthur, esse é o dono do meu coração. Nesses três anos, nos brigamos e se separamos tantas vezes que eu cheguei a ter um caso com o Theo. Mas, no final foi inevitável, eu voltei para o Arthur. Não, a gente não namora por causa dos nossos pais e da empresa e do que as pessoas vão dizer. Sinceramente, eu não ligo. Mas, ficamos assim por respeito as nossos pais.

Hoje, é um dia muito importante. Meu aniversário de dezoito anos. Não que eu me importe, mas eu não vou fazer festa vou passar essa data com as pessoas que eu amo.

- Bom dia - digo entrando na cozinha.

Só estava na cozinha nossas mães, Arthur e o Breno.

- Aurora vai vir mais tarde.

Breno diz.

Eu me sento ao seu lado, e recebo os olhares de Arthur sobre mim.

- Seu namoradinho vai vir?

Arthur pergunta provocando.

- Somos amigos.

Ele nega com a cabeça.

- Ele quer tudo, menos a sua amizade.

Eu o fuzilo com o olhar.

- Crianças parem.

Minha mãe pediu.

- Mãe pode montar meu café.

Ela sorri, e assente.

Eu e Arthur trocamos olhares, que fazem Breno revirar os olhos.

- Precisos falar com vocês dois - nós o encaramos - depois do café.

Eu assento.

Breno parecia aflito. Minha mãe me entregou meu café que eu tomei calmamente.

- Estamos te esperando no seu quarto.

Isso é muita folga. Porque tinha que ser logo no meu quarto? E não no deles.

Término o café, e vou direto para o meu quarto.

Abro a porta devagar e os pego bisbilhotando minhas coisas.

- Ou - eu digo chamando a atenção.

- Até que enfim.

Breno resmunga.

- Fala logo Breno.

Arthur pede, eu me sento na minha cama.

- Primeiro de tudo, nossos pai não podem imaginar que eu falei isso.

Eu e Arthur nós encaramos, e assentimos.

- É o seguinte - ele suspira - Você publicamente ainda namora o Theo.

- O QUE?

Eu grito sim eu grito. Isso não podia ser sério. Breno me encara e continua.

- E hoje, seu pai vai anunciar o seu noivado com ele.

Eu engulo em seco. Eu não vou me casar. E ainda mais com o Theo.

Olho para Arthur, em busca de ajuda, mas ele parece estar mais surpreso que eu. Eu estou ferrada, e ainda por cima no meu aniversário.

- Fica calma – Breno pede angustiado – eu não devia ter te contado, olha como você ficou.

Ele se aproxima de mim, e se senta ao meu lado.

- Tá tudo bem.

Eu minto. Ele não podia receber a culpa de algo que ele não fez, não mesmo.

- Obrigado por contar – eu digo segurando o choro – isso vai me ajudar a se preparar.

- Desculpa.

Ele pede de novo, e me abraça. E deixo que algumas lágrimas caíssem baixinho.

- Não chora, por favor, Má.

Ele se afasta e seca minhas lágrimas com o seu polegar.

- Eu prometo que eu vou fazer o que for para isso não acontecer.

Isso, eu vou precisar mesmo de ajuda.

Arthur.

Eu não vou deixar ninguém tirar a Maria de mim. Ela é minha, e de ninguém mais. Sinto o olhar dela em mim, mas finjo que não vejo.

Eu preciso pensar colocar meu plano que eu fiz há três anos em prática. É arriscado demais, e nos dois vamos sofrer com isso. Mas que droga! Porque eu não terminei o plano? Por quê? Agir sobre pressão só piora as coisas. Ela podia dizer não para ele e estaria tudo resolvido. Não, não estaria o pai dela era capaz de aceitar por ela.

- Arthur.

Ela me chama baixinho.

Eu a encaro, e eu vejo lágrimas em seus olhos. Meu coração se parte. Ela coloca a mão no rosto na tentativa de abafar o choro. Eu me aproximo devagar, e me sento na cama e a puxo a abraçando.

- Arthur eu não quero me casar - ela diz me olhando - Eu não quero.

- Eu prometo que não vou deixar.

Ela funga.

- Você vai fazer o que?

Ela pergunta e tem um receio perceptível em sua voz.

- Eu vou cuidar de você - Eu passo as mãos em seus cabelos - E não vou deixar você se casar. Eu só vou precisar de alguns dias.

Ela chora baixinhos em meus braços.

- Olha pra mim - peço - confia em mim.

Ela assente. Eu a puxo para mais perto e selo nossos lábios.

- Eu te amo.

- Eu também te amo.

Eu a puxo para mais um beijo. É eu espero que tudo de certo, porque eu não suportaria a vendo casando com outro. Eu vou ter que conseguir.

Eu fico alguns minutos com ela, á acalmando. E logo, a Aurora chega e eu as deixo.

Minha mente tá a milhão, e eu não consigo organizar meus pensamentos direito, esta tudo tão confuso.

- Breno preciso falar com você.

Eu digo entrando em seu quarto.

- O que foi?

- Eu preciso da sua ajuda – eu digo.

Ele assente – Só se der errado, eu não estou envolvido.

Eu explico para ele o que eu quero fazer. E ele diz que era arriscado, não que eu já não saiba disso. E corre um serio risco da Maria, colocar tudo por água a baixo.

Culpe a noite.Onde histórias criam vida. Descubra agora