Capítulo 9- A descoberta de um novo mundo

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  No dia seguinte Marcela foi acompanhada para a escola pela mãe, passou desde o dia anterior sem falar com Melissa, esta nem entendia o porquê. A mãe as deixou cada uma em sua sala de aula, em seguida foi conversar com a diretora, esta falou todo o ocorrido, principalmente a parte que a menina defendeu a Irma postiça, já que não lhe disse que ia cumprir o pedido.

  As horas se passaram, as meninas chegaram á casa, e prepararam-se para a refeição, sentaram- se á mesa. Comiam silenciosamente, até que Marcela interrompeu o silêncio, perguntando qual seria sua punição, e para sua surpresa não havia, apenas algumas horas de conversas, que para ela era tortura, mas que pelo menos não iria ficar de castigo,além de ouvi-la.

  Terminada a conversa foi para o quarto, Melissa estava deitada. As duas permaneceram em silêncio, até que os amigos chegaram Sophia mal podia falar com a boca cheia de comida.

  - Marcela o que teve de sobremesa? - Perguntou Sophia

  - Torta de chocolate, mas você conjugou certo, teve, no passado... Estava deliciosa, com muito chocolate. - Marcela respondeu fazendo pouco caso, mas a levou até a cozinha, abriu a geladeira. - Surpresa ainda tem bobona.

  Sophia ia comer apenas um pedaço, mas de pedaço em pedaço, acabou comendo toda a torta. Os outros também chegaram à cozinha.

  - Você está me engordando para eu não ser a primeira bailarina... Mas eu não me importo o bom mesmo é comer. - Disse Sophia aos risos e todos acompanharam, com exceção de Melissa.

  - Vamos á muralha? - Convidou Halley.

  Todos concordaram e já iam saindo felizes, quando perceberam que Melissa permanecia sentada comendo um pedaço de bolo.

  - Você não vem Mel? - Perguntou Eduardo, todos admirados porque era o lugar preferido dela.

  Sophia muito gulosa foi logo querendo um pedaço do bolo, Melissa gritou com todos dizendo que não ia e que a deixassem em paz, percebendo o desejo da amiga pelo bolo, negou.

  - Você quer? Então pega... - Disse Melissa jogando o bolo no lixeiro.

  Todos saíram tristes e decepcionados, sem entender o que havia acontecido. Quando saíram, Melissa caiu no choro, nem ela entendia porque tinha feito aquilo, no fundo queria ter ido, mas algo a controlou,não a deixando ir,e pior magoando sua amiga. Era algo maior que ela, parecia que a controlava e muito bem.

  Foi para seu quarto, não conseguia parar de chorar, parecia não mais controlar-se, chamava desesperadamente pela mãe, uma criança não deveria sofrer,talvez anjos não existissem mesmo, pensava ela. Então lembrou- se de seu livro e decidiu escrever.

                  *** *** ***

  estava quase anoitecendo, estava eu escrevendo em meu quarto, vivendo meus conflitos interiores, procurando respostas, para perguntas que nem sabia como fazê-las. Que estou dizendo? Crianças não têm conflitos, são fabricadas e programadas apenas para brincadeiras, amor e proteção... Então isso quer dizer que há algo errado comigo, pois eu tenho essas coisas. Então o vento forte e frio abriu a janela, acho que não foi o vento foi a música, que ia ficando cada vez mais forte, pensei que a janela aberta seria o chamado para procura-la. Pulei a janela e seguir a melodia.

  Andei guiada pela musica, já não sabia mais onde estava nunca havia estado nesse lugar antes. Grama verdinha, árvores com flores coloridas, borboletas de várias cores e tamanhos, acho que é o paraíso, se não, é muito parecido, mas... Eu nunca o vi, apenas ouço falar, então deve ser mesmo. O paraíso é qualquer lugar que você se sinta bem.

  Continuei a caminhar, agora entrando em um campo todo florido, flores que nunca tinha visto perfumes maravilhosos, que me hipnotizaram de tão agradáveis, as borboletas voavam, e pela primeira vez me deixando toca-las. Porém o lugar pode ser o mais lindo, se estiver sentindo-se sozinha, perde todo encanto, e foi o que aconteceu me dei conta de que não sabia onde estava e pela primeira vez como criança comecei a chorar.

  - Angel... Desculpa pelo atraso, já estava quase chegando quando suas lágrimas me impediram de saber onde você estava. Por favor, não chores mais. - Disse-me um lindo cavalo alado. Suas belas asas me faziam voar,seu branco era tão bonito que encantavam, parecia brilhar. Nem acreditei estava diante de uma das mais belas criaturas.

  Então o lindo animal, curvou-se diante de mim,como se fosse um sinal de reverência,assim nesse meio tempo pude ver por trás dele, o brilho laranja do sol, que iluminava todo o campo.

  - Vamos minha rainha, seu castelo te espera.

  - Desculpa. Mas você deve está me confundindo nunca estive nesse lugar antes, nunca te vi... E não me leva a mal, mas pensei que você nem existia, que fosse apenas imaginação humana, devo estar louca ou sonhando.

  - Vamos Angel, suba, antes que o sol vá embora, eu sei que você adora voar comigo.

  - Mas meu nome não é esse, e tenho que voltar para casa, como você mesmo disse, o sol já está indo embora. Muito prazer, mas devo ir agora. O único problema é que não sei voltar, você pode me ajudar?

  - Assim como o sol vai apenas dormir, e volta logo depois, você pequena criança sabe todos os teus caminhos. Angel, apenas não pegue atalhos, e não deixe ninguém destruir suas pontes.

                 *** *** ***

  Mel escutou uma voz longe a chamando, na verdade havia adormecido, levantou- se depressa olhando a seu redor, procurando o grande campo florido, mas estava em seu quarto em companhia de sua tutora, que a olhava com um lindo sorriso amável, esta lembrava muito sua mãe, e agora realmente era esse o papel que representava, era quase a hora do jantar, o estranho não era que Mel ainda estivesse dormindo, e sim que estivesse dormido, já que não tinha esse hábito.

  Muito preocupada, pensando que a garota poderia estar doente, ou triste, foi logo a interrogando, normalmente ela não iria gostar de responder a todas as perguntas, mas compreendia perfeitamente a mulher, e gostou de saber que realmente havia ganhado uma segunda mãe, e que não estava completamente sozinha.
  Então inesperadamente, ela a abraçou, mas de uma maneira diferente, sentiu como se realmente abrasasse à mãe.

  Então foram para a cozinha, Marcela já estava lá, não estava com o semblante muito agradável, brincava com os talheres, ao perceber que as duas haviam chegado a menina nem disfarçou sua raiva, pelo contrário, ver sua mãe chegando abraçada a outra garota despertou ainda mais seus sentimentos.
  Ficou calada o jantar inteiro, comeu o mais rápido que pode, queria sair dali o quanto antes, na verdade nem queria jantar ali, havia sido praticamente obrigada. Quando ia retirar- se da mesa, a mãe a impediu sentou- se novamente sem se quer olhar para ela, o clima havia piorado.

  Mel levantou- se da mesa, não havia terminado, mas não queria ficar naquele clima, porém também foi impedida, voltando a comer, enquanto Marcela permanecia de cabeça baixa na mesa, e a mãe as observando.

  Ao terminar de comer, ela quebrou o longo silêncio, que naquele momento parecia ser interminável, queria saber se já podia se retirar dali, mas recebeu um não como resposta, por um instante a outra garota a olhou, parecendo querer a devorar com os olhos, mas rapidamente baixou a cabeça.
  Então a mãe começou a falar, não era exatamente um sermão, mas foi interpretado como tal. Conselhos não são bons pra quem não quer os ouvir, e muito menos pratica-los. Porém não quis ir além na conversa, pois acreditava que o tempo poderia resolver toda a situação, e que pioraria, se naquele momento tentasse interferir. Há certas ocasiões em que o silêncio é a melhor resposta, é a melhor atitude.

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Olá querido leitores, obg por terem lido mais um capítulo, espero mt que tenham gostado.

A partir desse capítulo Mel começa a entrar em um novo mundo, a fantasia começa aqui, continue acompanhando.... Fiquem com Deus, e até a próxima, fui....

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