Capítulo 12- A linguagem universal

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    - Não pode ser... Isso não é justo. – Dizia Marcela, lamentando não ter sido escolhida, à primeira bailarina. Seu rosto espelhava decepção e raiva, Sophia não poderia ser a escolhida.

  - Para mim não foi surpresa, e creio que para todas também não, ela é simplesmente graciosa. – Interrompeu Mel.

  Faltava menos de um mês para o grande dia, e agora para Marcela não fazia o menor sentido, já que o que mais desejava não havia conseguido. Sophia dançava graciosamente bem, porém não tinha o porte físico adequado, não haveria chance de ser escolhida, esse era seu pensamento, na qual acreditava fortemente. Sophia era de uma leveza invejável, simplesmente surpreendia ao dançar, parecia flutuar.

  As crianças voltavam caminhando da escola, o tempo estava nublado, a brisa fria os envolvia, a estrada de areia, parecia estar úmida. Alguém, ao longe os chamavam, era Eduardo, que vinha correndo para alcança- lós.

  - Vamos à muralha hoje? – Perguntou Mel, que caminhava olhando para todos os lados, e ao chão, parecia observar cada cantinho distraidamente.

  - Soube que realmente irão vender, teu reino já era rainha. – Respondeu Marcela irritada, enquanto um forte e frio vento os envolveram, fazendo com que por segundos sentissem uma temperatura quase gelada.

  Marcela não conseguia disfarçar o quanto estava chateada, evitou qualquer tipo de conversa a respeito do assunto, e se irritava com quem ousasse em falar, por outro lado estava feliz por Sophia.

  - Acho que hoje não é uma boa ideia para ir á muralha, o tempo está meio nublado, não vai dar para ver o sol perfeitamente, não seria a mesma coisa. – Halley falou, indo para perto de Mel.

  - Muralha infelizmente já foi vendida, parece que irão construir um luxuoso shopping Center, com até quartos para hospedagens, algumas casas ao redor foram compradas. – Interrompeu Eduardo tristemente.

  - Agora sim que iremos lá, se vocês não quiserem, irei sozinha. – Respondeu Mel quase chorando.

                                                                                    *** *** ***

  Havia muitas perguntas a serem feitas, afinal sou uma estranha em meu próprio mundo. Tudo parecia tão mágico e ao mesmo tempo real, tão conhecido e desconhecido, percebi, realmente me chamo Angel, e quanto ao meu outro eu? Ele existe mesmo? Não... Eu sou Angel, apenas estive ausente por um tempo.

  Acordei cedo, abrir a janela, o céu ainda meio escuro, sair do quarto em uma expedição dentro da minha própria casa, tentava lembrar de todo o percurso que fiz até chegar ali. Abrir a porta silenciosamente, estava tudo tão calmo que qualquer barulhinho iria se tornar em um grande , perdido na imensidão do castelo. O corredor parecia um túnel sem fim, estava escuro, precisava de algo que iluminasse, porém não tinha, o jeito era encarar a escuridão sem ao menos ter uma noção de onde estava. Deu-me um pouco de medo e pensei em recuar, pelo menos o quarto eu conhecia, porém decidir ir enfrente, era preciso encarar o desconhecido para que este possa tornar-se conhecido, afinal nossas vidas giram em torno de novas descobertas, formos gerados por cada etapa, viemos a este mundo totalmente desconhecido, talvez, choramos ao nascer por medo, estávamos a meses em um mundo e quando menos se espera,abri os olhos em outro totalmente diferente.

  Mas algo aconteceu, por onde passava algo muito brilhante parecia iluminar, uma luz tão forte que chegava a arder em meus olhos, olhava para cada cantinho ao meu redor, figuras lindas se formavam na parede, ou talvez sempre estivessem lá, porém ao olhar para traz para ver o que já tinha deixado, apenas via escuridão, era como se a luz só iluminasse o futuro.

O Livro de AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora