Capítulo 15- Passeio entre as estrelas

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  Então Melissa voltou para casa, sentia- se alegre por estar de volta, já estava quase recuperada, mas permanecia ainda em uma cadeira de rodas.
  A quatro dias seria domingo, dia das mães, o dia da apresentação, e também o de lembrar fortemente de sua mãe, o que a deixava ainda mais triste.

  Mel estava em seu quarto lendo um de seus livros, quando seus amigos todos entusiasmados surgiram, ansiosos de saudades, principalmente Marcela, que foi a primeira a correr ao seu encontro dando- lhe um forte abraço. Tamanha foi a felicidade no rosto de todos.

  - Chegou a tempo da apresentação. - Marcela disse, quebrando o clima.

  - Olha como estou... Você acha mesmo que cheguei a tempo para algo? - Mel respondeu tristemente. Dessa vez Marcela não havia falado por maldade.

  Eduardo por sua vez parecia melancólico desde a hora que chegou, principalmente ao ver a amiga em uma cadeira de rodas, e ao saber o quanto estava sofrendo.
  Então ao ouvir a resposta dita a Marcela, teve uma atitude inesperada, retirando- se do quarto sem dar explicações. Caminhou até chegar á árvore em que Mel costumava ler e observar estrelas sentou- se, colocando a cabeça entre as pernas, e chorou.

  - O que houve? - Perguntou Láysa. Ela parecia ouvir quando uma lágrima caia naquele lugar.

  O garoto levantou a cabeça e a olhou, sua expressão de tristeza e desespero estava estampado em sou rosto, e tatuado em sua alma, limpou as lágrimas, como se tentasse dizer que não estava acontecendo nada. Porém Láysa parecia ler seus pensamentos.

  - Não foi nada, apenas estou triste por Melissa. - As lágrimas que por segundos haviam sido escondidas, caíram desesperadamente, então Eduardo jogou-se nos braços de Láysa. - Foi culpa minha, foi tudo por minha causa, sou muito idiota e egoísta. - Ele dizia aos soluços.

  - Sobre o que você está falando?

  Eduardo saiu de seus braços e pausadamente em meio a soluços começou a explicar.

  - Meu pai é o dono daquele enorme terreno que chamam de muralha, mentir o tempo todo ao dizer que era pobre, não sou bolsista.
  O reino da pequena rainha vai ser destruído por meu pai, e a vida dela por mim.
  Desde o início ao observa- lós entrar em muralha, tive vontade de ter a amizade deles, sempre tive a chave daquele portão, porém nunca falei. E foi naquela tarde meio que sombria, me sentindo culpado por meu pai e triste por ela, que derrubei disfarçadamente a chave, fingindo encontra- La.
  Assim entramos e Mel hoje está presa, como um passarinho. E se não bastasse tudo isso estou voltando com minha mãe para Portugal.
 
  Ambos tiveram uma surpresa ao perceberem que atrás deles, paralisados estavam Marcela e Halley que preocupados com seu sumiço, foram a sua procura, e ouviram tudo.

  - Você é um idiota, mentiroso e mimado. - Gritava Marcela, que estava muito irritada, enquanto Halley tentava a acalmar. - Não estou com raiva por mim e sim por minha irmã. - Ao pronunciar a palavra irmã, involuntariamente lágrimas molharam o rosto de Láysa de tão emocionada. - Vou contar tudo para Mel.

  Marcela saiu com pressa em direção a casa, e todos foram tentar impedi-la,entrou no quarto de Melissa com desespero, as duas garotas que ficaram conversando se assustaram.

  - Que foi Marcela? Que susto você nos deu? - Disse Mel.

  Láysa pegou a filha pelo braço, tentando impedi-la de falar.

  - Não adianta mamãe ele conta, ou eu mesmo faço isso.

  - Contar o que Marcela? - Perguntou Mel sem entender nada, olhava para os três a procura de respostas. Então sem ter escolha, assustado e com voz trêmula, Eduardo começou a falar.

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