Capítulo 10- Silencioso, porém sincero

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  Encolhida no cantinho da sala, onde as meninas ensaiavam entusiasmadas, dando o melhor de si, não só pela apresentação, mas pela vaga de primeira bailarina, estava Mel, parecia estar triste e distante, a professora a viu, nem ela mesma sabia, se a menina ainda estava ou não na apresentação.
  Ela havia passado amanha inteira sozinha, parecia perdida em seus pensamentos, mas o que estava a incomodando mesmo, era o fato de seus amigos, estarem diferentes com ela, e com toda razão, o que fizera com Sophia foi horrível, auto se condenava até mais que os próprios amigos. Tinha que ter alguma maneira para se desculpar, mas ainda havia algo fora isso a se entender, o motivo que a levara a tamanha grosseria.

  Talvez a professora a entendesse, ou pelo menos era isso que parecia, ao aproximar- se da garota, ajudando- a calçar as sapatilhas rosa, sem pelo menos perguntar se esta queria calçar, mas com um jeitinho doce, fazendo com que ela concedesse, enquanto tentava fazer com que ela falasse o porquê de estar triste, se queria ou não participar da apresentação, e aos poucos foi conseguindo todas as respostas.    Entendeu o quanto estava sendo confuso para a menina, decidindo deixa- La seguir seus momentos, ou seja, se iria apresentar ou não, não iria depender exatamente daquele momento, e sim o momento do futuro.
  Levou- a, segurando em suas mãos para á frente da turma, sussurrou algo em seu ouvido, e a menina juntou-se às outras, agora com o semblante mais agradável, então começou a seguir o ritmo da dança.

  Por alguns instantes, teve- se a impressão de surgir uma melodia diferente, que a fez lembrar seu sonho, quase que conseguia tocar uma linda borboleta azul que passava à sua frente, estaria ela sonhando acordada? Até ser despertada por uma voz suave, longe, era a professora anunciando o fim do ensaio, parabenizando a todas, enquanto despedia- se amorosamente, uma por vez, porém pediu para que Sophia e Mel permanecessem ali.

  Seu objetivo não era compreender o que estava ocorrendo entre as garotas, e sim fazer como que estas se entendessem, assim deixando- as a sós.
   A sala que antes parecia pequena e barulhenta, com a presença das outras meninas, agora estava enorme e silenciosa, não que realmente fosse, mas sentiam como se assim fosse.   Sophia pegou sua mochila, retirou um pequeno sanduíche, sentando- se ao lado de Mel.

  Por alguns instantes as duas se olharam sem trocar uma só palavra, por mais que tentasse Melissa não conseguia falar, até que foi surpreendida com um forte e sincero abraço, lágrimas desceram em seu rosto que já estava pálido.

  - Por que me abraçou se nem ao menos tive a coragem para te pedir desculpas? - Mel perguntou surpresa, enxugando o rosto.

  - Mas vale um pedido de desculpas silencioso, porém sincero, que um alto, mas falso, verdadeiros amigos compreendem- se apenas com o olhar. - Sophia respondeu, novamente abraçando a amiga, lágrimas rolaram no rosto de ambas.

  Um forte vento abriu a pequena janela á esquerda das meninas, voando em toda a sala, estava uma linda borboleta azul.

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