Parte 3- Dona de dois mundos

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Capítulo 22- 25 de dezembro

  Fim? Alicia fechou o livro, não era bem esse final que ela esperava, as lágrimas molhavam seu rosto, não poderia ser o que estava pensando. Era véspera de natal, ela não havia percebido, mas já era noite.

  Foi para casa, sua mãe estava sentada no sofá, tomando um copo de leite, a árvore estava desligada, a sala estava iluminada apenas pela televisão.
  Subiu as escadas sem pelo menos a olha- La foi até seu quarto pegou algo e retornou á sala.

  - Isso te pertence. - Alicia disse, entregando o mensageiro dos ventos á mãe, que não estava entendendo nada. - Onde está meu pai?

  - Está vindo amanhã anjo... E obrigada pelo presente.

  - Por nada... Mas isso sempre te pertenceu, só estou devolvendo algo, que ainda não tinha sido lhe entregue. - Alicia mostrou o livro á mãe e completou. - Está escrito aqui,assim como está escrito que quem te deu isso, é meu pai.

  Alicia chorou, exigindo respostas da mãe.

  - Diz que tudo que está escrito aqui é mentira mãe... Você inventou tudo isso. Estou certa?

  A mãe a olhava desesperada queria abraça- La, mas tinha medo, queria mentir, porém já era hora de contar a verdade, então respirou fundo, pegou-a pelo braço, sentando-a.

  - Sempre quis te poupar de todo esse sofrimento, não era justo com você... Este livro muitas vezes me poupava da dor, não contava que ele iria te causar dor agora.

  - Minha vida é uma mentira, e descobrir tudo isso através de um livro, que ironia.

  Alicia levantou - se e foi até seu lugar secreto, chamou o peixe, mas este não apareceu, talvez estivesse comemorando o natal com a família, ao menos não haveria mentiras na vida dos golfinhos... Humanos inimigos de si mesmo.

  O vento começava a soprar mais forte, trazendo com o ele, o frio, as primeiras gotas de chuva começavam a cair, junto com elas as lágrimas incontroláveis, até que as águas começaram agitar- se, era uma tempestade caindo, o céu antes cinzento, agora negro, Alicia já estava molhada, tremia de frio, mas não importava- se, a dor interior era mais forte, é triste viver sempre sangrando, assim pensou em sua mãe, que sangrou a vida toda, era apenas o ciclo se repetindo.

  Um toque diferente surgiu, era o mensageiro dos ventos, sendo fortemente agitado pela tempestade, a natureza mostrava sua fúria com raios e trovões, depois de ter pendurado o mensageiro no centro da cabana, Melissa sentou - se ao lado da filha, largou o guarda- chuva, e a cobriu com um casaco quentinho, percebeu que o que estava tatuado nas costas da filha, era um lindo golfinho, provavelmente em sua homenagem, já era meia noite.

  - Feliz Natal... Feliz aniversário meu anjo. - Melissa disse-a abraçando-a, enquanto lágrimas de ambas misturavam-se a gotas de chuva.

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Olá... Chegamos ao final do penúltimo capítulo.... Nossa passou tão rápido... Obrigada por ler, abraços fraternos e fui...

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