Capitulo vinte e três: Luto!

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No outro dia minha mãe me acorda.

Mãe
Filha acorda,vamos pra casa!

Eu
Ah,graças à deus.

Pai
Filha! Meu deus eu tive tanto medo que acontecesse alguma com você também.

Ele fala me abraçando.

Eu
Como assim também?

Mãe
Vamos logo..

Meu pai me leva até o carro de cadeira de rodas. O médico disse que eu ainda estou muito fraca.
Fomos o caminho inteiro em silêncio, até que meu pai se pronunciou.

Pai
E o meu netinho como tá?

Eu
Acho que bem.

Falo passando a mão na minha barriga.

Quando chego em casa minha mãe me leva pra tomar um banho e descemos para comer.

Eu
Mãe cadê o jé?

Minha mãe olha pro meu pai e não fala nada.

Eu
Diz mãe!

Pai
É melhor ela saber.

Eu
Saber de quê? Por favor alguém fala alguma coisa!

Falo já irritada.

Mãe
Filha,o carro que vocês estavam foi atingido por um caminhão, o lado do motorista ficou totalmente destruído.
O socorro chegou logo,mas foi tarde de mais pro Jefferson.

Eu
Mãe... Ele morreu?

Mãe
Infelizmente.

Eu
Não mãe não não pode ser
Não com ele não!

Eu grito desesperadamente.

Pai
Calma filha, eu sei que pode ser difícil.

Eu
Pode ser difícil, está sendo difícil, vai ser difícil. O pai do meu filho tá morto.
E agora? O que eu vou fazer.

Mãe
Nós vamos te ajudar meu amor. Você não vai criar seu filho sozinha.

Mãe
Eu sei mas nada vai substituir o pai dele, nada.

Corro pro meu quarto e me deito na cama chorando como uma criança que perdeu o brinquedo.
Minha mãe entra no quarto e eu a ignoro.

Mãe
Filha ..

Ela senta na cama ao meu lado.

Eu
Me diz onde o enterraram.

Mãe
No memorial aqui perto

Eu
Eu vou lá

Mãe
Tem certeza?

Eu
Eu preciso!

Pego o endereço, vou pra rua e chamo um taxi. Chego lá e percebo que um lugar ,digamos que, "sofisticado".
Tem segurança nos portões e tudo.
Chego até uma mulher...

-bom dia,posso ajudar?

Eu
Sim, eu queria ir até ao tumulo de um parente meu que foi enterrado ontem aqui.

-me siga

Ela me leva até a uma sala.

-preciso de algumas informações, nome?

Eu
Jefferson Gomes.

-qual seu grau de parentesco?

Eu
Ele era meu namorado.

-bom,sinto muito mas eu não posso autorizar.

Eu
Como assim não pode?

-isso não é o suficiente, são questões de segurança.

Eu
Então é isso?

-eu sinto muito.

Eu
Eu to gravida de um filho dele,aofri um acidente que quase custou a vida do meu filho,fiquei desacordada um dia inteiro e quando acordo descubro que meu namorado e pai do meu filho morreu e eu não pude me despedir.
Tudo que eu quero são alguns minutos.

Ela olha pra minha cara espantada.

-tudo bem,eu vou levá-,mas são alguns minutos .

Eu
Muito obrigada.

Ela me conduz até a um tipo de jardim. Lá eu vejo seu túmulo com uma foto sua.
Me ajoelho e choro.

Eu
Tudo aconteceu de uma forma tão louca né. Me desculpa por não ter sido a mulher que você merecia. Eu te prometo que vou cuidar do nosso filho, e quando ele crescer vou contá-lo o homem incrível que o pai dele foi.
Descansa tá.

-senhora,o tempo acabou.

Dou um beijo na sua foto e vou embora.

Eu
Obrigada.

Pego taxi,vou pra casa,passo o resto do dia no meu quarto isolada do mundo lá fora.
Minha mãe me força a comer por causa do bebê.
Os dias passam rapidamente e na mesma velocidade minha barriga cresce.
Eu to tentado curtir minha gravidez.
Aos poucos to me socializando de novo.

Esses dias as meninas me convenceram a ir à praia. Colocar o biquíni e sair sempre foi um 'tabu' pra mim.
Mas acho que agora nem tanto. Fico meio constrangida sim quando alguém chega perguntando quantos meses,alisando ,mas é mais questão de carinho.
Com o tempo me acostumo...

na hora de começar a surpreender todos aqueles que duvidam de você.

Amores Confusos  •Em Revisão•Onde histórias criam vida. Descubra agora