Capítulo 4

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Malu

Às vezes a vida não nos dá tempo o suficiente para pensar em nossas atitudes. Lembro-me de duas ocasiões especificamente em que tive de tomar decisões importantes que mudariam minha vida para sempre. Em uma delas tive tempo o bastante para pensar e na outra tudo aconteceu tão rápido que quando percebi, já tinha acontecido.

A primeira foi quando decidi que perderia minha virgindade com meu ex-namorado Daniel. Ele era um cara mais velho, nos conhecemos a primeira vez que saí com Ronald na calada da noite, eu tinha apenas 17 anos. Nos conhecemos, ficamos e logo estávamos em um relacionamento sério, ele tinha 20 anos na época e era lindo. O típico bad boy cheio de atitude, não posso colocar toda a culpa de minha paixão em meus hormônios juvenis, pois foi uma época muito boa de minha vida. Enfim, estávamos namorando por cinco meses e decidi que era a hora de romper aquela barreira que tanto me incomodava, afinal eu já era crescida, sabia me cuidar para não ter filhos, confiava muito nele e planejava que vivêssemos felizes para sempre. Foram praticamente cinco meses pensando em que eu deveria fazer, entregar ou não a ele uma coisa que deveria ser tão importante para mim? CINCO MESES! E foi a pior decisão da minha vida... na mesma noite em que me tomou para si completamente, Daniel despachou-me. Além de não me proporcionar prazer algum e só me machucar, o filho da puta teve a ousadia de jogar em minha cara que seu interesse era apenas aquele.

A outra situação foi completamente diferente, uma decisão tomada de um minuto para outro. Qualquer garota em minha situação provavelmente ficaria arrasada com Daniel, bateria e ofenderia verbalmente o desgraçado. Mas não quis dar isso a ele. Sabia que no minuto em que ele me visse chorar ou me rebaixar ainda mais, sua alegria se ampliaria, tudo nele implorava para que eu fizesse um escândalo. E foi por isso que eu apenas me levantei, recolhi minhas coisas, me vesti e sai do quarto de motel barato onde estávamos. De cabeça em pé e sem nenhuma lágrima. Houve dias de tristeza e choro, mas graças ao bom Deus, bem longe das vistas dele. Fiquei algum tempo sem sair do palácio, pois não queria encara-lo, não sabia como reagiria. Mas uma certa noite em uma decisão impensada, fui com Rony até a cidade. Nos divertimos tanto. Bebi até dizer chega, dancei até meus pés doerem e foi nessa mesma noite que estive com o príncipe pela primeira vez. E tudo foi maravilhoso. Uma decisão impensada. Aquela decisão foi melhor do que todas as outras vezes em que tive tempo demasiado para raciocinar.

Lógico que depois disso houve um grande desconforto entre ambos, nos evitamos muito, mas depois de um longo ano de muitos comportamentos estranhos e irritantes, decidimos que seria bom para ambos manter essa relação carinhosa. Eu já era maior de idade e acredito que isso influenciou muito a decisão de Ronald, além de todo o joguinho que eu vinha fazendo com ele por meses. Mas isso é outra história. No momento, o que quero dizer é que ainda estou em cima de uma árvore. Os rapazes ainda estão a poucos metros de distância e estou pensando se desço agora ou se espero que os malditos saiam.

Seria ainda mais vergonhoso descer agora, mas o carro continua se aproximando e tenho que arrumar a princesa para que esteja ao menos apresentável. Seria essa uma decisão apressada que vale a pena, ou uma da qual me arrependerei depois?

- Erick! Algum sinal dela, ou de minha irmã? – pergunta Ronald ao novo integrante que provavelmente vem de dentro dos muros do palácio.

- Sua irmã é a paixão do Ian e a babá dela, que eu saiba, é a Maria então nem venha com cobranças Poderoso Príncipe Burton! – precisei morder a língua para não gritar e dizer que era bom tem um companheiro para o terrível mau humor do dia. Erick era um tremendo galinha e só ficara irritado assim uma vez, quando supostamente se apaixonou por uma mulher mais velha e descobriu que estava sendo enganado, fora isso, era um verdadeiro palhaço e meu segundo melhor amigo, mas nunca nos aproximamos mais do que um abraço.

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