Segunda-feira

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Voltamos ontem da casa da vovó, quando passamos pelo parque adivinha do que eu lembrei? Argh, por que? Mas está tudo bem, tirando a parte de que me dei conta que é impossível esquecer o que a alma vivenciou.
Nada está no lugar, é segunda de manhã e estou irritada porquê meu cabelo acordou de mal humor.
P.s: Ele tem seu humor próprio, isso é um fato.
Mas e daí!
- Argh!
Resmungo quando me Bato no canto da escrivaninha. Já sei, vou amarrar em um coque alto e resolvido! Me olho no espelho, ficou horrível! Então faço uma trança baixa pro lado esquerdo, ficou aceitável. Passo rímel, lápis e mais algumas coisas... Deu certo, escondeu um pouco minha aparecia rebelde. Como as meninas populares conseguem ser tão lindas? Populares! Arghh populares! Desço as escadas:
- Já vai filha?
Diz meu pai me olhando surpreso e sério.
- Sim, vou passar no mercadinho comprar um lanche.
- Quer dinheiro?
- Não, mamãe já me deu!
- Ok então... Boa aula e eu amo você.
- Te amo pai... Tchau.
Saio, meu pai e eu não nos falamos tanto quanto eu e mamãe, acho que as vezes ele tenta, mas é difícil se aproximar.
Compro um chocolate pequeno e barato. Quando chego na escola não tem muita gente, saí meio cedo de casa porquê queria ficar sozinha um pouco. Olho para os lados perto da minha sala, Sam está olhando o mural. Chego devagar ao seu lado, ela está linda, ela é linda. Sam percebe que estou ali, desvia o olhar do mural e me abraça... Logo que me solta:
- O que queria me contar?
Pergunta ela rapidamente pegando na minha mão e me levando para um banco embaixo de uma árvore.
- Ah é!
- Fale!
- Calma...
- Ande logo.
Suspiro.
- Sabe quando eu estava no parque?
Ela faz que sim com a cabeça, então a conto tudo até mesmo sobre como nunca havia reparado nos olhos dele. Quando acabo ela começa a gargalhar, essa é a Sam.
- Você quase caío no chão por causa dele e está apaixonada?
- O que? Não estou apaixonada!!!
Grito e um grupo de alunos ali perto me olham assustados então contínuo só que mais baixo:
- Não estou apaixonada por ninguém! Só porque reparei nos olhos de alguém e esse alguém quase me derrubou não quer dizer que estou apaixonada!
Ela me encara por uns segundos:
- Ok, ok... Sério que nunca havia reparado nele? Ele é tipo o cara que todo mundo repara!
- Eu não sou todo mundo!
- Sabia que ele é cristão como você?
Suspiro.
- Sim, ele vai na minha igreja.
Ela sorri de um jeito debochado e me olha:
- Legal né?
- Fica quieta, era pra estar me ajudando a esquecer e não criando esperanças na sua mente de um amo..... De um negócio estranho!

Ai que ela começa a gargalhar do meu jeito envergonhado, não gosto de falar de amor, nunca gostei. O sinal bateu, ainda bem! Eu acho...

Pra você entender melhor quem eu sou:
Não sou a favor do namoro na escola, é desnecessário e só machuca. Amo a Deus e Sam só agiu daquele jeito pois sabe que adoraria que "Quando eu estiver pronta e mais velha!" meu marido também amasse a Deus como eu amo.... Não sou do tipo de ficar, não me prendo a ninguém e acima de tudo não me apaixono!

Entro na sala, Bia mal me comprimenta, ela está estranha hoje... Sam me olha e seu olhar diz o mesmo. Minha professora de Arte entra na sala e nos pede que metade da sala faça metade de uma frase que nos defina em uma folha em branco. O que me define? Sinceramente, eu nunca pensei nisso. Ela diz que não será só assim, não é pra por nome! Ela vai dar as folhas para as pessoas do outro lado e teremos que completar a frase da outra pessoa e depois decorar... No final descobriremos quem nós completamos. Tomara que eu pegue o da Sam, penso isso e olho pro lado, ela está lá, olhando em volta, parece procurar alguém, então ela percebe que a observo e sorri timidamente tentando disfarçar. Desvio o olhar e vejo que alguém está olhando pra mim, adivinha? Noah, olho de volta e ele acena do outro lado da sala, sorriu, abaixo a cabeça e me viro, ele olha pra professora que está explicado mais algumas coisas. Pelo jeito, quem completar vai ser dupla no próximo trabalho. Sam! Tem que ser!
Olho pela janela, o dia está com sol, mas está um clima fresco. Tem um vento lá fora e as árvores estão sendo balançadas fortemente. Há alguns pássaros no céu azul, na terra há várias pessoas conversando ou fazendo alguma coisa diferenciada.
De repente me dão uma folha escrita:
Ninguém é igual a ele,
Olho aquela letra bem desenhada, bonita aliás, não era da Sam e nem de ninguém que me lembrava.
- Terminem as frases e dêem estilo com desenhos em volta, semana que vem me entreguem e depois vamos ver de quem é. Ah escrevam no caderno as suas frases quem já escreveu no papel.
Ok, quem era? Ainda vou ver o final da frase, mas e daí. Não deve ser alguém interessante, não quero criar esperanças. Não deve ser ninguém que ligue pra mim ou se importe com a minha existência. A frase vai ficar assim:
Ninguém é igual a ele e ela era ela mesma. Ninguém os notava, mas quem se importava?

Ficou legal, acho.

ChuvosaOnde histórias criam vida. Descubra agora