Você ta me ameaçando, Beatriz?

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Regina: Beatriz, você ta viva?!

Abro minha boca para a responder mas Diogo me interrompe.

Diogo: responde, Regina! O que você ta fazendo aqui?

Regina: eu tava passando pela associação e vi você saindo meio estranho, fiquei preocupada e vim atrás de você... Eu não ia entrar porque achei absurdo isso, mas eu tava tão preocupada então subi. E olha o que eu encontro... *ela fala meio desconcertada* a quanto tempo isso ta acontecendo? A quanto tempo você sabe que ela ta viva, Diogo? *ela levanta a voz*

- Isso é entre mim e o Diogo! *digo já irritada com a sua presença*

Regina: sua assassina, eu odeio você! *partindo para cima de mim* realmente você conseguiu., enfeitiçou o meu irmão! *chorando*

Diogo: para, Regina! *ele diz tirando ela de perto de mim*

Regina: ela matou o nosso pai, Diogo!

Diogo: eu sei, eu tentei odiar ela, mas não consigo, eu amo a Beatriz! *ele vem para perto de mim* eu aprendi a viver sem meu pai, mas não posso viver sem ela!

Regina: eu não acredito que essa história está se repetindo...-ela diz levanto as mãos até o rosto. -Mais uma vez você ta traindo a tua namorada, a tua família, Diogo, por essa mulher!

- Ai Regina, eu não estou disposta a ouvir mais uma vez esse teu discurso patético. O Diogo e eu nos amamos e ele já é adulto, sabe o que faz!

Regina: eu vou te entregar para a polícia sua desgraçada!

- Se eu fosse você não faria isso...

Regina: você está me ameaçando, Beatriz? *Diogo me olha*

- é só um conselho, querida!

Regina: não acredito nisso! *ela olha para mim e depois para o Diogo e sai*

Diogo: você não vai fazer nada com ela né!?

- Claro que não, meu amor! Não faria nada que te separasse de mim novamente. *me viro para ele e seguro em seu rosto e lhe dou um selinho*

Diogo: e se ela ir na delegacia te entregar?

- Eu estava pensado nisso... A gente podia sair do Rio. O que você acha?

Diogo: ai não sei, Beatriz. E meus treinos? Eu tenho um campeonato...

- Por favor! Lembra que uma vez estivemos a ponto de conseguir sair daqui e sermos felizes... Não vamos perder essa oportunidade de novo.

Diogo: ta bem... Mas antes eu preciso conversar com a Aline.

- Aline? Quem?

Diogo: minha namorada, Beatriz.

- Ah... Ok, você fala com ela e a gente vai para São Paulo, o que acha? E depois podemos ir para Zanzibar... *faço cara de safada para ele. Ele morde meu lábio inferior*

Diogo: to gostando disso...

- Acha que a noite já podemos ir? Tem que ser ainda hoje, meu amor! Não podemos arriscar...

Diogo: acho que sim, eu falo com ela e com a minha mãe, pego minhas coisas e te encontro aqui.

- Aqui não, eu vou arrumar todas minhas coisas e deixar no carro. Antes de ir quero ver a minha mãe. Nos encontramos na frente da associação, pode ser?

Diogo: como quiser!

Ele se veste, se despede de mim e vai embora. Eu tomo um banho, coloco uma roupa e logo arrumo minhas malas. Deixo a casa como estava e desço até a portaria.

Porteiro: Dona Beatriz...

- Eu vou deixar de novo o apartamento, peço que mantenha ele conservado, eu mando dinheiro para os cuidados e um agrado para você.

Porteiro: sim senhora!

Já ia saindo mas volto e falo:

- Você não me viu aqui, entendeu?

Porteiro: sim senhora!

Saio dali, ponho as malas no carro e vou até a frente no apartamento da minha mãe, pego o celular e ligo para ela.

Estela: Alô

- Mamãe! *chorando*

Estela: Beatriz? *pasma*

- shi...*falo para ela baixar a voz* sou eu mesma, mamãe!

Estela: mas... você está morta!

- Eu sofri um acidente mas eu não morri. Eu quero lhe ver, estou morrendo de saudades da senhora! Eu to aqui em baixo, dentro do carro. Vêm aqui por favor!

Ela fica em silêncio por alguns segundos até que responde:

Estela: está bem, eu vou! *desligo*

No carro...

Ela entra e fica me olhando por um tempo... Meus olhos estavam marejados.

- Mamãe eu... *ela me abraça*

Estela: meu amor... Eu pensei que você tivesse morrido.  Porque não deu notícias antes? Eu sofri tanto, Beatriz...

- Desculpe, mamãe, eu não podia dar notícias antes, você não iria me ouvir... E eu iria acabar voltando para a cadeia, não podia arriscar.

Estela: tudo bem... O importante é que você está bem. Filha, me diz que você se arrepende de tudo que fez... Diz que você mudou de verdade...

- Mamãe, eu... eu me arrependo sim, não sou mais a mesma com certeza, mas também não sou tão diferente. Não sou uma boa pessoa como a senhora.

Estela: como assim?

- Eu aprendi com meus erros, sei que não se resolve todas as coisas matando mas eu ainda sei lutar pelo que quero, e ninguém pisa em mim... Essa sou eu, não vou mudar! *ela balança a cabeça em positivo*

Estela: só espero que aquela Beatriz que fazia tanto mal, não saia a tona nunca mais... *ficamos em silencio por alguns segundos...*

- mamãe, eu... To saindo do Rio. Vou para outra cidade e logo para fora do Brasil. Estou reconstruindo de novo a minha vida, eu só te peço que não conte nada para ninguém, nem para Teresa que me viu, que eu to viva, por favor!
Ela fica por um tempo em silencio até que fala:

Estela: eu não vou contar, mas espero que eu não me arrependa , Beatriz, de estar te dando esse voto de confiança. Não me decepcione, filha... Eu te amo, querida! *ela me abraça*

- eu também te amo, mamãe! 

Nos despedimos e eu fui até um banco sacar um pouco de dinheiro e logo depois até a associação esperar pelo Diogo.
Falta muito pouco para finalmente ficarmos juntos, esperei a minha vida toda por isso.

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