9 - Obstáculo à vista

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 Saímos do quarto e fomos para o salão de jogos, não sei bem o que está rolando entre nós, mas como também não sei o que eu quero, então, o melhor no momento é deixar as coisas como estão.

Davi anda ao meu lado fazendo piada de tudo que está a nossa volta, vejo os seus seguranças por todo o trajeto e fico feliz por estarem nos dando mais espaço.

Assim que chegamos eu avisto a minha mãe e Line jogando ping pong, é engraçado, não consigo deixar de rir e Davi me acompanha.

– Estão felizes, que bom que não se mataram! - Minha mãe comenta debochada.

– Já disse para a senhora que sei lidar com feras. - Davi responde ainda sorrindo e eu dou uma cotovelada nele, o mesmo faz uma cena como se fosse morrer de dor.

– Vamos jogar totó? - Line nos convida.

– Lana e eu contra você e sua mãe. - Davi monta o time.

Começamos o jogo e estamos realmente nos divertindo, Davi e tão competitivo quando Line, gritam, reclamam e vibram a cada gol marcado.

Nunca imaginei uma cena assim, muito menos que alguém entraria na minha vida tão bruscamente e mexeria tanto comigo. Mas estamos aqui, jogando, gargalhando e principalmente, me distraindo.

De fato, essas férias já superaram todas as minhas expectativas.

Sei que não teremos algo sério, na verdade, nem sei se voltarei a beijá-lo. Não posso seguir em frente com isso, vou embora no final de semana e provavelmente nunca mais nos veremos, não é racional o que estamos fazendo!

Ele afirmar que está apaixonado por mim só complica as coisas, isso não faz o menor sentido e acho que é melhor parar antes que alguém se machuque.

Davi faz um gol, comemora me abraçando e me levantando do chão em um impulso, eu não esperava por isso, então, fico sem reação e para piorar todos pararam o que estavam fazendo para nos encarar, inclusive minha família. Contudo, ele parece não se importar, mas vi os seus guarda-costas confiscando alguns celulares e máquinas fotográficas.

É difícil saber como reagir, pois não sei que tipo de discrição é necessário para a posição dele, pois, na verdade, eu nem sei qual é essa posição.

Continuamos jogando e depois mudamos para a mesa de sinuca, minha mãe jogou uma partida e depois quis parar. Ainda estávamos brincando quando vi o grupo do Rafael entrando no salão.

Davi procurou o que eu estava olhando e no mesmo momento endureceu o rosto, claramente a paz havia acabado!

– Olá Lana, vamos fazer uma pequena disputa? - Rafael me pergunta.

Às vezes tenho a impressão que esse pessoal está nos vigiando, perseguindo, não sei. Mas é estranho eles sempre aparecem onde estamos!

Ou talvez isso só seja coisa da minha cabeça.

– Já falei para não chamá-la assim! E não, nós não iremos jogar com vocês. - Davi se adianta em responder.

– Não é conosco e sim contra nós! - Rafael retruca.

– O que houve? Estão com medo de perder? - Paula questiona se aproximando.

– De você? – Minha irmã interrompe e cai na risada. – Você é tão ridícula que sabia que ia perder no vôlei e resolveu atacar a minha irmã pelas costas, covarde!

Que saco! Nem nas férias tenho sossego, não vou descer ao nível dessa garota. Sei que tudo o que ela quer é atenção e não vou dar esse luxo a ela.

– Calma pessoal! - Leandro interfere. - Vocês estão muito alterados, vamos terminar com esse clima chato com uma partida de sinuca?

– Mas quem perder tem que fazer algo que o vencedor escolher! - Paula sugere.

Que garota insuportável, ela é loira e deve ter a minha altura, a cor dos olhos é azul, igual aos de Davi, na verdade, parece que foram feitos um para o outro.

É aquela garota linda e perfeita, o sonho de todo homem, magra e de atitude, seria a escolha certa para o Davi, dá para ver que é da alta sociedade também.

– Amei a ideia do desafio! - Rafael se apressa em dizer. - David e Lana contra Paula e eu. Se nós perdermos, eu paro de chamar a Elana de Lana e prometo não tentar mais nada com ela, a não ser que ela queira, é claro! - Ele sorri para mim debochado. - E a Paula deixa a Lana em paz e não corre mais atrás do David, se é realmente isso que você quer. – Dessa vez ele fala apontando para o Davi.

– E se nós perdermos? – Davi pergunta e eu não gostei disso!

Ele está realmente pensando em aceitar?

Ué? Vocês não se acham os melhores? - Paula diz em alta voz. - Então, isso não deve ser um problema, mas vou matar sua curiosidade! Se vocês perderem, vão ter que nos beijar e um beijo de verdade, é claro!

- Não estou interessada nesse jogo! – Digo tentando seguir a minha família que já cansou desse papo e resolveram ir até a sauna.

– Por que não? – O Rafael tenta chamar a minha atenção para impedir que eu vá embora dali. – A Paula já beijou o David mesmo, você está com medo de gostar do meu beijo? – Ele sorri maliciosamente.

Davi vai para cima do Rafael, segura ele pela gola da blusa, o pressiona contra a parede, e diz:

- Você nunca irá beijá-la, nunca, ouviu?

– Só prometo fazer isso se eu perder no jogo, caso contrário, eu vou beijá-la sim e será quando você menos esperar! – Rafael responde encarando o Davi de igual para igual.

Como é que eu me meti nessa confusão?

O pior é que o Davi é muito competitivo e meu medo se concretiza quando escuto ele dizer:

– Ok, eu aceito o desafio! 

Conto de fadas na vida real [Revisado]Onde histórias criam vida. Descubra agora