17 - A Briga

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 Não tenho tempo para pensar, preciso evitar uma briga, mesmo com raiva do David eu não posso deixá-lo se expor por minha causa.

– Rafael vai embora, por favor! - Peço preocupada.

– Não vou! Ele não vai controlar quem pode ou não chegar perto de você!

Que droga! Por que ele não ajuda?

– David, pare! Não vou deixar vocês brigarem. – Aviso, mas parece que ele não me ouve.

– Sai da minha frente ou eu... - David me avisa.

– Ou você o quê? – Olho dentro dos seus olhos isso fez com que ele prestasse atenção no que eu disse.

David pára praticamente em cima de mim e tenho a sensação de consigo sentir o seu sangue fervendo nas suas veias.

Depois de alguns segundos ele desvia o olhar do Rafael e me encara.

– Aonde vocês se meterem o dia todo? Mandei revirarem o resort inteiro e não te encontraram e o que houve com o seu celular?

Ele não tem o meu número!

A não ser que a minha mãe tenha dado.

– Não passou pela sua cabeça que ela não queria ser encontrada? - Rafael desafia.

David chega a me empurrar antes de parar e me olhar novamente.

– Estou perguntando a você!

– Fomos a cidade! Não sei o que houve com o meu celular, deve estar fora de área. - Eu sei que não devo satisfações a ele, mas não quero irritá-lo ainda mais.

Nem acredito que ele parou por minha causa e pelo olhar dos seguranças a surpresa não é só minha.

– Deixa eu ver! – David diz estendendo a mão para mim.

Eu pego o celular do bolso e o entrego na mão dele, os seguranças aproveitam a distração e começam a se posicionar de forma a evitar uma possível briga.

- Cadê o seu chip? – Ele pergunta após uma rápida inspeção, me olha e parece estar muito preocupado.

- Como assim? Do que você está falando? - Eu pergunto confusa.

– O seu chip foi retirado do celular! - Ele afirma voltando a ficar irritado.

– Oi? – Como assim o meu celular está sem o chip?

– Por que você tirou o chip do celular dela? - David encara o Rafael ainda mais nervoso.

Ele volta a ficar vermelho, na verdade furioso, e preciso pôr a mão no seu peito para ele não iniciar a briga.

Só então começo a entender, me viro para o Rafael e pergunto:

- Você tirou o chip do meu celular? Quando e por quê?

Rafael me estende a mão e entrega o chip.

David passa por mim, incontrolável, e os segurança ficam no meio do caminho, mas isso não parece importuná–lo.

– David, pára! - Eu acabo ordenando.

Ele vira para mim, não sei o que falei que foi como um balde de água fria nele.

Me viro para o Rafael ainda confusa.

- Você não me respondeu!

– Tirei na hora do almoço, quando você o colocou em cima da mesa, e fiz isso para que ninguém nos atrapalha-se.

Como assim atrapalhar? O que aconteceu? - David me encara furioso.

– Viu por que você não a merece? - Rafael pergunta para o David. - Que tipo de pergunta é essa? Ela não é esse tipo de mulher!

– Você beijou ele? – David ignora o Rafael e me pergunta irritado.

– Eu não te devo explicações. – Me lembro de tudo o que eu descobri dele.

– Fala logo para que eu possa matá-lo com vontade.

- Você não vai matar e nem bater em ninguém! Já chega de confusão!

Olho para o dono da voz eu vejo um homem muito elegante na porta do quarto do David.

Nem preciso perguntar para saber quem é...

Ele é alto, quase a mesma altura que o David, mesma cor dos olhos, cabelos lisos, grisalhos e bem cortados. Está vestido com uma blusa branca sociais, sem gravata, calça preta e sapatos também pretos e bem engraxados.

Ele está encostado na porta com as mãos nos bolsos, pernas cruzadas e com os olhos fixos no David.

Conto de fadas na vida real [Revisado]Onde histórias criam vida. Descubra agora