-Como se sente?- Justin perguntou mais uma vez a caminho de casa.
Um dia depois de dar entrada no hospital eu recebi alta, estava melhor e a droga que Max havia me dado já havia sido retirada de meu corpo. Por mais que as enfermeiras conversassem comigo sobre prestar boletim de ocorrência eu não quis. Achei melhor deixar esse assunto de lado e eu mesma resolver isso.
Justin estava um pouco mais reservado, não falava tanto quanto costumava, suas únicas palavras destinadas a mim eram sobre meu estado de saúde.
- Eu estou bem- respondi olhando a paisagem a fora. Voltei minha atenção a Justin e fiz um bico- Justin?- ele me encarou e fez um expressão confusa.
- O que foi?
- Você está bravo comigo?- ele respirou fundo e não me respondeu. Eu o conhecia o suficiente para saber que isso era um sim- eu já pedi desculpas, é sério, eu estava com raiva ai eu confirmei presença, não podia dar pra trás depois.
Ele negou com a cabeça e não me respondeu. Iria ser mais difícil do que eu pensava.
- Justin...
- Será que você pode parar um minuto, estou tentando me concentrar aqui- baixei a cabeça assentindo- Anne, não quero brigar com você, mas eu só me preocupo. Você sabe os riscos que corre.
- Eu sei.
- E mesmo assim me desobedece.
- Eu sei.
- Mas...- o olhei com esperança e ele suspirou me olhando sorrindo logo em seguida- não consigo ficar bravo com você.
Sorri abertamente para o mesmo que retribuiu.
- Mas não pense que não vai ser punida. De casa para a escola e da escola para casa. Sem festas por duas semanas, sem Scoot. Só para você aprender que mesmo você não tendo nada com meus negócios é perigoso- assenti. Era o mínimo que eu podia fazer.
Logo eu já estava embaixo do chuveiro, com aquela água quente escorrendo por meu corpo retirando o cheiro de hospital do meu corpo.
Toquei meus lábios com os dedos me lembrando do que senti e ouvi.
"Eu te amo Anne"
Quem era? Aquele beijo... Não parecia de Scoot, ele teria falado que me beijou, claro que ele acharia que eu não senti ou escutei.
Mas quando ele estava do lado de fora do hospital a primeira coisa que fez foi me beijar, e ele não tocou no assunto. Ele só deve achar que não é importante, e deve estar com medo de eu não retribuir seu amor. Com razão, pois no momento eu não retribuía.
Sai do banho e me troquei no closet, anexo ao banheiro.
Ajustei minha regata em meu corpo enquanto caminhava para fora do banheiro. Justin estava sentado em minha cama e se levantou assim que me viu.
- Agora você vai comer algo- percebi uma bandeja na minha mesa de estudo. Peguei um dos sanduíches lá e mordi com gosto. A comida que me deram no hospital era horrível, eu preferi não comer muito, então agora eu estava com fome.
Me aproximei de Justin e estendi o sanduíche oferecendo. Ele deu uma mordida quase pegando em meu dedo.
- Vai canibal, arranca meu dedo- brinquei e ele sorriu de lado segurando minha mão vazia e mordendo meu dedo indicador. Soltei uma exclamação em surpresa- Hey, solta- puxei minha mão e ele gargalhou me puxando pelo braço e me abraçando. Detalhe, eu ainda comia aquele delicioso sanduíche- Rosa consegue fazer até um sanduíche ficar como o manjar dos deuses- comentei e ele riu se afastando um pouco, ainda me abraçando pela cintura.
- Esse eu que fiz- sorriu convencido dando mais uma mordida.
- Está gostoso.
- Eu sei- sorri com sua fala e dei a ultima mordida acabando com aquele sanduíche. Olhei para Justin que sorris bobo para mim.
- O que foi?- perguntei rindo.
- Nada é que... Nada, só estou te admirando- arqueei minha sobrancelha.
- Sei que sou linda, mas porque...- interrompi minha fala assim que ele me abraçou apertado. Segurei em seu pescoço retribuindo, não entendendo.
- Quando eu vi você naquele estado, pensei que... Pensei que você ia morrer. Quando você falou que alguém te drogou, pensei que algum traficante tivesse colocado algo pra te matar. Não quero te perder.
- Vão precisar de muito mais para me matar- ri fraco, mas percebi que ele não riu- Justin, o que está acontecendo?
Tentei me afastar dele, mas o mesmo não me soltou, apenas me apertou mais forte.
A situação estava um pouco estranha, eu estava achando estranho. Justin estava estranho. Eu nunca o vi daquela maneira.
- Justin...- sussurrei acariciando sua bochecha com minha mão, mesmo sem o encarar sabia que ele estava de olhos fechados.
Arregalei os olhos quando notei algo.
"Não sei o que faria se te perdesse"
"Não quero te perder."
- Justin?- isso não pode ser verdade- Justin.
- O que?- ele perguntou doce me encarando. Sua cara parecia a de um anjo.
- Promete ser sincero?- perguntei nervosa sentido minhas mãos soarem. Um flash de imagens de ontem de manha passaram por minha cabeça. Eu acordando, a briga, o hospital. O que eu ouvi.
- Prometo- sorriu como uma criança e eu respirei fundo tomando coragem para perguntar.
- Justin... Foi você que me beijou ontem a noite no hospital?- seus olhos se arregalaram e ele se soltou de mim se afastando- Justin?
- Senhor Bieber, estamos sendo invadidos- Justin alternou o olhar entre mim e o segurança que havia acabado de entrar no quarto.
- Quantos mortos?- Justin perguntou caminhando até minha cômoda. Ele abriu a segunda gaveta e tirou o fundo falso pegando um revolver.
- Dez feridos, nenhum morto por enquanto.
- Certo- ele olhou para mim novamente- leve Anne para um lugar seguro- o segurança assentiu e se postou ao meu lado.
- Justin...- ele caminhou até mim e segurou meu rosto selando seus lábios aos meus rapidamente.
- Acho que isso responde sua pergunta- assenti sorrindo de lado.
- Cuidado- sussurrei e ele sorriu doce beijando minha testa.
- Depois a gente termina essa conversa.
Assenti e ele saiu do quarto. Ouvia tiros enquanto o segurança me levava ao meu closet e abria uma pequena porta escondida atrás de minhas roupas. Era um pequeno cubículo com uma escada de madeira. Subi a mesma indo para o quarto especial que havia lá. Era um lugar quase vazio, tinha uma caixa de metal preta sobre uma pequena mesa, junto a uma cadeira e uma mini geladeira. Dentro daquela caixa havia um revolver por precaução.
- Fique aqui, irei ajudar lá em baixo- assenti.
- Deixe as portas abertas, sem tranca, vão achar que estamos escondendo algo.
[...]
Fazia dez minutos que eu estava naquela sala. Ainda ouvia tiros.
Queria Justin aqui comigo me acalmando. Estava sentada no chão balançando para frente e para trás impaciente.
Ouvi a porta do meu quarto se abrir e parei de me mexer, prendendo a respiração como se o mínimo ruído fosse um grito no abismo.
Mais uma porta aberta. Meu banheiro. Ouvi o barulho de algumas coisas caindo no chão, logo o silêncio, as portas de correr do closet foram abertas e ouvi passos. Era mais de uma pessoa.
- Não tem ninguém aqui- uma voz masculina comentou, meu batimento aumentou, finquei minhas unhas em minha pena, mordi a pele de meu braço nervosa.
- Temos que achar alguém, ele quer alguém pra usar contra Bieber.
- E aquela garota? Que ele trouxe para cá a dois anos.
- Dizem que ela é uma prostituta de luxo dele, só dele. Parece que ele sequestrou ela, alguma coisa assim.
- Acha que ela vale a pena?- um silêncio, sabia que outro estava pensando.
- Dois anos é o suficiente para ter sentimentos- fechei meus olhos com força.
Eu estava ferrada.
Ouvi dois tiros, que me assustaram. Abri meus olhos rapidamente esperando ouvir mais alguma coisa. Passos, os cabides sendo arrastados pelas araras. A portinha se abriu. Justin apareceu e sorriu para mim.
- Vou precisar que faça curativos em mim.
Ri fraco me arrastando para perto do mesmo. Eu estava definitivamente ferrada.Mais um capítulo, bom... hoje não tenho o que falar, então só quero dar as boas vindas para as leitoras novas, e agradecer os comentários e estrelinhas, bjuus (meus não do Justin kkkkk piadinha sem graça, mas eu tive que fazer)
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My Dear Possessive
Hayran Kurgu"Vi meus avós sendo mortos a sangue frio, eu tinha que agradecer a Justin por me salvar" "Anne era só uma criança quando recebi a tarefa de mata-la, mas eu não podia fazer isso" "Ele me protege a tanto tempo que eu não sei o que aconteceria se o per...