Duda

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A noite esta bem chuvosa, eu estou torcendo para o meu pai estar me esperando no ponto de ônibus, a chuva esta cada vez mais forte, estou olhando pela janela observo as gotas de água escorrendo no vidro, fico prestando atenção em todo caminho todo que o ônibus faz, quando o ônibus chegou no meu ponto, eu encaro o lugar vazio, como esperado meu pai não veio me buscar. Tiro minha mochila das costas e abro a mesma pegando meu guarda-chuva, eu não acredito que meu pai esqueceu de me buscar novamente, o ônibus sai e eu vou andando pelas ruas, está um pouco escuro e deserta, do nada sai um rapaz de um beco estreito, ele está usando uma calças de moletom preta e uma blusa com capuz, meu coração começa a bater mais forte, acelero meus passos e passo por ele, ouço barulho de um alarme de carro sendo desativado, com um pouco de medo, disfarço e me viro vejo que o rapaz entrou em um Vectra preto, solto um suspiro de alívio.
Continuo andando e a chuva continua cair cada vez mais forte, solto um suspiro e vou caminhando, quando acabo me desequilibrando e caio de bunda no chão, eu me olho estou toda molhada, começo a rir de mim mesma, ouço uma voz atrás de mim e minhas pernas ficam moles.

— Ei esta tudo bem ai?

Viro meu pescoço e consigo ver o rosto do rapaz que saiu do beco, ele é muito bonito, seu olhar preocupado me faz sentir algo diferente por ele, minhas pernas estão moles a voz dele é bem excitante, balanço a cabeça e torno a rir novamente , que rola legal que eu acabei de levar.

— Sim, eu estou bem — respondo — não foi nada de mais.

Ele me estende sua mão e eu aceito, seu olhar percorre por todo meu corpo, minhas bochechas começam a arder, isso quer dizer que eu estou com vergonha.

— Moça você quer uma carona?

Fico meia sem graça, eu não quero incomodar e nem pegar carona com um estranho, eu nem sei quem é ele, apenas mordo meu lábio e falo.

— Não precisa se incomodar, eu moro logo ali.
— Fica tranquila moça, eu não vou lhe fazer mal, o que pode lhe fazer mal é um belo resfriado, deixa de ser teimosa.
— Não precisa — respondo — obrigado.
— Ei entra, eu não mordo, pode relaxar baixinha.

Solto um suspiro e me dou por vencida e aceito a carona, entro no carro ele tira a sua blusa de frio e me entrega, o seu cheiro invade meu nariz, ele liga o ar condicionado.
O silêncio mórbido esta me deixando constrangida, acredito que deve ser porque eu não deveria ter aceitado essa carona, e se ele me sequestrar, me matar e roubar meus órgãos? Eduarda como pode ser tão sem juízo assim?

— Então como é seu nome? — ele pergunta me tirando dos meus pensamentos.
— Me chamo Eduarda e você?
— Me chamo Lucas, qual é a sua idade?
— Tenho 17 anos e você?
— Tenho 19 anos, o que você esta fazendo sozinha essas horas na rua?
— Bom, acredito que meu pai esqueceu de me buscar, mas eu já estou acostumada ele é medico deve ter tido algum imprevisto no hospital.
— Entendo.

O silêncio volta a reinar em nós, eu solto um suspiro em ver o carro do meu pai parado em frente de casa, peço para o Lucas parar um pouco antes de chegar em casa.

— Pode parar aqui — falo segurando minha bolsa — muito obrigado.
— Onde é sua casa?
— Ali na frente, eu não quero ter que dar explicações ao meu pai, ele iria achar muito estranho um carro parar em frente se casa, muito obrigado Lucas.
— Poxa! Baixinha aqui é um pouco longe, nós se vemos por aí.

Desço do carro e vou andando até a minha casa, quando chego abro o portão e Lucas passa em alta velocidade, adentro em casa e vou até à cozinha, vejo eu pai sentado mexendo no seu notebook.

— Oi! Pai o senhor me esqueceu de novo? — pergunto.
— Desculpa Duda, eu tive alguns imprevistos aqui — meu pai responde.
— Hum! Tudo bem, eu vou tirar essa roupa molhada.
— Tem janta pronta na geladeira, eu vou subir e ir dormir, amanhã terei uma cirurgia bem cedo.
— Está bom, eu comi na escola até amanhã a noite.

Vou para o meu quarto me olho no espelho e vejo que estou usando a blusa de frio do Lucas, retiro e vou tomar um banho, como o olhar dele era bonito e maravilhoso, seu perfume era tão bom e a voz dele? Que voz maravilhosa, saio do chuveiro e coloco um pijama bem confortável, pego meu celular e vejo uma chamada perdida do meu pai, nossa eu ainda não acredito que ele me esqueceu de novo, ele sempre faz isso, mas hoje foi muito mancada por estar chovendo. Jogo-me na cama e meus pensamentos vai em Lucas, gente como pode ser tão lindo, carinhoso, quero dizer eu nem conheço ele direito, mas ele é bonito e eu gostei dele.

Toda baixinha tem seu gigante perfeito - Nova VersãoOnde histórias criam vida. Descubra agora