Duda/ Lucas

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   DUDA

Acordo com a claridade em meu rosto, olho atentamente para o lugar onde estou, não é mais o quartinho mofado, minha mente vaga para aquele quarto, o que teria acontecido comigo se o Lucas não tivesse chegado?
Não quero nem imaginar, tiro o soro que está em meu braço, e o cateter nasal, me levanto passo a mão em meus cabelo.
A porta do quarto se abre, Lucas adentra do mesmo, seu olhar é triste e ao mesmo tempo preocupado.

— O que houve depois que eu desmaiei? — pergunto.
— Eu dei uma surra naquele covarde — Lucas responde.
— Como você me achou?
— Rastreei seu celular.

Fico um pouco confusão, então o Lucas sabe onde eu estou o tempo todo? E com quem estou? Isso não é muito justo na minha opinião.
Uma enfermeira adentra do quarto, ela olha para o soro e para o cateter nasal, sua cara rabujenta não está do meu agrado, Lucas saiu do quarto para atender o telefone.

— Quem falou que você poderia tirar? — ela pergunta medindo minha pressão — vou ter que procurar outra veia.
— Você não vai me furar — respondo escondendo meus braços.

A porta do quarto se abre novamente Lucas adentra junto com meu pai, eles juntos não é um bom sinal, já estou me preparando para o pior.

— O que está acontecendo aqui? — meu pai pergunta.
— Ela tirou o soro — a enfermeira responde — Eduarda o braço por favor.
— Não, você não vai me furar eu já estou bem.

Meu pai encara ela, ele se aproxima checa meu pulso.

— Ela vai receber alta — meu pai fala olhando seu relógio — será que você pode me dar licença, quero falar com eles a sós.

A enfermeira apenas assente, a mesma sai do quarto, meu pai está olhando alguns papéis e sua cara não é nada boa.

— Bom — ele fala — eu pedi exames, um deles acusou nível alto de hormônios no seu corpo, então pedi um exame de gravidez, deu positivo, Eduarda você está grávida de três semanas.

Quando ele fala isso, meu coração quase para de bater, como assim grávida? Eu não posso estar grávida.

— Acho que houve um erro pai, não posso estar grávida  — falo.
— Erro houve mesmo e vocês dois transar sem camisinha — meu pai fala — mas agora não tem o que fazer.

Lucas está imóvel, acho que ele não estava preparado para uma notícia como essa.

— Baixinha — Lucas fala com um belo sorriso — eu vou ser pai? Caramba você tá carregando um filho meu.

Lucas vem em minha direção me abraçando, admito que não esperava essa reação dele, Lucas passa a mão na minha barriga, eu apenas observo a cena.

— Não precisa se preocupar senhor Alexandre — Lucas fala — não faltará nada a minha baixinha e ao meu filho.
— Bom saber que és um homem de responsabilidade — meu pai fala — mesmo assim, vocês deveriam ter se cuidado.

O quarto fica em total silêncio, isso é muito constrangedor, meu pai assina um papel, solto um suspiro longo.
Lucas continua imóvel, ele ainda deve estar processando que vai ser pai, o que me leva á pensar se ele realmente que ter um filho agora!

— Você está de alta Eduarda — meu pai fala.

Após falar isso ele simplesmente se vira, sai do quarto, começo a me arrumar, estou um pouco grogue por conta dos remédios, Lucas vem até onde estou, a única coisa que ele faz é me abraçar.

— Eu estou feliz em saber que você está carregando um filho meu — Lucas fala me dando um rápido beijo no topo da cabeça — eu vou cuidar muito bem de vocês.

  Lucas.

Ouvir que serei pai, é uma ótima notícia, moverei céus e terra pelo meu filho, estou acompanhando Duda, quando um outro médico vem em minha direção.

— Lucas Marchetti? — ele pergunta.
— Sou eu — falo — posso ajudar em algo?
— Me chamo doutor Silas, a cirurgia da sua prima ocorreu bem, mas infelizmente não conseguimos salvar o bebê, os pais dela estão aqui ou esposo? Com quem posso conversar?
— Parente proximo é só eu, mas o pai da criança está na sala de espera.
— Certo, você pode me passar o nome?
— Jhonatan — respondo — ele chegou comigo.
— Obrigado.

Paro para pensar, eu achei que o pai da Duda tivesse feito a cirurgia da Luísa, algo me diz que tem algo nessa história.
Balanço a cabeça afastando esses pensamentos, agora é a hora de levar minha pequena para casa, Duda parece bem pensativa.

— Está tudo bem? — pergunto.
— Não — ela responde — se eu não tivesse fugido nada disso teria acontecido, agora sua prima está machucada e perdeu um bebê inocente, tudo por minha culpa.
— Eduarda a culpa não é sua, agora o Paulo não irá lhe fazer mal, minha prima está em boas mãos.

Ela apenas a baixa a cabeça, a encaro dou um beijo em sua bochecha e a levo para casa, chego na casa dela, seus olhos estão triste.

— Quer ir para minha casa? — pergunto.
— Sim.

Viro o carro vou para minha casa, já faz tempo que eu não sei como ela está, solto um suspiro ao chegar em frenda da mesma está tudo escuro.
Nossa, acho que deve estar tudo abandonado, adentro da casa está tudo bem organizado, com certeza a Dirce deixou tudo organizado, levo minha pequena ao banheiro.

— Duda está tudo bem? — pergunto.
— Sim, eu preciso de um banho.

Ela não está bem, estamos no banheiro Duda está calada, ajudo ela tirar sua roupa, ela tem algumas marcas no corpo.
Coloco a banheira para encher, ajudo ela entrar na mesma, seus olhos estão distante.

— Eu não quero nem imaginar o que teria acontecido comigo se você não tivesse chegado — ela fala com olhos cheios de lágrimas.
— Já passou baixinha, estou aqui — falo abraçando ela.
— Eu prometo que não vou mais fugir assim — ela fala chorando.
— Eu vou cuidar se você baixinha.

Com um rápido movimento ela me puxa para dentro da banheira, espirra água para todos os lados, seguro seu queixo e a beijo, dou leves puxões de cabelos sinto meu estômago roncar, paro o beijo a encaro.

— Você está com fome?
— Não — ela responde.
— Mesmo assim você vai comer.

Dou um rápido beijo beijo em sua boca macia e gostosa, saio do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura, pego meu celular vejo várias mensagens do Léo, aviso ele que está tudo bem.
Após me trocar arrumo algo para que eu e a baixinha possamos jantar, ainda não caiu a ficha que você ser pai, acho que eu nunca me imaginei ser pai, eu prometi que vou cuidar dele e dela, isso a baixinha pode ter certeza.

Toda baixinha tem seu gigante perfeito - Nova VersãoOnde histórias criam vida. Descubra agora