Capitulo 8

18 1 0
                                    

Me dói a ideia de ver um mundo sem a Lua, me dói em pensar que nunca mais verei seu sorriso, seus gritos comigo, suas gargalhadas e seus ataques de nervos.
Cada detalhe nela a tornava perfeita e agora ela está toda entubada numa máquina.
Já faz quarenta e cinco dias que ela está internada, o médico disse que ela é uma guerreira pois ele não teria dado nem 2 dias a ela.
Todos os dias eu ia ver ela, ela estava cada vez pior, cada vez mais pálida e magra.
Ela não tinha dado resposta nenhuma e de acordo com o médico não daria nenhum resultado. Ela ficaria nesse coma até não aguentar mais ja que não apareceu nenhum doador.
A mãe dela tem ligado todos os dias e disse que estava na Síria e que estava impossibilitada de voltar para o Brasil. Os vôos tinham sido cancelados por 2 semanas.
- Senhor Styles.- o médico chamou.
- Oi.- respondi me levantando.
- Nós acabamos de receber sangue compatível com o dela.- o médico disse.- vamos iniciar a cirurgia agora. Se tudo correr bem ela se recuperará.
- Qual a chance dela sobreviver a essa cirurgia?- perguntei.
- Vinte por cento.- respondeu.
Só isso? Vinte por cento? Uma menina tão jovem tem vinte por cento de chance de sobreviver?
***
Três horas se passaram desde que Lua entrou em cirurgia. O pai dela e minha mãe já estiveram aqui mas voltaram para casa.
- Senhor Styles?- a voz do médico me chamou.
- E ai doutor?- perguntei.- já posso ver ela? Ela está bem?
- Senhor Styles o senhor vai precisar ser forte, ela rejeitou o sangue não sabemos o motivo.- ele começou e lágrimas ja brotaram em meus olhos.- ela não morreu. Mas não há jeito, em dias ela morrerá então eu acho que o melhor é desligar as máquinas.
- Não- gritei.- não podem fazer isso.
- Nós já temos permissão da mãe dela então podemos sim.-o médico disse.
Como ele pode ser tão frio numa situação dessas?
Meu mundo desmoronou.
- O senhor quer ver ela antes de desligarmos as máquinas?- perguntou e eu concordei com a cabeça.
Ele me conduziu até o leito onde Lua estava. Ela estava tão magra, tão pálida.
Me doeu tanto ver ela assim, eu não tinha forças nem para chorar. Eu estava em choque de a ver assim.
Os médicos entraram no leito ignorando minha presença e desligaram quase todas as máquinas exceto a que mede os batimentos cardíacos.
Todos eles saíram do leito e me deixaram ali sozinho com ela.
- Por favor Lua.- gritei derramando lágrimas no seu colo.- não me deixa aqui por favor.
O barulho dos batimentos cardíacos dela foi cessando até apitar uma última vez.
Me virei de costas para sair da sala mas um barulho me chamou a atenção.
Olhei para o aparelho de batimentos cardíacos e eles voltaram, o corpo dela aceitou o sangue finalmente. Minha Lua estava viva, cheguei perto dela e a beijei mesmo estando inconsciente.
Chamei os médicos e eles foram se certificar e ligaram as máquinas novamente.
- Isso é um milagre.- uma das enfermeiras me disse enquanto eu saía do leito.- ela é mesmo uma menina muito forte.
Eu estava chorando mas dessa vez de felicidade, minha Lua ia sobreviver.
Liguei para o meu pai e para a mãe dela e os avisei sobre o estado dela.
***
14 dias depois de ter aceitado o sangue novo Lua saiu de seu coma.
Eu fui o primeiro a visita-la, continuava magra e pálida mas não como antes.
Ver seus olhos abertos e um sorriso quando entrei no quarto foi tudo que eu precisava.
- Harry.- ela murmurou sem forças.- eu escutava tudo, o tempo todo.
Fiquei sem reação com sua confissão, não esperava isso nunca.
- Lua! Isso são detalhes.-disse.- o que importa é que você está bem e que daqui à alguns dias você vai ter alta.
Pov's Lua.
Todos os dias que Harry chegava para me visitar eu escutava tudo que ele dizia, eu tinha vontade de sair daquela cama e pular em cima dele. Meu corpo não tinha essa força, até ontem que eu apaguei e achei que fosse morrer mas superei e acordei.
Faz três dias que recebi alta, finalmente posso sair dessa cama e ir à escola.
Olho para o relógio e são 6:45, me levanto para tomar um banho.
Visto meu uniforme e desço para tomar café.
- Oi.- disse à todos que estavam na mesa, até Harry.
- Olá pequena.- ele disse dando um beijo na minha bochecha.- quer que eu te leve a escola?
Assenti com a cabeça.
- Filha, tem certeza que está bem?- pergunta meu pai.
- Sim, estou bem.- disse tomando o último gole do meu suco e me levantando para pegar minha bolsa que estava no sofá.
Atiro ela no ombro e fico a espera de Harry.
- Vamos.- ele disse pegando na minha mão.
Pensei em solta-la mas decidi não o fazer.
Entrei no carro e ele deu a partida.
- Lua.- ele disse pondo a mão na minha coxa.- acho que você me deve uma explicação.
- Eu não quero falar sobre isso.- disse.
- Por favor.- ele implorou.
- Não quero Harry! Por favor não força a Barra.- gritei.
Ele tirou a mão da minha coxa e se focou na estrada.
Cinco minutos depois estávamos na minha escola.
Saio do carro e Harry faz o mesmo.
- Onde vai?- perguntei.
- À escola.- respondeu.- seu pai pediu para eu vigiar-te.
- Ai meu Deus!- ri.- não precisa fazer isso, eu fico muito bem sozinha.
- Ordens são ordens.- ele riu pousando a mão na minha cintura.
Todos que estavam em frente ao portão da escola ficaram nos observando, não estou acostumada com esse tipo de atenção.
Ele pega na minha mão e me conduz até a minha sala de aula.
- Entra na minha escola sem avisar ninguém, muito normal.- ri.
- Seu pai avisou o diretor.- ele disse abrindo a porta da sala.- e ele concordou.
- Quem é o senhor?- a professora perguntou assim que entramos na sala.
- Sou o namorado dessa coisinha aqui.- ele disse apontando para mim. Vi várias garotas formarem um "o" com a boca, até porque uma menina como eu não estaria namorando um Deus grego como o Harry.
- Ta...mas veio para?- perguntou novamente.
- Ela esteve em coma profundo como sabem e o pai dela pediu para eu vigiar ela, o diretor sabe disso tudo senhora.- Harry disse pousando um beijo na minha testa.
- Ok.- a professora murmurou.
Nos sentamos nas últimas mesas da sala, eu estava na penúltima e Harry na última.
Vários olhares femininos caíram sobre ele, todas a desejavam mas ele é MEU. Pera! Ele é mesmo meu, não não é...então ele pode ficar com qualquer outra garota.
Essa ideia me dá náuseas mas decido não comentar nada pois meu ego não deixa.
- Lua?- a professora me despertou dos meus pensamentos.
- O que foi?- perguntei um pouco mais rude do que o necessário.
- Não está prestando atenção à aula.- repreendeu.
Ignorei seu comentário e continuei a não prestar atenção.
- Atura isso toda semana?- Harry sussurrou ao meu ouvido e minha pele se arrepiou.
Assenti com a cabeça e me virei para encarar aqueles olhos verdes que eu tanto admiro.
- É tao lindo.- as palavras saíram sem eu as ter processado.
Corei com minha própria atitude.
- Posso dizer o mesmo de você.- sussurrou ao meu ouvido.
Corei novamente.
- Você me faz tao bem- completou.- é como se eu perto de você me sentisse diferente, feliz sabe.
- Eu sinto o mesmo.- disse e abaixei a cabeça.- é estranho, mas você me trás segurança e conforto.
Não sei se essas são as palavras certas, mas resolvi usa-las.
- Eu não quero te forçar a nada, mas podemos sei lá... Ter alguma coisa.- suas palavras fizeram meu coração palpitar.
- Claro!- concordei, foi a decisão mais precipitada que eu tomei.
- Senhor, se continuar chamando a atenção da Lua vou ser obrigada a retirar o senhor da sala.- a professora disse.
- Posso falar ai na frente rapidinho?- Harry pediu.
- Esta atrapalhando minha aula, cinco minutos.- a professora cedeu.
Harry se levantou e se recostou no quadro branco.
Ele atraiu diversos olhares femininos e desejosos, tive vontade de matar cada menina que olhava para ele.
- Então...- passou a mao pelo cabelo.- há alguns meses que eu conheci a menina mais irritante do mundo. Me lembro do dia que eu a conheci, ela estava bêbada numa festa e me agarrou e me deu o telefone dela, mas não o número, ela me deu o aparelho celular.
No dia seguinte ela apareceu na minha casa e gritou comigo me expulsando do meu proprio quarto, aquilo foi estranho. Ela é estranha.
Porém...ela foi obrigada a dividir o quarto comigo por 10 dias e ela dormiu no chão pois não queria se misturar com gente da minha laia.
Um dia eu fui levar ela numa praia e o pior aconteceu...meu carro foi roubado, dormimos na praia e ela me beijou.
No dia seguinte pegamos carona com um caminhoneiro tarado e assassino, ele queria ela. Mas fugimos junto com a polícia.
Foi a partir daí que eu percebi que ela era a menina que eu quero, eu poderia ate falar mulher mas ela é tao inocente que chaga a ser uma criança aos meus olhos.
Tudo começou a fazer sentido, eu queria o dia todo poder falar com ela.
Veio outra notícia! Ela iria morar conosco por 1 ano.
Meu coração disparou quando eu soube disse mas eu me lembrei que ela ainda não era minha e que eu não poderia nem beija-la. Ate hoje, há dois minutos atrás ela aceitou ter alguma coisa comigo.
Mesmo que seja pouco, se for com ela eu estarei feliz.
Meus olhos já se inundavam de lágrimas, corri para seu abraço. Várias pessoas aplaudiram, inclusive a professora.
- Isso foi lindo.- comentou a professora enchugando os olhos.
Ele deu um breve sorriso e beijou o topo da minha cabeça.
Voltamos para nossos lugares mas em 5 minutos o sinal bateu, liberando os alunos.
Saímos da escola o mais rápido possível e entramos no carro.
- Harry.- chamei-o.- aquilo foi incrível.
Ele sorriu, seu sorriso é tao perfeito. Suas covinhas de encaixam perfeitamente em seu rosto enquanto seus olhos verde esmeralda brilham toda vez que digo algo a ele, é estranho o controle que ele tem sobre mim.
***
- Harry vai tomar banho porco!- disse empurrando Harry para o banheiro.
- Eu já tomei.- ele disse rindo.
- Mas esta calor e você provavelmente suou.- disse fechando a porta do banheiro.
O telefone de Harry toca.
- Harry seu telefone.- grito da porta.
- Atende.- ele disse.
Peguei em seu telefone e o nome Carolina estava estampado no ecrã, ele a pouco me pediu em alguma coisa e já esta com outra rapariga.
- Alô?- digo.
- O Harry esta?- perguntou uma voz feminina.
- Sim...mas pode falar comigo.- falei.
- Não obrigada, tenho assuntos para tratar só com ele Anne.- resmungou.
- Eu não sou a mae dele, sou a namorada.- falei rindo.
Ela riu do outro lado da linha.
- Harry? Namorando?- ela pergunta rindo.- ele já fodeste?
- Não, nós nem nos beijamos.- sussurrei.
- Ai meu Deus! Esse mundo esta perdido.- riu.
- Mas o que quer com ele?- pergunto.
- Eu só queria avisar que o filho dele vai nascer daqui a um mês.- ela disse.
Filho? Harry me escondeu isso ate agora, não acredito.
Notas autora
Tenho tantas ideias. Não sei se levarei todas elas a diante mas tentarei fazer o possível.
No máximo até o capítulo 15 vou fazer uma surpresa boa.
Queria MUITO a opinião de vocês, é muito importante.
Assim eu poderei saber o que fazer e o que não fazer.
Desculpem qualquer erro.
BEIJOS NO CORAÇÃO ♡
AMO TODAS VOCES ♡_♡

Little Angel || HSOnde histórias criam vida. Descubra agora