5| Capítulo

189 19 0
                                    

Zack

Chegamos a vila Côrcova,  permanecemos todo o caminho em silêncio pois Katherine ainda estava brava.

_Me desculpe. _Digo e a vejo franzir o cenho.

_Por hoje mais cedo. _Me refiro ao acidente.

_Não é sua culpa aquele idiota ser irresponsável. _Ouço ela dizer.

_De qualquer modo, eu não devia ter corrido, se ele não tivesse parado à tempo... parte da culpa também é minha. _Digo.

_Vai defendê-lo agora? _Posso sentir a irritação na sua voz.

_Er... eu achei o cara loiro legal. _Comento para distraí-la.

_Pietro... o tipo metido a galante. Algo nele me encomoda, seu sorriso é muito alegre, alegre demais.
_Não consigo conter um sorriso.

_Diz isso por que não quer confessar que se interessou por ele? _Pergunto. Não me lembro de ter visto Kat com um namorado, e me alegra saber que ela se interessou por alguém, e ainda mais se for alguém engraçado como esse Pietro, ele parece ser um cara legal.

_Claro que não, não seja inconveniente. _Ela diz.

_Mas não esqueceu do nome dele.
_Dou outro sorriso, mas some no mesmo instante que a encaro.

_Não me faça me arrepender de tê-lo salvado garoto. _Sua voz soa de modo amedrontador, o que me faz parar com a "brincadeira".
Baixo a cabeça e sigo em frente.

♦♦🔱♦♦

Estamos passando em frente a uma taverna quando vimos um homem ser espancado por dois brutamontes.

_Entrege o dinheiro de uma vez velho. _Diz o primeiro homem chutando o senhor. Ele gargalha junto com o amigo ao ver o velho homem se dobrar contra seu corpo.

_Deixem o em paz. _Ouço Katherine dizer.

O primeiro homem a olha de cima para baixo e solta uma gargalhada a ignorando. Vejo Katherine fechar os punhos com força.

_Volte para a cozinha que é o seu lugar. _Diz o outro homem balançando a mão para que ela saísse.

_Muito bem, eu avisei, mas tem gente que não gosta de ouvir. _Sua voz saiu fria, desprovida de emoções.

Num momento ela estava com sua espada em mãos, no outro a cabeça do homem rolava aos seus pés deixando um rastro de sangue.
O segundo homem arregalou os olhos em espanto e sacou sua adaga, mas não se mexeu, seus olhos vasculhavam o local a procura de quem o fez parar sem sucesso. O suor escorria pelo seu rosto e a adaga que segurava caiu no chão fazendo um som metálico enquanto o corpo do homem convulsionava, depois de alguns segundos o homem caiu inerte no chão sem vida.
Katherine não tinha movido um músculo, mas eu sabia que fora ela que o matou com sua telecinese.

Ajudei ao senhor a se levantar.
_O senhor está bem? _Perguntei.
_Sim. Obrigada. _Murmura.

Afirmei com um movimento de cabeça seguindo Katherine que já dobrava a esquina.

_O que foi aquilo? E se alguém tiver visto? _Perguntei meio preocupado.

Ela deu de ombros como se aquilo fosse natural.
_Nada demais. Ninguém notará, a escória não faz falta a sociedade. _Respondeu.

_Você matou dois homens! _Ela para, e eu percebo o meu erro. Parecia que eu estava a acusando.

_Se quiser não precisa me seguir. _Dito isso continuou andando como se aquilo não a afetasse.

Eu, claro, a segui pois nunca a abandonaria, mesmo que ela matasse o próprio imperador. A tenho como uma mãe mesmo que não demonstre, já que ela julga isso desnecessário. Descontração de afeto.

_Kat... me desculpe, eu não queria... _Tentei explicar quando a alcanço.

_Katherine ja disse. Esqueça isso. Não me interessa de qualquer maneira. _Ela diz sem alterar o tom de voz. Para qualquer um ela soaria indiferente, mas para mim -mesmo que ela não aceite- a conheço muito bem e sei que ela apenas estava agindo como de costume, mascarando seus sentimentos sob uma falsa frieza,  um robô desprovido de emoções.

As vezes a pego me observando de um modo carinhoso, ela é dura comigo às vezes, nem mesmo me deixa chamá-la pelo apelido que criei, mas sei que me ama, ao seu modo, mas me ama.

Criada para matarOnde histórias criam vida. Descubra agora