Is The Best

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P.O.V CAMILA

Se eu sabia o que estava fazendo? Definitivamente, não!

Se eu iria me arrepender daquilo depois? Provavelmente.

Se eu estava me importando com isso? Nem um pouco!

Eu não conseguiria resistir a ela nem mesmo se eu quisesse. Lauren Jauregui me atraí da mesma forma que o ímã atraí o metal... É inevitável. Mas assim como a Lua e o Sol - que só se encontram durante o Eclipse - não podíamos ficar juntas. Do mesmo jeito que depois da chuva vem o Sol, da mesma forma que o fogo derrete o gelo e a água apaga o fogo, somos de mundos opostos e temos funções e princípios completamente diferentes.

Mas ali nos braços dela eu não conseguia pensar claramente. Todo e qualquer resquício de sanidade evaporou facilmente. Eu só conseguia me sentir em casa e incrivelmente segura, como se nada no mundo pudesse me atingir. Como se nós fossemos bem maiores que tudo e nada e nem ninguém pudesse interferir nisso. Então eu apenas me deixei levar e mergulhei de cabeça nas sensações que o meu corpo gritava para serem saciadas. Aproveitei cada beijo, cada olhar, cada toque, como se fosse o último, e me deixei ser embalada e envolvida pelos seus braços. Pela primeira vez em semanas eu não tive sonhos ou pesadelos.

- LAUREN MICHELLE JAUREGUI MORGADO! - Acordei em um sobressalto com o grito que ecoou pela biblioteca.

Abri os meus olhos e percebi que eu estava completamente debruçada sobre Lauren. Minhas mãos agarravam a sua jaqueta e o meu rosto se espremia contra o seu pescoço, enquanto um de seus braços envolvia a minha cintura e o outro repousava sobre os meus ombros. Lauren havia despertado com o grito também, seus olhos estavam em uma tonalidade de azul quase cinza e seu rosto se contorcia em caretas.

Tadinha, devia estar toda dolorida por minha culpa.

Me desvencilhei de seus braços e me sentei na mesma hora.

- Ai meu Deus, me desculpa! - Falei preocupada, enquanto acariciava o seu rosto e depositava um beijo em sua bochecha rosada.

- Está tudo bem – sua voz saiu mais rouca que o normal e ela abriu o seu famoso sorriso de lado, no mesmo instante em que esticava a sua mão para retirar uma mecha de cabelo do meu rosto.

Ouvimos um pigarro e nos separamos para olhar na direção em que ele vinha. A nossa frente estava o diretor Michael, com uma expressão não muito boa nos encarando. O homem gorducho conseguia ser aterrorizante quando queria. Sem dúvidas Lauren puxou isso dele.

- Pai, não precisava ter estourado os nossos tímpanos! – Lauren foi irônica ao provoca-lo.

- Sem gracinhas Lauren, as senhoritas estão muito encrencadas! - Engoli em seco com aquela afirmação, porém, Lauren pareceu não dar a mínima quando me abraçou novamente e repousou o seu queixo sobre o meu ombro. – Quando eu cheguei em minha sala para trabalhar hoje, eu fui informado pelo Sr. Jones que algum aluno inconsequente havia invadido a biblioteca de noite – ele começou a andar de um lado para o outro, enquanto eu tentava me manter sã com as fungadas que Lauren dava no meu pescoço. – E aí quando eu chego aqui eu me deparo com o quê?! A minha filha dormindo no chão abraçada com a aluna Cabello! Vocês duas por um acaso tem noção da gravidade do assunto? - Assenti com a cabeça freneticamente, envergonhada por estar naquela situação. – Vocês duas vem causando muitos problemas no Instituto ultimamente, pensam que eu não fico sabendo do que acontece? Eu sempre sei de tudo! E dessa vez eu não vou poder ignorar isso, dessa vez vocês foram longe demais e precisam ser punidas! - Arregalei os olhos e Lauren finalmente pareceu levar a sério o que ele estava falando.

- Punição? Sério, pai? Isso é ridículo! Eu sou uma Jauregui - ela soltou uma risada ao final da frase.

- Lauren... não complica! - Sussurrei, apavorada com a ideia da punição.

Ice And FireOnde histórias criam vida. Descubra agora