Minha Razão é você

West

Eu não entendia a forma como me senti estando perto da Charllie, era uma coisa estranha que me puxava para ela. O fato dela ser tão delicada e ao mesmo tempo parecer tão decidida me intrigava. Ela não sorria, eu não a vi sorrir um minuto sequer desde que a vi pela primeira vez no rancho. Era tentador fazê-la sorrir mas ao mesmo tempo eu tinha medo de assustá-la.
Quando ela disse que gostou de Johnny Cash algo estalou dentro de mim. Ninguém gosta do Johnny, bom ninguém da minha idade. Até meu irmão reclama quando anda comigo. Eu não me importo de ouvir outros cantores ou estilos musicais, mas no meu caminhão eu gosto de ouvir as minhas músicas. Eu nunca deixei ninguém trocar de música enquanto eu dirijo por isso eu mesmo me surpreendi quando perguntei se ela queria trocar de musica. E muito me agradou ouvi-la falar com sua voz suave de anjo que a música a acalmava.
Depois de um tempo ela se perdeu em seus pensamentos e eu me perdi nos meus durante o resto do caminho.
Assim que parei meu caminhão na minha vaga no estacionamento da escola todos viraram o rosto para olhar quem era a garota que estava descendo do meu caminhão. Bom eu não podia ajudá-la já que tudo na Charllie grita não sou daqui. Ela definivamente não faz o tipo garota do interior e essas pernas nos faz imaginar todo tipo de coisa. Aposto que ela é adepta a algum tipo de atividade física.

-Vou levar você até a secretaria para buscar seu horario e vou te ajudar a encontrar seu armário - coloquei minha mão em suas costas e a empurrei para a entrada.

-Hãã... não precisa, você já fez muito me dando uma carona não precisa se incomodar mais West - ela tentou se afastar mais em um impulso que não sei de onde veio eu segurei seu braço e a fiz olhar para mim.

-Charllie para com isso. Eu sou o único que você conhece aqui então eu vou te ajudar no que eu puder tá legal? - Ela prendeu o lábio inferior entre os dentes e Inferno eu desejei que tia Berty estivesse aqui com um de seus chapéus horripilantes me olhando. Eu ainda não havia reparado em como eles são cheios e seu formato de coração totalmente tentador. Sem contar essas sardas em cima do nariz e em suas bochechas que a deixam encantadora - Vamos ou perderemos o primeiro tempo.

Minha voz saiu mais grave que o normal e espero que ela não tenha percebido. Ela assentiu e caminhou comigo ainda com as mãos em suas costas de forma possessiva-inexplicavelmente possessiva- agradeci aos céus por não ver meu irmão com sua cara de deboche dos infernos sorrindo e dizendo eu te avisei irmão : não consegue manter suas mãos para si. Porque realmente eu não queria manter minhas mão para mim.

No corredor algumas pessoas estavam paradas em seus armários conversando e dificultando a passagem. E foi nesse momento em que por um descuido meu a Charllie chocou com a Canrim.

-Ei, olha por onde anda vadia - Canrim gritou antes mesmo de ver quem era. Senti o corpo da Charllie ficar tenso sob minha mão e quando eu estava préstes a dizer algo ela falou

-Se você olhar onde estaciona isso que chama de bunda... porque se não estivesse parada no meio do caminho eu não teria chocado com você e me pouparia de ter que te olhar antes do primeiro tempo. Meu dia teria começado melhor - Ual, em toda minha vida ou ao menos a parte que eu conheço o Sam eu nunca ouvi alguém falar assim com a Canrim e eu soube o exato momento em que a raiva começou a acender dentro dela.
Puxei a Charllie para leva-la de uma vez a secretaria mas a Canrim foi mais rápida.

-Percebi que é novata, você não faz a minima ideia de com quem está falando não é mesmo?

-Acredite eu sei perfeitamente, com uma egocentrica que acha que por ser uma Lider de torcida e talvez namorada do quarterback, o que é bem clichê diga-se de passagem - acha que pode mandar na escola e insultar qualquer um. Acertei?

- Menos a parte do namorado - falei em seu ouvido e percebi seu corpo arrepiar. Eu não deveria ter gostado disso, mas gostei - Eu sou o quarterback e não namoro a Canrim. Vamos baby ou nos atrasaremos - puxei levemente seu braço e caminhamos no meio das pessoas que estavam observando a discusão de boca aberta pela forma que ela falou. Pequeno anjo de língua afiada.