Capítulo 32

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POV Louis

Se algum tempo atrás alguém me dissesse que um dia eu encheria a minha sala de flores para ter o perdão de um garoto, ou que teria coragem de dizer que o amava, que sequer fosse capaz de amar alguém, eu juraria que essa pessoa tinha enlouquecido. Mas era exatamente o que acontecia naquele momento, e era tudo do que eu precisava.

Na noite passada não tive consciência da burrada que estava fazendo, eu me deixei levar por piadinhas de pessoas que no fim das contas nem eram meus amigos de verdade, e por isso estive a ponto de perder o Harry. Acordar sem ele ao meu lado foi a sensação mais estranha que já tive, principalmente porque imediatamente eu soube que ele não estava ali por algo que eu tinha feito... E mesmo assim eu quase o perdi novamente quando ele teve a coragem de dizer me amar e eu simplesmente fugi.

Sempre me gabei de não ter medo de nada, aceitava qualquer desafio idiota, principalmente os que envolviam álcool, mas bastou o Harry me dizer aquelas três palavrinhas para que eu agisse como um menininho covarde e assustado e fosse correndo me trancar no meu quarto. Juro que não fiz por mal, eu não queria magoar o Harry mais do que já tinha magoado, mas ao ouvi-lo dizendo que me amava, fiquei tão, literalmente, apavorado que a minha primeira reação foi fugir.

Mas aqueles minutos em que passei trancado no meu quarto ao menos serviram para que eu percebesse a grande merda que estava fazendo. Harry era tudo o que eu sempre desejei sem ao menos ter consciência disso, ele me fazia genuinamente feliz, ao seu lado eu podia ser eu mesmo, inclusive com todas as minhas falhas, em tão pouco tempo ele já me conhecia como poucos, seus beijos me levavam a outra dimensão, bastava o sorriso dele para eu me tornar alguém que nunca pensei ser capaz, ele era sempre o meu último pensamento antes de dormir e o primeiro ao acordar, ninguém nunca me bastou como ele me bastava, ninguém nunca me completou como ele me completava... E caramba, ele me amava! Então porque eu estava trancado no quarto como um idiota?

Bem, depois disso foi fácil ligar para os rapazes, que obviamente me deram um belo sermão pelas minhas atitudes imbecis da noite anterior, mas como eles eram os melhor amigos que alguém poderia ter, não hesitaram quando eu lhes disse sobre o meu plano... E foi assim que Harry e eu acabamos no meio de todas essas flores, algo que eu nunca pensei ser capaz de fazer, mas que não me arrependia nem um pouco, pelo contrário, eu me sentia até orgulhoso ao ver como o Harry sorria. E eu tinha conseguido o perdão dele, então é claro que todo o trabalho valeu a pena.

-Acho que você deixou o dono de uma floricultura bem feliz hoje, Louis. - o comentário de Des me lembrou mais uma vez de que Harry e eu não estávamos sozinhos ali.

-Valeu a pena. - dei de ombros e aproveitei que Harry ainda me abraçava para roubar mais um beijo dele.

-Só não pensamos no que fazer com todas essas flores agora. - Liam comentou lá de cima da escada, onde Niall continuava nos filmando e tirando várias fotos, com Alec, Zayn e minha mãe nos olhando.

-Eu queria muito poder guardar todas comigo para sempre. - Harry se abaixou para pegar um dos buquês, ele não parava de sorrir e aquilo sem dúvida era a melhor coisa do mundo, eu prometi a mim mesmo que dali por diante faria de tudo para ser uma pessoa melhor e poder causar milhares de sorrisos como aquele no Harry.

-Podemos manter algumas enfeitando a casa e podem deixar que eu cuido do restante. - minha mãe disse, dava para ver como ela estava feliz com a minha atitude. -Agora vamos deixar os pombinhos sozinhos, eles com certeza ainda têm muito que conversar.

Nunca fui tão grato a minha mãe como naquele momento, porque tudo o que eu mais desejava agora era realmente ficar a sós com o Harry.

-Vem, Des! - ela chamou.

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