Capítulo 9

19.6K 1.9K 2.5K
                                        

POV Harry

Conforme as lágrimas foram diminuindo e eu fui conseguindo me controlar, me senti esquisito por ter chorado daquele jeito na frente do Louis e por estar segurando sua mão com tanta força, mas quando tentei separar nossos dedos ele não deixou, pelo contrário, seu aperto em minha mão só aumentou.

Aquele silêncio todo também começou a me deixar incomodado, era uma situação extremamente inusitada.

-Hum... O Des ligou, ele e sua mãe voltam na sexta-feira. – falei porque precisava dizer algo.

-Foi isso que te deixou assim? – ele perguntou e quanto o olhei me surpreendi ainda mais por ver que ele parecia genuinamente interessado e até mesmo preocupado.

-Não, quer dizer, talvez... Um pouco de tudo, lembrei da minha mãe... É complicado. – dei de ombros e olhei pra baixo, para nossas mãos ainda unidas de um jeito estranhamente confortante.

-Você deve odiar a minha mãe, não é? – ele falou de repente me pegando desprevenido.

-Que? – murmurei.

-Pelo que fiquei sabendo, e eu sei muito pouco sobre tudo isso, foi para ficar com a minha mãe que o Des abandonou você e a sua mãe. – Louis disse. –Então você deve odiar a minha mãe.

Pensei nisso e não soube o que responder, eu odiava a Jay? Não sei, talvez... Mas não foi ela quem me abandonou, o único culpado naquilo tudo era o Des e mesmo assim nem ele eu sabia se realmente odiava, eu sentia muita mágoa, não conseguia perdoá-lo, mas ódio era um sentimento forte e pesado demais.

-Não. – enfim respondi depois de pensar um pouco. –Não odeio a sua mãe.

-Bem, no seu lugar provavelmente eu a odiaria. – ele disse com tanta naturalidade.

-Nem conheço a sua mãe, meu problema é com o Des. – sua mão ainda estava na minha e seu dedão começou a deslizar distraidamente pelo dorso da minha mão numa carícia.

-É, ele foi bem filho da puta por fazer o que fez... – ele assente. –Mas eu gosto dele.

-É como um pai para você? – a pergunta saiu antes que eu conseguisse segurá-la.

Eu não planejava ter uma conversa assim com o Louis, uma conversa tão assustadoramente sincera, nem achei que ele fosse capaz de falar assim comigo, fala sério, há alguns minutos ele estava me agarrando no banheiro e falando todas aquelas coisas.

-É, mais ou menos, eu tenho um pai, mas ele não é dos melhores também. – Louis me olhou e eu assenti sem saber mais o que dizer.

Mas felizmente, ou infelizmente, não precisei pensar em algo para dizer por que fomos interrompidos.

-Louis... – um dos garotos que estavam flertando com ele lá dentro apareceu e num impulso eu soltei nossas mãos. –Estamos te procurando lá dentro.

Louis olhou para o garoto rapidamente.

-Eu já vou. – respondeu e vi o garoto sorrir e entrar de novo.

Assim que ficamos sozinhos Louis se levantou e eu me senti mal por aquela conversa inusitada ter acabado.

-É melhor você entrar também. – ele me disse.

-Eu vou logo, só preciso de mais um minuto aqui.

-Tudo bem. – ele assentiu, mas continuou ali me olhando. -Eu sei que te irrito na maior parte do tempo e que você deve pensar que eu sou um idiota que só quer te levar pra cama... Bom, eu realmente quero e sei que vou te levar pra cama, mas quando você quiser conversar sobre qualquer coisa pode falar comigo.

RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora