Capitulo 3

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Acordei com o meu celular apitando, levei alguns segundos até encontrar ele, estava um pouco tonta de sono. Ver filmes de madrugada para me distrair, não foi uma boa escolha já que hoje é segunda. O nome do Lucas piscava na tela, por cerca de 5 segundos pensei em ignorar, como já estava fazendo a semanas. Mas o fato de me ligar em uma segunda às sete da manhã , me deixou curiosa. Então engoli o orgulho pequeno que me restava e a imensa saudade que estava dele tomou conta e atendi.

- Oi - disse primeiro, tentando me acostumar com a claridade que entrava pelas persianas.

- Oi Anna. Aparece aqui em casa que a gente tem que conversar, mas tem que ser hoje e tem que ser antes das 19 hrs. - disse com uma voz seria, como se o assunto a ser tratado é extremamente importante.

- Certo, depois que saí da loja passo por aí. - respondi, com o coração um pouco apertado. A sensação de que algo estava para acontecer me despertou totalmente.  E juntar pelo fato de me chamar pelo nome, me dizia que algo estava errado, Lucas raramente me chama pelo meu nome, depois que começamos a namorar e quando brigávamos ele optava por '' meu anjo, baby ou amor.


Com vários pensamentos conturbados, me forcei a tomar banho e me arrumei para o trabalho, estava adiantava devido a ligação, então consegui fazer minhas coisas mais lentamente, com  a mente trabalhando a mil por hora.


Antes de sair orei, suplicando para que Deus me acalmasse ao longo do dia, tomei um café. Não que eu precisasse despertar, estava ligada a 220w após a ligação.

O dia parecia não ter fim, parece que minha carga de trabalho foi de dois dias e não de oito horas. Minha curiosidade não me deixava me concentrar em nada, estava me irritando comigo mesma, pois acabava fazendo o trabalho duas vezes.   

Quando as abençoadas dezoito horas chegaram, deixei as coisas me despedi do meu tio e sai o mais rápido que podia para casa dele, ele pediu para eu chegar antes  das dezenove horas. Gastei cerca de quinze minutos para chegar, apertei a campainha e meu sogro André abriu a porta, não estava com cara muito boa, o que me deixa mais alerta, ele é um senhor sorridente e amoroso, sempre de bem com a vida.

Mas ele me lançou um sorriso que nem chegou aos olhos. e mais uma vez, como durante todo o dia, minha mente grita ''Péssimo sinal''.

- Oi Anna entra - disse me dando passagem - ele está na sala com as coisas.

Coisas, que coisas?

Assim que adentrei a sala,  a primeira coisa que me chamou atenção foram malas, três para serem exatas. O que estava acontecendo, meu sogro iria viajar ?

- Seu pai vai viajar? - perguntei com meu coração tão apertado, a sensação de algo estava bem errado aumentou ainda mais, quando o Lucas parou de digitar no celular  e olhou para mim e nesse exato que eu soube que na verdade era ele que estava de partida.

Ele iria me deixar, eu não sabia se estava respirando ou hiperventilando. Meu peito doía e a tranquilidade que estava estampado em seus olhos, me mostrava que só eu sofreria com a partida.

- Não, eu vou - diz, como se dissesse bom dia - não me olhe com essa cara, deixa eu explicar, sabe aquele intercâmbio que queria então eu consegui - há o intercâmbio  - só fiquei sabendo disso hoje por isso não te avisei, te chamei aqui pra dizer que é melhor terminar.

Eu sorri, as palavras saíram tão facilmente da sua boca, que questionei todos os anos que passamos juntos, todos os " eu te amo" que o ouvi dizer. O nervosismo era tanto é minha falta de respiração que fui caindo lentamente pelo sofá da sua sala.

E pela primeira vez me odiei por ser tão fraca, qual é Deus, eu estou sendo fraca e detestei esse sentimento, porque mesmo com as brigas eu amava ele.

- Você vai simplesmente embora ? para qual cidade ? Vai com alguém ?- as perguntas saíram sem eu nem raciocinar ela direito, eu não queria saber onde ele ia e se iria com alguém. Não era bom pro coração essas informações.

Meu Deus!
Meu Deus!

- Tenta olhar pelo meu lado - disse, e eu o odiei um pouquinho mais nesse momento  - vou ficar no apartamento na França e vou sozinho - um barulho de buzina - meu táxi, fica bem querida tchau - pegou as três malas e sai, simples assim.

Não sei ao certo o quanto tempo fiquei olhando para o nada, eu nem sabia o que fazer o meu choque era tanto que só consegui olhar para parede na minha frente. Foram anos namorando e perdoando para simplesmente um " fique bem querida"

Eu me recuperei um tempo depois e fui para minha casa, subi para quarto e me tranquei lá e quando me dei por mim já estava em posição fetal e chorando.

Garota de féOnde histórias criam vida. Descubra agora