Capítulo 4

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Ao entrarem no quarto, Tomate trancou a porta enquanto Monica sentava na cama, suspirando ao ver a chave rodar na maçaneta.

- Não precisa trancar, não vou fugir. - Ela rolou os olhos e apertou o celular na mão.

- Eu sei, querida. Só acho que precisamos de privacidade. - Ele observou o quarto e riu. - Seu quarto é bem bagunçado.

- Pra combinar com a minha vida, que está uma merda. - Ela levantou para ir ao banheiro, mas ele segurou em seu cabelo e a prendeu contra a parede.

- Não fale assim, sua vida não está uma merda. - Ele lhe deu um selinho e soltou seu cabelo. - Eu não quero te machucar.

- Já machucou. - Monica o empurrou e passou a mão no cabelo, entrando no banheiro e fechando a porta.

Dez minutos depois, ela saiu de pijama, com os braços cobertos e as pernas. Tomate já estava debaixo dos lençóis e riu ao vê-la toda vestida. Apagou a luz e entrou debaixo das cobertas.

- Vai pra lá e me deixa aqui. - Ela falou e virou de costas.

- Nossa, quanto amor pelo seu marido.

Ele se aproximou dela e beijou seu pescoço. Esperando ela se arrepiar, ela apenas passou a mão no pescoço para limpar a saliva.

- Olha, se vamos nos casar temos que viver como um casal. - Ele a virou de um modo que nem ela soube decifrar.

- Você acabou de falar lá embaixo que não iria tocar em mim se eu não quisesse. Eu não quero.

- Eu falei, não prometi! - Ele segurou de leve seu cabelo e a beijou, passando a mão por debaixo da sua blusa. - Você é toda minha agora, querida.

Dia seguinte

- Monica!? - Otaviano se assustou ao vê-la entrar no apartamento com a chave reserva.

Sem dizer nada ela pulou em seu colo e o abraçou, deixando as lágrimas virem à tona. Ele a sentou na cama e ficou na sua frente, passando as mãos em seu cabelo molhado.

- Saiu de casa com cabelo molhado? Não é essa Monica que eu conheço. - Ela tentou rir, mas logo as lágrimas a consumiram. - Tudo bem, fale o que aconteceu.

- Ele... O Tomate... - Ota arqueou as sobrancelhas. - Ele me obrigou...

Otaviano entendeu e socou a parede, abrindo um buraco preto no meio do branco. Sem sentir a dor da mão, acabou chutando o abajur do criado-mudo, fazendo o mesmo cair no chão e desmontar.

Monica chorava baixinho abraçando as próprias pernas e vendo Otaviano quebrar o resto do abajur com chutes. Em seguida, ele se aproximou da amada e a tomou no colo, passando as mãos pelas suas costas enquanto ela encaixava a cabeça em seu ombro.

- Eu vou matar aquele cara, eu juro, meu amor. Como seu pai deixa uma coisa dessa? - Monica não falou nada. - Esse casamento não vai acontecer.

- Se meu pai deixou ele ficar lá em casa mesmo eu implorando pra dormir sozinha, é claro que ele já desconfiava que iria rolar sexo, não sei se obrigado. - Ota fechou o punho novamente, mas logo abriu a mão.

- Minha maior vontade é acabar com a raça do seu pai, depois desse idiota do Felipe. - Monica se ajeitou em seu colo e o encarou.

- Promete que quando eu voltar dessa lua-de-mel, vamos viajar pra qualquer lugar? - Ele assentiu tirando o cabelo
molhado do seu rosto.

- Qualquer lugar do mundo, podemos ir pra um interiorzinho da Itália, longe de tudo e de todos, só para ficarmos juntos. - Ela assentiu e o beijou.

- Eu te amo tanto, Ota. Eu te amo tanto, tanto... - Ela sussurrou entre o beijo.

- Eu não consigo medir o meu amor por você, ele é tão grande. - Ela sorriu e lhe deu um selinho. - Eu te amo, eu te amo.

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